COLUNA ECONOMIA (10-09-2024)

Por Gustavo de Almeida Lino

TAXAS DE CDBS SOBEM PARA ATÉ 15% AO ANO ANTES DE PROVÁVEL AUMENTO DA SELIC

 Com a expectativa de alta da Selic no radar, os bancos abriram os cofres e estão pagando mais aos investidores que compram seus CDBs. As taxas médias de todos os indexadores (pós-fixados, atrelados à inflação e prefixados) subiram, com títulos que pagam até 15% ao ano. 

Um levantamento feito pela Quantum Finance a pedido do InfoMoney mapeou 251 CDBs emitidos entre 21 de agosto e 4 de setembro e mostrou aumento em todas as remunerações médias. Os pós-fixados, que pagam uma parcela do CDI, também apresentaram crescimento no número de emissões.

Eles são os preferidos da Nord Investimentos para investimentos de curto prazo porque “permitem que o investidor capture uma taxa de juros de dois dígitos e ainda movimente a carteira em caso de novas oportunidades”, segundo relatório da casa.

Os pós-fixados curtos, com vencimento em três meses, foram destaque da última quinzena analisada: a remuneração passou de 98,98% do CDI, entre 6 e 20 de agosto, para 100,61%. Na outra ponta, de longo prazo, a taxa média dos papéis com vencimento em três anos subiu de 100,15% do CDI para 110,50%. 

O número de emissões de pós-fixados subiu de 151 para 171 no período.

Após fechamento das taxas em agosto, os prefixados mais longos voltaram a apresentar alta expressiva no início de setembro. A taxa média dos títulos com vencimento em três anos subiu de 11,86% ao ano para 12,54%, enquanto os de dois anos pagaram 11,83% contra 11,49% 15 dias antes.

Já a remuneração média em seis meses subiu de 10,18% para 10,62% ao ano. O papel com maior remuneração foi emitido pela Simpala Financeira, com taxa de 15% ao ano. A Nord lembra que, ao investir em CDBs, “é importante estar atento ao risco de crédito do banco emissor e às taxas oferecidas”.

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BOLSA VAI OU RACHA? 7 PREVISÕES DE ESPECIALISTAS PARA O IBOVESPA ATÉ O FIM DO ANO

A maioria dos gestores que participaram da expert xp 2024, realizada no final de agosto, compartilha uma visão semelhante sobre a trajetória dos juros no Brasil e nos Estados Unidos, embora com variações na intensidade das mudanças. Enquanto se espera uma alta nas taxas por aqui, nos eua projeta-se uma queda nas taxas.

Esse possível cenário, alegam, pode atrair parte dos R$ 40 bilhões de capital estrangeiro que saiu do mercado acionário local no primeiro semestre – em julho e agosto, por exemplo, o fluxo “gringo” voltou a ser injetado na b3 -, o que pode abrir espaço para aproveitar algumas oportunidades no ibovespa até o final do ano.

  1. Bolsa a 145 mil pontos

O Ibovespa fechou acima dos 137 mil pontos no dia 28 de agosto, o maior patamar já registrado na história. O ponto médio das estimativas dos gestores, no entanto, aposta que a bolsa deve encerrar 2024 aos 145 mil pontos, mostra o Barômetro do Mercado, pesquisa especial feita pelo InfoMoney com 44 gestoras de recursos divulgada durante a Expert XP.

  1. Setores para olhar

Os principais setores que podem se beneficiar do cenário, segundo a Barômetro do Mercado, são financeiro (61%), energia (34%), consumo (25%); construção e imobiliário (23%) e óleo e gás (20%). Os segmentos do agronegócio (9%), papel e celulose (7%), saúde (7%), educação (5%), tecnologia (5%) e vestuário (5%) ficaram por último.

  1. Petrobras e Eletrobras

Dentro do setor de óleo e gás e energia, a Eletrobras (ELET3) deve entregar retorno bastante atrativo e a Petrobras (PETR4) é uma aposta “interessante”, acredita André Lion, gestor de ações da Ibiuna Investimentos. No caso da primeira, falou, a empresa está passando por um processo de reorganização da estrutura com maestria. Já sobre a petrolífera, disse, os fundamentos continuam os mesmos, apesar dos ruídos.

  1. A vez dos shoppings

Em relatório recente, o Itaú BBA disse que a maioria das ações ligadas ao consumo doméstico apresentou tendência de expansão anual em vários indicadores, como receita, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e lucro líquido. Lion, da Ibiuna, disse que está animado com ações de shopping centers, especialmente Multiplan (MULT3) e Allos (ALOS3).

  1. IPOs vêm aí?

Uma possível melhora nas condições macroeconômicas locais e nos EUA, segundo o presidente da CVM, João Pedro Nascimento, poderia ser abertura da janela para emissões de ações, seja via oferta inicial (IPO) ou follow-on. “Os indicadores evidenciam que há uma quantidade expressiva de emissores que estão esperando o momento adequado para fazer a sua oferta”, falou.

  1. Zerando posição direcional

Apesar da visão sobre os juros ser quase unanimidade, a forma como aproveitar o momento não é. Bruno Cordeiro, gestor do K10 da Kapitalo Investimentos, disse que, diante da possível elevação dos juros no Brasil, zerou recentemente uma posição direcional que detinha em Bolsa brasileira. Ele falou que, atualmente, está mais inclinado a vender do que comprar ações.

  1. Queda à vista?

Luiz Parreiras, gestor da estratégia multimercado e previdência da Verde Asset, também tem uma visão um pouco negativa. Ele acredita que a entrada de dinheiro estrangeiro no Brasil não é sustentável e, quando parar, a bolsa deve cair. A gestora hoje tem uma das menores posições na B3 desde 2016. Entre as ações que sobraram, estão apenas Copel (CPLE6), Sabesp (SBSP3), Rumo (RAIL3), Prio (PRIO3), Petrobras (PETR3) e Suzano (SUZB3),

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 QUAIS SETORES DA BOLSA PODEM SE BENEFICIAR EM UM CENÁRIO DE RECESSÃO NOS EUA?

Risco de recessão deve favorecer ativos mais defensivos no curto prazo e continuar penalizando as ações de produtoras de commodities.

Em meio ao aumento dos temores de uma possível recessão nos Estados Unidos, dados apontam o crescimento da demanda por ações mais defensivas enquanto empresas produtoras de commodities vêm tendo desempenho mais fraco (também pelo cenário pior na China).

Segundo o Itaú BBA, investidores estrangeiros encerraram agosto como compradores líquidos de R$ 10 bilhões, acumulando uma entrada líquida de R$ 16,4 bilhões desde o pico de saídas em meados de junho, reduzindo sua saída acumulada no ano para R$ 26,6 bilhões. Por outro lado, os investidores institucionais locais encerraram agosto como vendedores líquidos de R$ 16,5 bilhões.

Olhando setorialmente, a categoria doméstica foi a de melhor desempenho na semana passada, impulsionada pelos setores de Saúde, Telecomunicações e Utilities, enquanto Commodities teve o pior desempenho, com Petróleo e Gás, Aço e Mineração e Agronegócio como os setores de pior desempenho.

Em termos de tamanho, as Large Caps (empresas com alta capitalização na bolsa de valores) foram os de pior desempenho na semana passada.

Já a indústria de Fundos, segundo dados da Anbima, os Hedge Funds iniciaram setembro com resgates líquidos de R$ 4 bilhões, totalizando R$ 149 bilhões no ano, enquanto os fundos de Ações Ativas registraram R$ 700 milhões de saídas no mês e R$ 11,3 bilhões em 2024.

A Guide Investimentos comenta que esse padrão de rotação de ativos foi observado entre novembro e dezembro do ano passado, quando a expectativa de corte de juros nos EUA era elevada (e aumentou significativamente em relação ao longo do trimestre).

Em 2024, a expectativa de corte de juros voltou a aumentar no 3T24. “Assim como ocorreu no ano passado, a expectativa de corte de juros beneficia mais empresas consideradas cíclicas e defensivas do que os produtores de commodities (esse grupo é mais dependente do ciclo econômico e principalmente da economia chinesa)”, explica a Guide.

Na avaliação da Guide, o risco de recessão deve favorecer ativos mais defensivos no curto prazo e continuar penalizando as ações de produtoras de commodities.

Segundo a Guide, a diferença entre o momento atual e o 4T23 é que o risco de recessão parece maior atualmente. Neste momento, a casa de análise acredita que é mais prudente se apoiar em empresas mais defensivas como empresas de telecomunicações, saneamento, energia elétrica, varejo de alimentos, entre outros.

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RISCO DE RECESSÃO COM INFLAÇÃO NOS EUA NÃO ESTÁ DESCARTADO, DIZ CEO DO JPMORGAN

O pior cenário para a economia americana hoje seria uma estagflação, uma combinação de inflação mais alta com recessão, algo que não está descartado, afirmou nesta terça-feira (10) em Nova York o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon. “Eu diria que o pior resultado é a estagflação – recessão, inflação mais alta”, disse Dimon em uma conferência do Conselho de Investidores Institucionais. “E, a propósito, eu não tiraria isso da mesa”, completou.

O presidente-executivo do maior banco dos Estados Unidos fez esses comentários em um momento em que os investidores estão voltando sua atenção para os sinais de desaceleração do crescimento.

Leituras recentes mostraram pressões de preços menos intensas e cada vez mais a caminho da meta de inflação de 2% do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), mas relatórios sobre emprego e manufatura revelaram alguns sinais de abrandamento.

Os investidores receberão alguns dados importantes adicionais esta semana, com o índice de preços ao consumidor (CPI) e o índice de preços ao produtor (PPI) na quarta e quinta-feira, respectivamente.

Mas Dimon diz temer uma série de forças inflacionárias no horizonte, como déficits mais altos e aumento dos gastos com infraestrutura, continue a pressionar uma economia ainda em recuperação do impacto das taxas de juros mais altas.

“Eles são todos inflacionários, basicamente no curto prazo, nos próximos dois anos”, disse Dimon. “Então, é difícil olhar para [isso] e dizer: ‘Bem, estamos fora de perigo’. Acho que não.”

O CEO do banco já havia alertado sobre uma desaceleração econômica. Em agosto, ele disse que as chances de um “pouso suave” eram de cerca de 35% a 40%, o que implica que uma recessão é o resultado mais provável.

“Estou bastante otimista de que, se tivermos uma recessão leve, ainda mais difícil, ficaremos bem”, disse Dimon à CNBC em agosto. “Claro, sou muito solidário com as pessoas que perdem seus empregos. Você não quer um pouso forçado.”

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Altamira-PA, 10 de Setembro de 2024.

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