Ministério dos Esportes apresenta os Centros de Iniciação ao Esporte que serão construídos no País
Mais de cem prefeitos ou seus representantes participaram do anúncio dos 263 municípios selecionados para receber 285 unidades do Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), maior projeto de legado de infraestrutura esportiva dos Jogos Olímpicos e Jogos Paraolímpicos do Rio 2016 – um investimento que alcança R$ 967 milhões do Orçamento Geral da União. Todas as 27 unidades federativas foram contempladas. O anúncio foi feito nesta terça-feira (10.12), em Brasília, pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, em solenidade que contou com a presença da ministra da Cultura, Marta Suplicy, do secretário do PAC no Ministério do Planejamento, Mauricio Muniz, do ministro-chefe do gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, José Elito Carvalho Siqueira, do presidente da Embratur, Flávio Dino, do presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Andrew Parsons, do diretor executivo de Esportes e Integração Paraolímpica do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, Agberto Guimarães, deputados, senadores e secretários de Esporte de dezenas de municípios.
Os CIEs são equipamentos multiuso voltados para identificação de talentos e formação de atletas; ampliação da oferta de instalações esportivas públicas com requisitos oficiais; incentivo à prática esportiva em territórios de alta vulnerabilidade social; e estímulo ao desenvolvimento da base do esporte de alto rendimento nacional.
Incluído no PAC 2, o CIE se soma a outro programa do PAC igualmente destinado a ampliar a infraestrutura para a prática de esportes – a construção de 6 mil quadras e cobertura de mais 4 mil em escolas públicas brasileiras. Ainda como conceito de extensão do ambiente escolar, o CIE se conecta a outros programas do governo federal, o Atleta na Escola, o Mais Educação e o Segundo Tempo, todos com atividades de iniciação em modalidades olímpicas e paraolímpicas. O centro de iniciação comporá a Rede Nacional de Treinamento que está sendo estruturada pelo Ministério do Esporte.
O projeto do CIE foi apresentado pelo secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser. “A realização dos Jogos Olímpicos no Rio sensibilizou o governo para a importância da base esportiva e a necessidade de oferecer estruturas em padrões oficiais para crianças e jovens iniciarem a prática de diversas modalidades”, disse Leyser. “Projetos para o alto rendimento espalharam investimentos para a base”, explicou o secretário. Ele destacou que muitas das construções esportivas existentes no país são da década de 1970 e estão defasadas em relação a novos requisitos e regras de vários esportes. Assim, além de arenas multiuso, o fundamental dos três modelos de CIEs é que estão padronizados e em acordo com as atuais necessidades, com dimensões oficiais que comportam 13 modalidades olímpicas (atletismo, basquete, boxe, handebol, judô, lutas, tênis de mesa, taekwondo, vôlei, esgrima, ginástica rítmica, badminton e levantamento de peso), seis paraolímpicas (esgrima de cadeira de rodas, judô, halterofilismo, tênis de mesa, vôlei sentado e goalball) e uma não-olímpica (futsal).
Dos critérios para a escolha das cidades, o secretário citou, como básicos: regiões de alta vulnerabilidade social, complementaridade com o programa Minha Casa Minha Vida, situação fundiária que permita rápido início de obra e grande concentração populacional.
Os três modelos têm em comum um ginásio poliesportivo que permite várias modalidades coletivas e individuais. No modelo 2 se acrescenta uma quadra externa descoberta e no 3 há miniestrutura para atletismo. Os três também têm em comum arquibancadas de 177 lugares para quadra e 122 no modelo reversível, espaço para academia, vestiários, copa, sala de professores/técnicos, depósito e salas de administração. O módulo 3, para terrenos com 7.000 m2 e custo estimado de R$ 3,6 milhões, foi o mais escolhido pelas prefeituras, com 168 unidades no total. O 2, para terrenos de 3.500 m2 e custo de R$ 3,1 milhões, teve 74 pedidos aprovados. E o módulo 1, que requer terreno de 2.500 m2 e tem custo de R$ 3 milhões, teve 43 propostas aprovadas. A distribuição das unidades por região do país ficou: 8% no Centro Oeste (22 unidades), 10% na Norte (28 unidades), 13% no Sul (38 unidades), 29% no Nordeste (82 unidades) e 40% no Sudeste (115 unidades).
“São equipamentos simples mas de boa qualidade”, explicou Leyer, destacando, por exemplo, a existência de vestiários femininos – que inexistem em muitas praças de esporte do país. Os detalhes chegam a estruturas reforçadas em regiões onde venta mais, materiais que propiciam conforto térmico e acústico e possibilidade de fazer fosso para a ginástica, por exemplo. O Ministério do Esporte vai fornecer o projeto-padrão para assegurar agilidade de procedimentos. E as prefeituras serão cobradas a apresentar plano de gestão, funcionamento e manutenção do CIE e política de desenvolvimento do esporte na cidade. O governo está orientando as prefeituras a se articularem com as confederações esportivas para desenvolver planos de utilização dos espaços conforme a demanda e a vocação dos municípios e das modalidades.
Igualdade entre olímpicos e paraolímpicos
Presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Andrew Parsons participou da solenidade e destacou seu reconhecimento ao Ministério do Esporte por contemplar exatamente da mesma maneira os esportes olímpicos e os paraolímpicos, porque “antes não era assim”. Ele citou que o projeto do CIE abrange requisitos de acessibilidade como rampas, plataforma elevatória, banheiros adaptados, portas mais largas e espaço para cadeiras nas arquibancadas, entre outros itens necessários ao uso por pessoas com deficiências.
As prefeituras terão um workshop no dia 19 de dezembro, em Brasília, para que equipes técnicas (de engenharia, arquitetura, obras) recebam orientações sobre os próximos passos. Elas também deverão apresentar documentação à CAIXA e assinar termo de compromisso com o banco. Pelo cronograma estabelecido, os municípios têm até 28 de fevereiro para contratar as adequações dos projetos ao terreno escolhido e até 28 de abril para fazer as sondagens de terreno e as adequações de projeto. Depois, até 180 dias após a contratação para iniciar obras.
Fonte: Ascom/Ministério dos Esportes