Marinha investiga colisão de balsas no rio Amazonas
A Marinha do Brasil abriu Inquérito Administrativo para apurar as causas do acidente envolvendo as balsas Camila e Jade, que aconteceu por volta das 17h30 do último domingo, 30, no rio Tapajós, às proximidades do Paraná do Urubuquaquá, região da Comunidade de Costa do Tapará.
Durante a colisão, vários passageiros que faziam a travessia na Balsa Camila, de Santana do Tapará, para o Porto do DER, em Santarém, ficaram feridos. Cargas, segundo os passageiros, também estavam sendo transportada pela Balsa Camila, como caminhões, carros de passeio, motocicletas, entre outros.
Testemunhas relataram que a Balsa Jade subia o rio Tapajós em direção ao Amazonas, enquanto a Balsa Camila fazia a travessia para a cidade. Um grupo de passageiros afirma que anteriormente ao acidente, o comandante da Balsa Camila, identificado como “Ferreira”, havia sido avisado dos riscos da colisão, porém, não parou, batendo em seguida no meio da outra embarcação.
O impacto, de acordo com populares, provocou um furo no lado esquerdo da Balsa Camila, ocasionando riscos de naufrágio, além de danificar vários veículos. Na ocasião, dezenas de pessoas que viajavam com crianças à bordo entraram em pânico e desespero.
Por volta das 18h30 de domingo, a Balsa Camila atracou no proto do DER, proporcionando alívio para os passageiros. Depois de atracar, dezenas de pessoas desceram em terra firme, nervosos e revoltados com o comandante “Ferreira”.
Para a doméstica Lourdes Mota, a negligência do comandante da Balsa Camila quase mata os passageiros. “Ele (Ferreira), quase mata a agente. Todo mundo avisou pra esse doido parar a balsa, mas não parou e, quando foi querer dar a ré já era tarde demais, batendo no meio da outra balsa”, denuncia a passageira.
Após atracar no Porto do DER e ouvir palavras de ordem dos passageiros que tiveram os veículos danificados, o comandante “Ferreira” saiu do local acompanhado de homens da Polícia Militar.
Em depoimento na 16ª Seccional da Polícia Civil, o comandante “Ferreira” declarou que a imprudência foi da outra balsa. Segundo ele, ainda tentou manter contato via rádio, mas não ouve resposta da outra embarcação. “A marinha tem regras e normas, temos que obedecê-las, o comandante da outra balsa não obedeceu, ele é quem deveria ter esperado eu passar”, argumentou Ferreira.
De acordo com o comandante da Delegacia Fluvial de Santarém, capitão Paulo Antônio Carlos, a Marinha já está analisando e verificando as possíveis causas e os responsáveis pelo acidente. “Já abrimos o processo administrativo e, estamos apurando para saber o que realmente aconteceu”, ressaltou o Capitão.
Por: Manoel Cardoso