Denúncia: Artesãs são excluídas da feira de artesanato

Georgete Guimarães (detalhe) e artesãs denunciam Secretaria de Cultura
Georgete Guimarães (detalhe) e artesãs denunciam Secretaria de Cultura

Em encontro realizado na tarde de terça-feira, 11, na Praça de São Sebastião, um grupo de artesãs de Santarém denunciou a privatização da Feira do Artesanato por parte da Secretaria Municipal de Cultura (Semc). As artesãs afirmaram que ficaram sabendo por intermédio de colegas que o diretor de políticas públicas da Semc, Rick Miranda, disse que a Feira do Artesanato havia acabado em Santarém.

Revoltada com a situação, a ex-coordenadora da Feira do Artesanato, Georgete Guimarães, explicou que a Feira foi criada no ano de 2007, surgindo de uma ação de governo, abrangendo as associações e os artesãos autônomos e se consolidando como espaço público. Em outubro de 2013, Georgete ressalta que fez um oficio e entregou na Secretaria de Cultura, comunicando que estava entregando a coordenação da Feira.

“Eu esperei desde outubro de 2013 até agora, para que a Secretaria de Cultura realizasse uma reunião de assembléia geral, para que fosse eleita a nova coordenação da Feira do Artesanato. Agora, para minha surpresa, um determinado grupo criou uma associação de direitos privados, nesse caso privatizando a Feira do Artesanato”, afirma.

Georgete questionou a forma como a Semc vem acompanhando as atividades das artesãs em Santarém. “Eu gostaria que a Secretaria me respondesse se a partir de agora, ela vai privatizar todos os festivais que existem em Santarém? E se ela vai privatizar as ações de governo que tem? Porque a única feira que temos até agora para atender o segmento do artesanato foi privatizada”, aponta Georgete Guimarães.

Segundo Georgete, a partir do momento em que for concretizada a privatização da Feira, a Secretaria de Cultura oportunamente não vai mais fazer nenhuma atividade ou ação envolvendo as artesãs, por se tratar de um evento privatizado. “Ou ela vai promover ações que vão contemplar todas as associações ou simplesmente vai mover uma ação que vai contemplar somente essa nova associação e esse novo evento. Dessa forma, a gente entende que qualquer grupo ou cidadão santareno pode reunir e privatizar as ações de governo”, observa.

FÓRUM: Georgete Guimarães lembrou que no último Fórum do Artesanato realizado em Santarém, cerca de 80 pessoas participaram expondo seus produtos, porém, com a privatização da Feira, os membros das associações podem sofrer sérios problemas. Georgete questiona se a Semc vai criar outra Feira do Artesanato em Santarém.

“Eu gostaria que a Secretaria de Cultura dissesse aos artesãos se vai criar outra Feira em outra oportunidade. Lembramos ao Secretário de Cultura que as afirmações do atual Prefeito durante a campanha política, eram de que ele continuaria as coisas que estavam boas e melhoraria as que não estavam. Então, para tomar essa decisão de acabar com a Feira do Artesanato, eles deveriam ter ouvido os artesãos e não um grupo”, disparou Georgete.

ASSOCIAÇÕES: Segundo Georgete Guimarães, existem na zona urbana de Santarém seis associações de artesãos, mapeadas e cadastradas com seus respectivos membros. Ela acrescenta que também existem os artesãos autônomos. “Não tem nada no Código Civil que diga que para ser um artesão a pessoa tem que obrigatoriamente pertencer a uma associação”, analisa.

Georgete destaca que hoje, as exposições acontecem no Terminal Fluvial Turístico (TFT) e no Museu João Fonna, onde apenas uma única associação está expondo seus produtos. “Já procuramos o diretor de políticas públicas e algumas lideranças para dizer que não é justo, porque se o espaço é público deve ser usado por todos”, diz Georgete, sugerindo que seja feito rodízio ou que as associações coloquem seus produtos juntos em exposições, para resolver a problemática.

“Porque acredito que eles estão esperando que termine a temporada turística para chamar todas as associações. O direito é igual para todos! A Feira do Artesanato deve ser como era no formato anterior e não de forma privatizada”, finalizou Georgete Guimarães.

Por: Manoel Cardoso

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