Brasil é líder mundial de partos cesarianos
Com 52% dos partos feitos por cesarianas – enquanto o índice recomendado pela OMS é de 15% -, o Brasil é o país recordista desse tipo de parto no mundo. Na rede privada, o índice sobe para 83%, chegando a mais de 90% em algumas maternidades. A intervenção deixou de ser um recurso para salvar vidas e passou, na prática, a ser regra.
Uma pesquisa feita pela Fiocruz (RJ) acompanhou 437 mães que deram à luz no Rio, na saúde suplementar. No início do pré-natal, 70% delas não tinham a cesárea como preferência, mas 90% acabaram tendo seus filhos e filha assim – em 92% dos casos, a cirurgia foi realizada antes de a mulher entrar em trabalho de parto. Esse tipo de intervenção oferece riscos, principalmente aos recém-nascidos, que podem nascer prematuros.
Além de ser a causa de mais da metade das mortes de crianças no país, a prematuridade pode trazer uma série de riscos para o bebê, especialmente doenças respiratórias e dificuldade de mamar. Eles também não se beneficiam do fato de entrar em contato com hormônios benéficos, liberados apenas em certos estágios do trabalho de parto.
No Brasil, 15 milhões dos bebês nascidos em 2010 eram prematuros, o equivalente a 11,7%, segundo uma pesquisa conjunta feita pelo governo e o Unicef. O índice, que coloca o Brasil na décima posição entre os países com mais prematuridade, é mais alto nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste – justamente as que têm mais cesarianas, o que pode indicar uma relação entre os dois fatores.
Fonte: DOL com informações da BBC Brasil