Seminário apresenta estudos sobre implementação do Complexo Hidrelétrico São Luiz do Tapajós
Foi uma apresentação de estudos técnicos, mas parecia mais uma audiência, com a diferença em que não foram permitidas manifestações populares. Mas a apresentação do Seminário Executivo de Avaliação Ambiental Integrada da Bacia do Tapajós feita pela empresa Ecollogy Brasil chamou atenção e gerou muitas expectativas. Com o auditório do IFPA lotado, na primeira etapa do Seminário foi apresentado um resumo dos estudos, repassados em um livro com 110 páginas a todos os presentes.
Inicialmente o coordenador da avaliação Ambiental Integrada da Ecollogy Brasil, Arlei Mazurec, explicou que os estudos técnicos apresentados não têm qualquer relação com as questões de licença ambientais ou consolidação das hidrelétricas, se tratando apenas de um estudo que ainda colherá sugestões adicionais da comunidade.
Arlei Mazurec explicou com imagens no data-show que o estudo visa associar planejamento do setor elétrico para melhorar as inserções do empreendimento no aspecto regional que irá apontar que caminho deve ser apontado. Nos estudos foram mostradas as potencialidades de nossa Ictiofauna (diversidade de peixes existentes na Bacia do Rio Tapajós).
Segundo Arlei, os estudos técnicos definiram que na Bacia do Tapajós aonde será construído o complexo hidrelétrico existem 13 povos indígenas com presença maior de Mundurucus (11.630 indígenas) e, compreendendo os 10 municípios atingidos direta ou indiretamente pelo, o empreendimento existem cerca de 619 mil habitantes.
O coordenador na apresentação também falou sobre os aspectos positivos quando forem construídos o Complexo Hidrelétrico Tapajós, entre eles enumerou o favorecimento da demanda com aumento da arrecadação tributária, atrações de investimentos, geração de emprego e renda.
O sumário executivo com síntese das análises feitas para avaliação ambiental integrada da bacia hidrográfica dos rios Tapajós e Jamanxim, foi uma forma, segundo o apresentador dos estudos, de construir um instrumento de planejamento e gestão socioambiental apoiada em estudos técnicos, tendo o inventário hidrelétrico identificado entre outras questões, potência total de 14.245 MW para ser gerado nos aproveitamentos hidrelétricos sendo três no rio Tapajós e quatro no Jamanxim.
O inventário apresentado em seminário no auditório da IFPA foi estruturado em cinco etapas, na ordem: diagnósticos ambiental e potenciais conflitos, avaliação ambiental distribuída e impactos, avaliação ambiental integrada, diretrizes e recomendações e por último participação pública e relatórios, referente à apresentação oficial apresentada terça-feira, dia 06, aos prefeitos, vereadores e entidades populares presentes nas discussões.
A apresentação dos estudos técnicos terminou por volta de 19h30minhr, e na segunda etapa as entidades representadas por sindicatos, associações e movimento pelos atingidos pelas barragens, apresentaram várias sugestões para serem acrescidas aos estudos. (inclusive protestaram com faixas e palavras de ordem). Eles consideram que os estudos apresentam pontos obscuros não deixando muito claro de fato quais os benefícios que virão para a região.
Preocupação maior de moradores de São Luiz do Tapajós e Pimental presentes em grande número no evento. Mas além das propostas apresentadas no auditório da IFPA, os coordenadores dos estudos Técnico do Complexo Tapajós repassaram aos presentes um endereço de e-mail quando ainda poderão ser enviadas propostas e sugestões num prazo de 15 dias a contar da data do seminário de apresentação ocorrido o dia 06, terça-feira.
Fonte: RG 15/O Impacto e Nazareno Santos