Denúncia – Cheque Moradia está sendo trocado em Santarém

O vereador Peninha usando a tribuna da Câmara Municipal de Itaituba na manhã de terça-feira, 16, denunciou que as famílias beneficiadas com os cheques moradia em Itaituba estão indo a Santarém comprar o material de construção para reformar e construir suas casas. Segundo o Edil, o comércio de Itaituba não está aceitando a troca do cheque e com isso as famílias estão sendo obrigados a se deslocarem até Santarém.

Peninha disse que ninguém responde pela distribuição do cheque. Não aparece ninguém para esclarecer, para falar sobre o assunto. O que estamos vendo e uma falta de respeito com estas pessoas que receberam os cheques com o sonho de melhorar sua qualidade de vida.

Para Peninha, a ida destas pessoas até Santarém para comprar o material de construção custa caro, pois são obrigados a pagarem passagens, alimentação e o transporte do material para Itaituba. Quando este material chegar aqui o milheiro do tijolo de 6 furos vai custar mais de R$ 1.200,00, já que na empresa onde compram, o milheiro do tijolo de seis furos está sendo vendido a R$ 960,00 e a saca de cimento custa mais de R$ 30,00. Com isso, o dinheiro recebido no cheque moradia não será suficiente para a família reformar ou construir sua casa.

Outra questão levantada pelo vereador Peninha foi sobre o projeto para construção das casas. Afirmou que foi procurado por uma beneficiaria do Programa que lhe mostrou o projeto da construção de sua casa. “Me disse a beneficiaria que somente na sexta-feira passada foi lhe entregue o projeto da casa, o que vem a confirmar que a carroça foi colocada na frente do boi. O programa foi lançado precipitadamente para ganhar dividendos políticos, mas a música saiu pior que o soneto, porque estas pessoas estão revoltadas, já que ficam de cima pra baixo com estes cheques e aqui em Itaituba ninguém, aceita”, concluiu o vereador Peninha.

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DEFENDE A RECUSA DO CHEQUE MORADIA: O Presidente da Associação Comercial de Itaituba, Fabrício Schuber, recebeu na tarde de quarta-feira, 17, o repórter Nazareno Santos para uma entrevista, quando falou sobre a polêmica dos cheques moradia distribuídos em Itaituba pelo Governo do Estado, em parceria com o Município. Fabrício disse que nunca a Associação Comercial de Itaituba recebeu qualquer comunicado ou a visita de alguém do Estado ou do Município para falar sobre o Programa. Trata-se de um Programa novo em que o empresariado local desconhece seu funcionamento.

Para Fabrício Schuber houve uma grande falha dos responsáveis pelo programa, que poderiam ter procurado a Associação para intermediar a implantação em Itaituba. Pelo contrário, soubemos do Programa através da imprensa e quando as pessoas procuraram os comerciantes para trocarem os cheques, foram recusados por desconhecerem o seu mecanismo.

Outra razão alegada pelo Presidente da Associação Comercial, Fabrício Schuber, é que o empresário não é obrigado a aceitar este cheque. A não ser aqueles comerciantes que conhecem o Programa e que tem suporte para atender a demanda com a troca destes cheques, já que o mesmo não envolve dinheiro e sim uma negociação no desconto de impostos. Nem todo empresário sabe como proceder e a maior parte dos empresários de Itaituba não possui capital para fazer a circulação de giro com suas mercadorias, lembrou Schuber.

“A preocupação agora dos comerciantes de Itaituba é com a represália que podem sofrer com a recusa destes cheques”, revelou Fabrício Schuber, já que o Estado está organizando uma grande operação de fiscalização para a região Oeste. “Isto pode provocar um caos maior na região, uma vez que hoje estamos vivendo um momento difícil, devido às repreensões que estão havendo do governo Federal”, declarou o presidente da Associação Comercial de Itaituba.

Fabrício Schuber também rebateu as acusações do vereador Isaac Dias, quando acusou os comerciantes de Itaituba de sonegadores. Para o presidente da Associação Comercial, todos os comerciantes procuram manter em dias seus impostos, tanto municipal, estadual e federal e dentro do possível estão honrando, porém, o que acontece é que é tanto do tributo que o comerciante trabalha hoje argolado só para pagar impostos. Lembrou Schuber, que a própria Câmara de vereadores no ano de 2013 votou Projeto de Lei arrochando os tributos municipais, com aumento de mais de 350%.

“Estamos pronto para receber e dialogar com todos os órgãos, desde que haja respeito com a nossa categoria, que já é tanta sacrificada”, finalizou Fabrício Schuber.

Por: Nazareno Santos