Exclusivo: Helder atrai PSD; “Diário” faz o jogo e queima Helenilson
Por enquanto, o assunto ainda está sob rigoroso sigilo, mas já há sinais de que o atual ministro da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho (PMDB), deverá ter nas mãos, para a eleição municipal de 2016, e estadual, de 2018, o comando indireto, por debaixo dos panos, do Partido Social Democrático (PSD) no Pará. O presidente estadual do partido, o advogado Helenilson Pontes, que também é secretário estadual de Educação do governo de Simão Jatene, já soube da movimentação das pedras no jogo de xadrez político em direção a Barbalho e tem dito a amigos que jamais irá deixar que isso aconteça.
Helenilson atribui a tentativa de entrega do PSD a Helder a uma articulação comandada pelo advogado Mauro Santos, fundador e organizador do partido, além de responsável pela montagem de dezenas de diretórios pelo interior. O que se diz, pelos corredores pessedistas – por sinal muito frequentados nos últimos dias – é que Mauro Santos quer “vender” o PSD a Helder.
Se isso procede ou não, um fato é verdadeiro: Helenilson e Mauro, hoje, mal se falam e vivem uma briga de foice no escuro para saber quem fica com o PSD. Na última eleição, entre candidatos a senador – no caso o próprio Helenilson -, deputado federal e estadual, a legenda obteve mais de 840 mil votos. Um capital eleitoral nada desprezível
Entender a política no Pará, suas cascas de banana, as traições e rasteiras entre os caciques partidários, não é um exercício para iniciantes. É preciso decodificar sinais, com precisão quase cirúrgica, no noticiário dos jornais de Belém. Há certas reportagens publicadas, ou simples notas em colunas, que dizem mais nas entrelinhas sobre determinados adversários políticos do que qualquer tratado sobre demolição de inimigos.
Veneno impresso
Desde domingo passado, dia 9, por exemplo, o jornal “Diário do Pará” abriu sua caixa de ferramentas, desferindo estocadas contra Helenilson, a pretexto de manter sob sangramento permanente o governador Simão Jatene. Segundo a manchete de capa daquele dia do jornal, a Seduc estaria entregando “quase R$ 200 milhões a um empresário acusado de comandar uma quadrilha de fraudadores de seguros de acidentes de trânsito”.
O caso envolve licitação de R$ 198 milhões, realizada no dia 17 de junho, vencida por Alberto Pereira de Souza Junior, que chegou a ser preso, em março de 2008. A licitação é o Pregão Eletrônico 017/2015, realizado pela Secretaria Executiva de Educação (Seduc), para a contratação de um curso móvel de inglês, para 110 mil alunos das escolas públicas estaduais. Quem venceu o pregão foi a empresa BR7 Editora e Ensino Ltda., que pertence a Alberto Pereira. A outra sócia da empresa, a advogada Angélica Laucilena Mota Lima, também acusada pelas mesmas fraudes no esquema de acidentes, e que atua em pelo menos 280 processos de seguros e acidentes de trânsito.
O jornal não ouviu Helenilson Pontes – a ordem, em casos assim, é atropelar a ética jornalística -, o que seria fácil, pois bastava mandar o repórter pessoalmente ao prédio da Seduc, na avenida Augusto Montenegro, telefonar para o próprio secretário ou acionar a assessoria de imprensa. A matéria foi um claro sinal de que Helenilson, indiretamente fragilizado pela suposta irregularidade na contratação de empresa sem licitação, teria também perdido gordura política para continuar à frente do PSD.
Tirar Helenilson do comando do partido seria, desta forma, o melhor caminho para entregar a sigla a Helder Barbalho, que nem precisaria deixar o PMDB para virar cacique da sigla que, no plano nacional, é chefiada pelo ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
Na edição de hoje, quarta-feira, o “Diário do Pará” aciona novamente sua flecha venenosa contra Helenilson. Desta vez, o disparo veio na matéria sob o título “ Educação estadual é alvo de críticas da oposição”. O deputado estadual do PMDB, Iran Lima, foi o escalado para “mandar um recado” a Helenilson. Para Lima, o secretário deveria ser “mais presente” no cargo que ocupa.
Lima detona Helenilson: “ recebi informações de que o secretário possui um excepcional escritório de advocacia em São Paulo que lhe toma muito tempo. Secretário, quando é nomeado, é para trabalhar em tempo integral. Não é para passar três dias aqui e quatro fora”. Como a campanha contra o secretário está apenas no começo, aguarda-se novos petardos para os próximos dias, o que alimenta a suspeita de que, no reino barbalhal, Helenilson é a bola da vez. E o PSD o partido a ser abocanhado.
Vilaça treme em Barcarena
A propósito, em Barcarena, de acordo com o blog do radialista Carlos Baía, uma fonte do PSD confirma que tanto o deputado federal Éder Mauro atual presidente municipal da legenda em Belém, quanto Pontes decidiram que o partido terá candidatura própria à Prefeitura de Barcarena, em 2016.
Éder Mauro, na eleição passada, dos quase 266 mil votos obtidos em todo o Estado, 14 mil saíram das urnas de Barcarena. O PSD lançar um nome da própria legenda na disputa pela prefeitura de Barcarena, desse modo, seria uma resposta aos votos do deputado. Quem não gostou disso foi o atual prefeito do município, Vilaça, que ficou ouriçado ao ler a informação no blog de Baía, por tabela um virtual candidato a vereador.
Fonte: Ver-O-Fato
…. Daqui apouco os dois estão os melhores amigos .