Surto de gripe atinge nove aldeias do município de Altamira
Um surto de síndrome gripal vem preocupando a comunidade indígena em nove aldeias localizadas no entorno do município de Altamira, no sudoeste paraense. Na última sexta-feira (6), representantes da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), do Ministério Público de Altamira, do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), da Secretaria Municipal de Saúde de Altamira e da Norte Energia estiveram reunidos com o objetivo de buscar alternativas para conter a doença. Dez etnias integram o Dsei Altamira – Xikrin, Kayapó, Juruna, Arara, Arara Maia, Asurini, Xipaya, Kuruaya, Araweté e Parakanã –, distribuídas em 41 aldeias ao longo de três rotas distintas.
Segundo o Departamento de Epidemiologia da Sespa, os pacientes internados com síndrome gripal, inclusive os índios da Casa Indígena, já iniciaram o tratamento com Tamiflu para que o quadro não se agrave e não seja necessário fazer internação. “Estamos criando a Sala de Situação de Crise para o fluxo ocorrer de forma organizada e com resultados positivos”, ressalta a diretora de Vigilância em Saúde da Sespa, Rosiana Nobre.
Em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde de Altamira e o Instituto Evandro Chagas (IEC), está sendo organizado o fluxo do atendimento, a coleta de nasofaringe para pesquisa do agente causador do surto, levantamento da situação vacinal indígena e apoio técnico na investigação e bloqueio do surto. Será feita reunião técnica com os hospitais, vigilância municipal e Dsei para direcionamento das ações e estratégias de atendimento dos casos. O Laboratório Central do Estado (Lacen) estará de plantão para receber e processar as amostras neste fim de semana e encaminhá-las ao IEC para exames de biologia molecular. Com relação ao H1N1, ainda há casos em investigação.
A respeito dos casos de síndrome gripal nessas aldeias, a Sespa abasteceu, em quantitativo suficiente, o 10º Centro Regional de Saúde (CRS) do município com o remédio antiviral oseltamivir (de nome comercial Tamiflu), indicado para o tratamento e profilaxia de gripe em adultos e crianças. Uma equipe da secretaria e do Lacen se deslocou ao local, na sexta-feira (6).
Ainda segundo a Sespa, o Pará apresentou, em 2015, 186 casos notificados de Síndrome Respiratória Gripal Grave (SRAG), dos quais doze foram ocasionados por Influenza – H1N1, e registrou 19 mortes tendo como causa a SRAG. Somente um foi por Influenza.
Entre 1 de janeiro e 28 de abril de 2016, foram notificados 275 casos de SRAG, dos quais 86 foram confirmados para Influenza A (H1N1), sendo 57 na capital. Foram confirmadas oito mortes por H1N1, sendo que todas apresentavam comorbidades ou pertenciam ao grupo de risco. Foram cinco mortes em Belém, duas em Novo Progresso e uma em Marituba. Em Novo Progresso as mortes foram de crianças indígenas menores de 2 anos, com situação vacinal ignorada. Ambas moravam em aldeias localizadas nas proximidades do município.
Fonte: O Liberal