Médico alerta para epidemia de diabetes em Santarém
Dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) estimam que no Brasil, 12 milhões de pessoas tenham a doença, e o mais alarmante, pelo menos a metade delas não sabe disso.
Você deve ter se questionado o por quê, de termos utilizado no título desta matéria a palavra ‘epidemia’. Essa afirmação parece estranha, porque costumamos empregar o termo epidemia apenas quando nos referimos às doenças infecto-contagiosas, mas a atual explosão de casos de diabetes obedece a todos os critérios epidemiológicos necessários para caracterização de uma epidemia.
Diabetes mellitus é uma condição crônica que surge quando o pâncreas se torna incapaz de produzir insulina (diabetes tipo 1 ou insulinodependente), ou quando o organismo não consegue fazer uso adequado da insulina produzida (tipo 2 ou não insulinodependente). Noventa por cento dos casos pertencem ao tipo 2, e apenas 10%, ao tipo 1.
Diante do cenário nada animador, onde, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima-se que até 2025 o número de portadores de diabetes irá duplicar. Nossa equipe de reportagem entrevistou o Médico Pedro Coutinho, que atua na área de endocrinologia.
Jornal O Impacto: Por que a diabetes é considerada uma doença grave?
Dr. Pedro Coutinho: A diabetes atinge vários órgãos do corpo humano. Por exemplo, na região da cabeça, os pacientes têm maiores pré-disposição a ter Acidente Vascular Cerebral (AVC), geralmente são afetados na região dos olhos, e pode eventualmente desenvolver problemas cardíacos, além das alterações que podem ocorrer a nível renal, e em nível de região periférica, que são as parestesia de pés e mãos. A diabetes tipo 2, é mais comum no mundo e também no Brasil, é uma doença crônica onde a alimentação interfere muito. Mas, em que sentido? Hoje a população está tendo um excesso de peso, então, sobrepeso, a obesidade é um dos aspectos que tem influenciado as alterações glicêmicas, que a gente chama de resistência insulínica, por causa do excesso de peso. Isso tem levado muitas pessoas a desenvolverem a diabetes, devido a uma disfunção alimentar.
O paciente com diabetes tem três vezes mais risco de desenvolver uma AVC, que é o popularmente conhecido derrame, e também um risco maior de desenvolver um infarto agudo do miocárdio. E qual seria o motivo? Porque se trata de uma doença crônica, uma doença degenerativa, que ao longo do tempo, e por se tratar de uma doença silenciosa, pode passar de forma despercebida. Existem pessoas com diagnósticos de diabetes, há mais de três, quatro e cinco anos, e só percebem que tem a doença, a partir do momento que teve um infarto ou um AVC, que com exames específicos demonstram que a pessoa é portadora da diabetes, que não foi diagnosticada na fase inicial.
Jornal O Impacto: Quais seriam os sinais de alertas?
Dr. Pedro Coutinho: Existem alguns sinais que são bem característicos da diabetes. Como por exemplo, o aumento do hábito de tomar água várias vezes ao dia. A chamada polifagia, que é o paciente que geralmente come excessivamente, e mesmo assim acaba perdendo peso. E a poliúria, que é a principal característica da diabetes, que é aquele paciente que urina excessivamente, urina várias vezes ao dia, enquanto que uma pessoa normal vai apenas duas ou três vezes ao banheiro, um paciente com diabetes chega a ir sete, oito e até dez vezes durante o dia, e muitas das vezes à noite, acordando para ir ao banheiro. Então, são sintomas bem característicos, além é claro, daquele paciente que começa a ter uma perda de peso excessivo, é sempre importante investigar.
Jornal O Impacto: Como é o tratamento de um paciente com diabetes?
Dr. Pedro Coutinho: Cada paciente é um caso, e deve ser analisado por um profissional. A maioria das pessoas usa o que a gente chama de hipoglicemiantes, que são medicamentos usados para diminuir e controlar os índices glicêmicos. E tem aqueles pacientes onde esses medicamentos não estão dando conta, e assim faz-se necessário a utilização de insulina.
Existem, também, aqueles pacientes com apenas resistência insulínica, e muitas das vezes ele consegue controlar apenas com a alimentação, e com uso de adoçantes, e também por meio de uma reeducação alimentar e atividades físicas.
Jornal O Impacto: Alimentos regionais como: farinha, pupunha e açaí causam a diabetes?
Dr. Pedro Coutinho: Não é que a farinha, a pupunha e o açaí, fazem com que a pessoa desenvolva a diabetes, é importante a gente saber disso. Porém, mais importante ainda é a gente saber que esses alimentos que possuem carboidratos de um modo em geral, eles interferem nos níveis glicêmicos, porque os carboidratos são fontes de energia. A pessoa que não é diabética, não tem problema nenhum em consumir normalmente nas sua refeições. Mas, aqueles que são diabéticos, necessitam de ter um controle nesta alimentação, diminuir o máximo possível do consumo de carboidratos, porque eles são os principais fatores que fazem aumentar a glicose no organismo. O sucesso do tratamento de um paciente com diabetes, está diretamente relacionado a uma reeducação alimentar e atividades físicas.
Por: Edmundo Baía Junior
Fonte: RG 15/O Impacto
É por isso que o jornal impacto é o mais lido da região. Fico grato por receber através de uma matéria tão importante quanto está, informações relevantes. Obrigado!
Parabéns! Dr. Pedro Coutinho, você é um excelente endocrinologista.
MUITO BOA A ENTREVISTA.EDMUNDO BAHIA CONTINUE EXERCENDO SUA ATIVIDADE JORNALISTICA COM DENODO E COMPROMISSO EM BEM INFORMAR AOS SEUS MILHARES DE LEITORES.PARAFRASEANDO O CANTOR ROBERTO CARLOS EU COM O DEVIDO RESPEITO,DIGO.VOCE E´O CARA!