Antônio Rocha: “Minha vontade é ser prefeito de Santarém”

Deputado por cinco legislaturas, o parlamentar Antônio Rocha, nesta entrevista fala sobre os bastidores da política estadual, onde o senador eleito Jader Barbalho confiava que o STF daria parecer favorável a sua eleição, como aconteceu na semana passada. “Nós do PMDB sabemos que o voto ainda é considerado como vontade popular”, disse Antônio Rocha, que declara sua vontade em ser Prefeito de Santarém e espera o apoio do PT. O Deputado também fala dos dissidentes e da dor que sentiu com a morte da professora Maria do Carmo, candidata do PMDB à Prefeitura do recém criado município de Mojuí dos Campos. Confira:

Jornal O Impacto: Deputado, como o senhor, um dos caciques do PMDB na região, analisou a volta triunfal de Jader Barbalho ao Senado, depois da decisão do STF?

Antônio Rocha: Nós sempre acreditamos na Justiça e sabemos que o voto ainda é considerado como vontade popular. Por essa razão é que a Justiça entendeu que Jader, sendo o segundo mais votado, com um milhão e oitocentos mil votos, no Estado estava pronto para ser submetido a um julgamento jurídico, não político, que criou este problema todo, mas nós do partido e os advogados que muito entendem da legislação eleitoral, sabíamos que a Justiça iria consertar o erro. O próprio Jader Barbalho tinha consciência, tanto que em uma reunião ele afirmou que assumiria o Senado, apenas faltavam poucos dias para essa decisão. O voto do povo teria que ser considerado e respeitado, bastava apenas a Justiça fazer valer esse direito popular que foi ganho nas urnas.

Jornal O Impacto: Como está a situação do PMDB neste governo de Simão Jatene?

Antônio Rocha: Houve uma reunião onde ficou decidido para que lado o PMDB iria, se Ana Júlia ou Simão Jatene, foi,  então, optamos por dar respaldo ao candidato Simão Jatene, que foi eleito. Fizemos uma negociação e depois desse acordo, o Governador eleito deu ao PMDB cinco secretarias; entre elas a Sagri e a Secretaria de Pesca.

Jornal O Impacto: A pergunta que muitos fazem: o PMDB vem com candidato próprio nas eleições municipais em 2012?

Antônio Rocha: Nós do PMDB estamos nos preparando para enfrentar eleições municipais em Santarém. O que eu tenho a dizer é que o PMDB tem ajudado, colaborado com outros partidos na administração pública. Ajudou o Democratas, agora tem ajudado o PT a governar o município de Santarém. Então, chegou a hora do PMDB se preparar para governar o município de Santarém. Todos sabem que o PMDB é um partido que sempre respeitou e governou com o povo. Esperamos que, assim como a gente apoiou o PT nestes quatro anos, que o PT também tenha consciência e ajude o PMDB nestas próximas eleições.

Jornal O Impacto: Quem seria o candidato do PMDB: o senhor ou o secretário José Antônio Rocha?

Antônio Rocha: O PMDB em Santarém tem vários nomes e nós vamos fazer uma avaliação. Meu nome surge como um dos indicados.

Jornal O Impacto: O senhor, então, seria um forte candidato do partido?

Antônio Rocha: Veja bem, nós temos uma experiência na administração, isso deve ser avaliado pela população, entre as pessoas que tem trabalho pela população e pela região. É preciso se preocupar para não entregar o Município nas mãos de pessoas que querem beneficiar a si próprio. Quanto a mim, todos me conhecem, sabem das minhas origens, sou caboclo nascido no Lago Grande, estou tendo a felicidade de ser Deputado por cinco mandatos; fui Vereador em Santarém, nunca me apropriei das coisas públicas; não respondo a nenhum processo, então, tenho cacife suficiente para dizer que sou pretenso candidato a Prefeito de Santarém. Tenho muita vontade de ser Prefeito de Santarém, porque quero mostrar que quando se tem boa vontade em construir as coisas, eu sei fazer.

Jornal O Impacto: O falecimento brusco da professora Maria do Carmo, afetou muito ao PMDB regional?

Antônio Rocha: Com toda certeza. Nós ficamos muito abalados com a perda dessa grande companheira, dessa mestra da educação que muito serviu Mojuí dos Campos. Foi através desse trabalho incansável que ela prestou à comunidade em Mojuí dos Campos que nós a indicamos como candidata a Prefeita. Seu nome iria permanecer como candidata, mas infelizmente Deus a levou e nós do PMDB temos que ajustar outros nomes para disputar eleição em Mojuí dos Campos

Jornal O Impacto: O que o senhor tem a dizer sobre os dissidentes do partido?

Antônio Rocha: Eu quero dizer que em nenhum momento eu prejudiquei, nem A nem B. O vereador José Maria Tapajós chegou a ser Prefeito de Santarém por seis meses, graças ao meu apoio e ao meu prestígio político, que fez com que ele continuasse na presidência da Câmara. Nunca atrapalhei José Maria Tapajós, nem o vereador Maurício Corrêa. O Maurício quis me atropelar nas últimas eleições, tentando me desrespeitar e fazer acordos com a cúpula do partido, para me tirar do pleito. Mesmo assim, eu não faço política com rancor, nem prejudicando ninguém.

Jornal O Impacto: O senhor é defensor ferrenho da emancipação da Vila de Curuai, na região do Lago Grande. Como está sendo feito o processo de emancipação desse Distrito?

Antônio Rocha: Veja, Mojuí dos Campos está aguardando as eleições de 2012, enquanto em Vila do Curuai nós estamos trabalhando para criar o Município; aguardando a hora propícia para apresentar o projeto de criação do novo Município, que está na Assembléia Legislativa do Estado. Com a criação de mais municípios na região Oeste do Pará, a criação do Estado do Tapajós vai ficar cada vez mais reforçada.

Por: Carlos Cruz