Instrutor de PM morto será indiciado por homicídio e policial que fez disparo está preso

“O instrutor do curso será indiciado por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) porque era obrigado a fazer a inspeção final em todas as armas do treinamento”. As palavras são do promotor de Justiça Militar Armando Brasil, responsável pela ação penal do caso do policial militar Wagner Martins Santa Rosa, morto nesta sexta-feira (19), após ser atingido por um disparo durante um treinamento no Instituo de Segurança do Pará (Iesp).

Além do instrutor, identificado apenas como cabo Geandersson, foi também indiciado o policial que fez o disparo que atingiu a região da nuca do cabo Wagner. Ele encontra-se detido no presídio militar Anastácio das Neves.

PROCEDIMENTO TOTALMENTE INCORRETO

Todo treinamento das forças de segurança pública exige, pelo menos na teoria, um rigoroso sistema de controle para assegurar a integridade dos oficiais. De acordo com o promotor militar, no caso do treinamento que tirou a vida do PM Wagner, houve negligência por parte de todos os envolvidos.

“A arma deveria estar descarregada, não é permitido nenhum tipo de munição durante este tipo de treinamento militar

O procedimento militar correto exige que a mesma arma seja inspecionada três vezes. Primeiro o participante do treinamento deve fazer uma verificação, e em seguida a repassar para um outro colega, para que seja feita uma nova inspeção. Na fase final, a arma ainda deve ser inspecionada pelo instrutor. Somente após estas três inspeções, a arma pode ser liberada.

“O Instrutor tem dever jurídico, pois era o principal responsável. Os cabos não fizeram as inspeções e ele deixou passar”, lamenta Armando Brasil.  

(Igor Wilson)

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