A Proteção de seus Algozes
Artigo de Fábio Maia
Já dizia Maquiavel:
“Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!”
Burocratas têm o privilégio de praticar um esporte delicioso: gastar o dinheiro dos outros. Só que os “outros” somos nós, os escravos que produzem e pagam impostos para alimentar nossos algozez. Também são especialistas em impor o ônus de sua proteção sobre a sociedade, sob o manto ideológico de homens de mentes intemperantes e poder subversivo, que adoram advogar na direção da intervenção estatal na vida do indivíduo, com a desculpa de protege-lo. São pessoas que falam com a certeza e a convicção que a ignorância confere. Como dizia Will Rogers: “Todos somos ignorantes, apenas em assuntos diferentes”.
Entretanto, o problema se da quando a maioria da população aceita de bom grado, e até aplaude a submissão, achando que o quê lhes é ofertado “grátis” pelo estado, jamais o conseguiriam por si próprio. Preferem se auto-intitular por raças, encaixando-se em alguma cota social, garantindo acomodação sob a “proteção” do estado. No entanto, essa proteção não é para que os indivíduos desenvolvam e melhorem sua situação atual, muito pelo contrário, querem submeter essa grande parcela da população a trabalhos de subsistência, na aceitação forçada do primitivismo, criando uma falsa sensação de melhoria de vida e valorização cultural, no que, inevitavelmente, causa a dependência estatal e pavimenta o alicerce da pobreza e da desigualdade, pois o trabalho não é um fim em si mesmo. As pessoas trabalham para criar valor, o que em troca lhes garante um salário que os ajuda a sustentar suas famílias. Já passamos da época em que trabalhávamos apenas para sobreviver. É assim que se começa o processo de enriquecimento e de melhora no padrão de vida de uma sociedade.
Usar a intervenção do estado, para querer que o desenvolvimento seja bloqueado, e que toda uma economia seja engessada, impedida de progredir simplesmente sob o pretexto de que uma minoria deve manter seu estilo de vida primitivo, é um recurso meramente emocional, além de um relativismo moral e intelectual.
Ninguém é impedido de viver da forma que bem entender (primitivo ou moderno), desde que não infrinjam leis e usem de seus próprios recursos e propriedade privada para tal. O que não pode ocorrer, é isso dispor de financiamento e imposição do estado, sob o falso manto da “proteção” de direitos para uns, e debitando todo o ônus dessa prática na maioria da sociedade.
Nenhuma economia rica se desenvolveu protegendo setores distintos da sociedade, pois a evolução do modo geral de vida, é o próprio sinal do progresso.
Se o pensamento ideológico dessa turma já tivesse vigorado lá atrás, hoje ainda viveríamos em cabanas e estaríamos pescando ou caçando de forma artesanal nossa alimentação. Mas talvez esse seja o sonho dessa “elite intelectual”, que vive no mundo que progrediu e usufruem plenamente de tudo que o desenvolvimento pode lhes proporcionar, mas quê, veem em nossa região, e principalmente na população, uma sociedade dispensável, passiva e disposta a aceitar uma realidade que eles próprios não se dispõe a viver.
Portanto, essa prática “cultural” que já é constante em nossa sociedade, é um indicativo das razões pelas quais uma região tão rica de recursos e capital humano, insista em continuar subdesenvolvida, com uma população pobre, submissa e obediente as escolhas e a “proteção de seus algozes”.
Fonte: RG 15/O Impacto