“Quem não conhece seu passado, está condenado a repeti-lo”. George Santayana

Artigo de Fábio Maia

A Argentina nas vésperas da Primeira Gerra Mundial (1914 – 1918), o PIB per capita se comparava ao da Alemanha e dos países Baixos, e era superior ao de vários países da Europa, como a Espanha, Itália, Suíça e Suécia. Era também a maior economia da América do Sul, com um PIB quase 50% superior ao do Brasil.

A Venezuela também vivenciou um substantivo crescimento econômico e rapidamente se transformou em um dos países mais prósperos da América Latina já na década de 1950, figurando em quarto lugar no ranking mundial em termos de PIB per capita, e níveis sem precedentes de desenvolvimento econômico entre as décadas de 1940 e 1970.

Contudo, o que esses dois países tiveram em comum durante esse período de ascensão econômica? Liberdade econômica! Facilidade para se fazer negócios! Desburocratização! Respeito a propriedade privada e ao gerador de riquezas! Mercado aberto ao investidor estrangeiro! Ou seja, o estado não era “regulador” da economia.

Entretanto, assim que ambos se arriscaram nas águas turvas das políticas populistas – que ao invés de incentivar a geração de riquezas, empregos e renda, prometem igualdade econômica à todos além de assistencialismo estatal – ambos entraram na decadência econômica na qual conhecemos hoje.

Alguns analistas gostam de mostrar como era boa e próspera a vida da população no período dos governos populistas – que surfaram no assistencialismo, possibilitado pelo acúmulo de capital na época da política de mercado – como se toda destruição vindoura tivesse sido um acidente fortuito e totalmente inesperado. E a culpa quase sempre recai sob as medidas “impopulares” de seus sucessores.

Mas o quê esses analistas convenientemente ignoram, é que as sementes da destruição foram plantadas exatamente durante aqueles “anos gloriosos” dos governos populares.

Pior para os pobres. Porque é sabido que os investidores fogem do populismo, da insegurança jurídica e da irresponsabilidade fiscal.

Quando se assume ser um governo nacional desenvolvimentista, onde o estado se torna o protagonista da economia, e não o próprio mercado, este não é um estado que redistribui dos ricos para os pobres. É um estado que impede os pobres de ficarem ricos.

O Brasil, vive esse nacionalismo bocó à décadas, onde empresas estatais são glorificados, e a iniciativa privada demonizada. Esse processo foi acentuado no governo Getúlio Vargas, passando pelos militares, e tendo nos governos petistas, a última e não menos inconsequente e acentuada experiência de estado provedor. É o império dos setores estratégicos, dos campeões nacionais e do protecionismo econômico.

Durante esse último século, constituição após constituição, a liberdade econômica e a facilidade para se fazer negócios e gerar empregos foram restringidos, e o estado tornou-se cada vez mais o “motor necessário” para o desenvolvimento. Pura bobagem!

No mundo real, sabemos que para você adquirir algo, você antes tem de produzir riqueza. Para algo ser consumido, ele primeiramente tem de ser produzido. Não há como inverter essa relação.

Já no mundo do “estado provedor”, o consumo vem antes da produção. Você ganha crédito para gastar e se endividar, tornando-se a nova “classe C”.

Poupar torna você pobre, por isso o governo guarda o FGTS para você, e lhe devolve com uma correção abaixo da inflação.

O governo tributa de forma exorbitante e gastar com serviços “universais gratuitos”, dizendo fazer que todos tenham bem estar social, mesmo que se gaste muito mais na manutenção desse sistema, do que na qualidade do serviço que será realizado.

Em um país onde se paga em média 35% de imposto em tudo que se consome, e se trabalha 5 meses do ano só para cobrir essa carga tributária, falar em “mais estado” é uma piada.

Segundo o ranking do banco mundial, é mais fácil abrir uma empresa na Síria, em Gaza ou na Cisjordânia do que no Brasil. Parece o caminho certo para construir um país próspero?

Um país que atrapalha o emprego.

Que é classificado como uma das 30 economias menos livres do mundo.

Que possui altos impostos, juros abusivos, excesso de leis, relações de trabalho engessadas, violação ao direito sagrado de propriedade privada, liberdade de crença e até pensamento são desrespeitados nas escolas e universidades após anos e anos de doutrinação marxista, parece ser um país em desenvolvimento?

Tem um ditado que diz, “é inteligente quem aprende com seus erros, mas é sábio quem aprende com o erro dos outros”.

Quando vejo que discursos demagógicos prometendo assistencialismo fácil de governantes populistas ainda tem eco na sociedade, percebo que estamos muito longe da sabedoria!

Fonte: RG 15/O Impacto

2 comentários em ““Quem não conhece seu passado, está condenado a repeti-lo”. George Santayana

  • 8 de junho de 2018 em 09:10
    Permalink

    Desrespeito à propriedade privada, o populismo inconsequente, impostos altíssimos e educação cambaleante, temperada com doutrinação marxista, eis a fórmula pro subdesenvolvimento !

    Resposta
  • 7 de junho de 2018 em 16:35
    Permalink

    Infelizmente essa é a realidade deste país,o povo brasileiro ainda é primitivo ainda não desenvolveu maturidade o suficiente para fazer suas próprias escolhas nem para tomar decisões importantes sobre o futuro do país onde vivem.
    Mesmo sendo esfregado nas suas caras dia após dia a corrupção dos governantes a cada 4 anos eles colocam os mesmos ladrões no poder.
    O que nos leva a percepção de que o problema do Brasil talvez não sejam os políticos corruptos mas sim o próprio povo brasileiro !

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *