Santarém, um gigante eleitoral, mas um anão político!!
Artigo de Fábio Maia
“O Preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior” Platão (c. 428 – 347 a.c)
Como já dizia Platão, ao contrário do que muitos pensam, a política faz parte de nossas vidas, você querendo ou não. A política decide sobre as obras do seu município, que ruas serão asfaltadas, se a ponte que caiu será reconstruída, se terá médicos, equipamentos e medicamentos nos hospitais e postos de saúde, se terá professores, cadeiras e merenda nas escolas. Ela decide o preço do gás, da gasolina, os impostos embutidos na conta de energia, no arroz, na carne, no preço da água e na falta dela nas torneiras. Política está na sua casa, quando você e seus familiares têm que chegar a um consenso sobre quanto irão gastar nas despesas domésticas, quanto irá para o lazer e se sobrará para uma poupança.
Isso é fazer política. Aceitar a opinião de outro hoje, para ter a sua aceita amanhã.
Sabendo que tudo em nossas vidas é regido pela política, eu, além de gostar, me envolvo nela intensamente, pois não quero pagar o preço de ser dominado por quem a faz, e, muitas vezes, sem, digamos, a competência esperada.
Contudo, oposto a mim, existe também aqueles que dizem odiar a política, e preferem não votar, ou vota em “qualquer um”. No entanto, penso que o motivo que leva essas pessoas a se dizer avessas à política, seja mais por não saber o verdadeiro significado da palavra, e – ou – a abrangência que a política alcança em nossas vidas, e, eles gostando ou não, escolhendo ou não, sempre alguém será eleito para tomar as decisões e “fiscalizar” todos esses segmentos que envolvem o nosso dia a dia.
Continuando o raciocínio, e agora, de acordo com nossa realidade – lembrando que já tivemos legislaturas com três deputados federais, quatro estaduais -, a próxima realidade política que se aproxima, onde teremos “ZERO” representantes na Alepa e no Congresso Nacional, acende uma luz vermelha mostrando que temos que parar e pensar: Onde erramos, e o que queremos daqui pra frente?
Entretanto, o que mais me impressionou, foi ver eleitores santarenos felizes, achando vantagem não termos representação política, dizendo que: “nunca fizeram nada”, e coisas do tipo. Até entendo a repulsa da população em relação a velha política, no entanto, não eleger “ninguém”, nem mesmo as novas opções que se disponibilizaram!! Aí não ajuda em nada, e ainda atrapalha e muito o Prefeito na aprovação de projetos, e na captação de recursos para a nossa cidade.
Apenas a título de comparação, nossa vizinha Itaituba quase elegeu dois representantes para sua cidade. Hilton Aguiar em sua reeleição, e o jovem Wescley, que já ocupava o cargo de Vereador, e que por um pouco mais de 100 votos, não garantiu a segunda vaga. Oriximiná, elegeu um Deputado Federal e um Estadual, mantendo um peso político considerável para sua cidade, além de voz ativa na captação de recursos e projetos. A pequena Prainha, com seus poucos mais de 22 mil eleitores, elegeu um Deputado Estadual. Eraldo Pimenta foi reeleito pelo município de Uruará, além de outros tantos, mas vamos ficar apenas nesses exemplos mais próximos.
Contudo, o que esses municípios terão em comum a partir de 2019? Resposta: Representação política e voz ativa na Câmara Legislativa Estadual e no Congresso Federal. Coisa quê, infelizmente, Santarém não terá!
Se a luta do prefeito Nélio pela busca de recursos financeiros para realizar os projetos que a cidade precisa já estavam árduos, imagine agora, sem ninguém para cobrar do Governador e do Presidente os recursos e obras necessárias para o desenvolvimento da nossa cidade.
Por mais boa vontade e altruísmo regional que os novos eleitos dos municípios vizinhos possam ter conosco, eu duvido muito que seus esforços para ajudar Santarém, sejam tão grande quanto o seu desejo de fazer pela cidade que o elegeu!
Portanto, voltando à nossa terrível realidade, vejo que o orgulho de ser um analfabeto político é tido como a maior virtude para muitos eleitores, e, assim, no mesmo embalo, estão alguns caciques partidários que pararam no tempo, e acham que podem vencer, ou eleger seu candidato com as mesmas práticas da velha política, se achando “herdeiros de currais eleitorais”, e “donos de votos”.
No entanto, não estou aqui para apontar culpados. Mesmo porquê, acho que é uma sequência de erros e outras dezenas de culpados políticos, além de milhares de eleitores.
Portanto, só posso afirmar que Santarém, apesar de ser o terceiro maior colégio eleitoral do Estado do Pará, sendo um gigante eleitoral, tornou-se um “ANÃO POLÍTICO”, sem obras, sem indústrias, sem empregos, e, agora, sem voz e representação política…
Lamentável!!
Fonte: RG 15/O Impacto
Muito boa essa análise política ,onde fica evidente a nossa ignorância política.Moro em Itaituba,mas transito pela região ,onde temos inúmeras riquezas e outras tantas mazelas.Grandes potencialidades econômicas que nos elevariam a uma vida muito mais digna,e,de quebra, poderíamos ter uma enorme representatividade, até mesmo na defesa do futuro Estado do Tapajós.Temos de repensar, juntos, como nos adaptar à novas formas de fazer política , interativa e compartilhada.