Polícia investiga morte de mulher que teria feito cirurgia plástica, em Belém

Alguns documentos médicos foram encontrados na casa da mulher.

A Polícia Civil de Ananindeua deve investigar a morte de Gideane da Silva Rodrigues, de 35 anos, que faleceu no domingo (20) de manhã após passar por uma cirurgia plástica em uma clínica particular localizada no bairro do Reduto, em Belém. O caso surpreendeu a família, que não foi informada do procedimento. A filha da mulher, uma adolescente de 15 anos, chegou a pedir socorro. Paramédicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ainda tentaram reanimá-la, mas não adiantou.

Segundo o ex-marido de Gideane, Elder Rodrigues Júnior, na última quarta-feira (16), ela chegou a pedir R$ 400 emprestado para pagar uma endoscopia. “Ela me disse para ficar com uma cópia da chave do apartamento, caso acontecesse algo que era para eu vir aqui. Na hora, não me atentei. No mesmo dia, ela mandou uma mensagem para a mãe dizendo: ‘mãe, nunca se esqueça que eu lhe amo’”, contou.

Gideane e Elder estavam separados há um ano e meio e têm um casal de filhos que moram com o pai. Com a separação, uma casa foi vendida e o valor foi dividido entre eles. “Ela era vaidosa. Lembro que há muito tempo dizia que se tivesse dinheiro faria uma lipoaspiração. Era o sonho dela”.

Ontem de manhã, a filha do casal, que havia dormido com a mãe na noite anterior, foi ao mercado. Na volta, viu a mãe passar mal no quarto. A menina pediu ajuda aos vizinhos do condomínio, localizado no bairro Distrito Industrial, em Ananindeua. Quando o Samu chegou, a mulher já estava morta. Foi aí que os paramédicos identificaram um corte na barriga de Gideane, típico de uma abdominoplastia – procedimento cirúrgico estético para remover gordura e pele em excesso do abdômen.
Gideane morava sozinha. Depois da suposta cirurgia, ela teria subido quatro andares de escada e não teria contado com a ajuda de ninguém desde então.

Familiares procuraram evidências da cirurgia e encontraram documentos da clínica, localizada na rua Tiradentes, com a travessa Piedade, no Reduto, onde supostamente a mulher realizou o procedimento. Também foram encontrados pedidos de exames pré-operatórios, receitas médicas e rascunhos de alguns valores que totalizavam R$ 11 mil.

INVESTIGAÇÃO

De acordo com o delegado Gilanderson Caldas, plantonista na Seccional Urbana da Cidade Nova, onde o caso foi registrado, um inquérito policial será instaurado para apurar a morte da mulher. “O resultado apontará se houve ou não erro médico. Se houver, o médico responsável poderá responder pelo crime de homicídio culposo [quando não há intenção]”, explicou.

Fonte: Michelle Daniel/Diário do Pará

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