Animus: As metáforas da vida sob o olhar poético do escritor Nazareno

Obra aborda – além de histórias da Amazônia – as dimensões filosóficas e políticas do sentimento da vida humana

Nazareno Santos lança seu livro neste sábado, na Casa da Cultura, em Santarém

Paraense, nascido em Castanhal, Nazareno Santos faz dos seus poemas a forma de retratar a vivência e cultura amazônica. Em seu 12º livro, Animus, as prosas se misturam com as histórias regionais e fazem um conjunto de viagem sob o olhar do autor na região amazônica e as questões da vida. Nazareno Santos também foi por muitos anos correspondente do Jornal O Impacto no município de Itaituba.

Desde criança, a literatura já fazia parte da sua rotina, na escola os rabiscos eram seu meio de mostrar o mundo ao seu redor e seus sentimentos. A partir daí a leitura se fez presente na sua vida e tornou-se um hábito de estimulação para os seus textos.

“Eu sempre fui muito curioso, sempre gostei muito de ler. Quando criança eu gostava de entender os significados das coisas, a cor das coisas me atraia, a fantasia das coisas me atraia, e eu ficava imaginando como a imaginação cria e gera coisas tão interessantes, e eu queria como escritor um dia poder também fazer isso para as pessoas”, diz o escritor.

LIVRO PROVOCANTE, FILOSÓFICO E SIMPLES: A obra aborda – além de histórias da Amazônia – as dimensões filosóficas e políticas do sentimento da vida humana. Animus mescla muito bem metáforas sobre a vida e, experiências e olhares do autor sobre o mundo e as questões sociais.

Animus é um livro provocante, filosófico e ao mesmo tempo simples que resulta em um certo fascínio poético após a leitura. Certamente quem tiver contato com essa obra encontrará um itinerário de escrita admirável capaz de proporcionar diferentes sensações. O fato é que a singularidade do autor em conseguir descrever situações magníficas através de poemas faz com que essa obra adquira um valor inestimável.

As poesias de Nazareno passeiam por temas como o sentindo da vida, como o homem dá grande valor ao ouro (dinheiro) e sua vivência em Itaituba, que há mais de 30 anos convive com o mundo do garimpo de perto. Esse cenário inspirou a maioria de suas prosas e versos. Através de metáforas e reflexões o autor vai mostrando detalhes do que ele presenciou nesse meio.

Os caboclos e caboclas da Amazônia são personagem também de seus versos. Suas andanças pelo Estado fizeram de Nazareno um observatório de culturas e hábitos de diversos municípios dos quais ele descreve filosoficamente em seus versos.

Essa obra, entre todas as outras do autor, se difere grandemente na forma de abordar os temas e como são escritos. Segundo o escritor, a obra desde o início foi pensada com tons filosóficos em que os poemas são colocados como reflexão de alguma situação do cotidiano ou da vida.

“Animus, entre todos os livros que escrevi, é o que quebra todos os paradigmas. Quando comecei a escrever Animus eu quis fazer uma poesia mais filosófica, diferente de todos os meus outros livros”, afirma Nazareno.

No livro, Nazareno além dos seus poemas tradicionais com tons filosóficos fez, também, poemas no estilo Haikai, um tipo de poema curto e que valoriza a objetividade, é a arte de dizer o máximo com o mínimo de palavras. Geralmente esses poemas evocam em sua narrativa a exploração da vida, procurando criar uma imagem de algum pequeno momento ligado à natureza de alguma forma.

“Animus é um livro que ajuda muito a repensar conceitos, valores, vidas e amores, o verdadeiro sentindo do que é a vida, qual a razão de ser no mundo onde só se tem o ter”, explica o escritor.

O livro é uma produção independente do autor, como a maioria de suas obras, e está sendo lançado primeiramente em Santarém neste sábado, dia 6 de abril, na Casa da Cultura.

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: Amiga de Nazareno, Rosângela Aguiar é enfermeira, mas se encontra escrevendo poemas e faz uma participação especial em Animus. No livro, dez poemas são colocados, e segundo Nazareno, a poetisa coloca “toda a alma feminina, e com isso dá uma dualidade do feminino e masculino na linguagem e na poética”.

Rosângela é natural de Brasília e mora há 30 anos em Itaituba e ainda não tem nenhum livro publicado, mas escrever poemas é uma das suas formas de se expressar sobre o mundo e de colocar em posição sua identidade feminina.

ANDARILHO DAS LETRAS: Codinome de Nazareno, Andarilho das Letras é a referência ao momento atual em que o autor está vivendo, ele se tornou um escritor nômade. Ele carrega com si lançamentos e incentivos para a leitura de livros através de ações nos municípios do estado do Pará.

Em muitas ocasiões, sem ajuda governamental dos municípios, Nazareno improvisa e faz seu próprio “show” com o que pode para incentivar a leitura. Já fez saraus em ruas e agora com o lançamento do livro pretende levar mais essa obra para as suas andanças.

Segundo ele, um livro é capaz de gerar ideias e imaginações, e fazer as pessoas viajarem pra dimensões inimagináveis. Os livros são construídos com um propósito, mas a partir do lançamento ele já não é somente a ideia do autor, ele estará aberto a ideias de todos os que o lerem.

Por: Elmaza Sadeck

Fonte: RG 15/O Impacto

2 comentários em “Animus: As metáforas da vida sob o olhar poético do escritor Nazareno

  • 2 de março de 2022 em 18:32
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    Cada dia que nasce um escritor, a vida se eterniza.

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  • 4 de abril de 2019 em 22:05
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    quero agradecer o jornal Impacto e as demais mídias santarenas que valorizam e incentivam a cultura regional. Obrigado isso em muita contribuirá para o sucesso do lançamento do livro neste sábado dia 06 na Casa de cultura

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