Coronel Tomaso desponta como pré-candidato à prefeitura de Santarém
A lista de possíveis candidatos para o cargo de prefeito de Santarém nas próximas eleições tem aumentado. O mais novo a pleitear o cargo é Héldson Tomaso, Coronel da Reserva da Polícia Militar e ex-comandante do Comando de Policiamento Regional 1 (CPR-1). Com a ficha militar extensa, o coronel da reserva se tornou uma figura bastante conhecida da população santarena quando o assunto se trata de segurança pública, e agora vê com bons olhos a possibilidade de se tornar uma figura política.
Ainda que pregue a cautela quando se trata da candidatura de fato, o coronel da reserva já se articula e busca um partido para se filiar e levar o nome em uma vindoura campanha. Segundo ele, a ideia de se candidatar veio após conversas com a sociedade civil santarena e boa recepção que viu a respeito do seu nome quando o assunto era dos possíveis candidatos ao cargo ocupado atualmente por Nélio Aguiar.
“Como todos sabem, fui para a reserva da Polícia Militar esse ano, e como escolhi morar em Santarém – gosto muito daqui – vinha à algum tempo recebendo convites para lançar uma futura candidatura a prefeito de Santarém. Já vinha conversando, até com minha família, e o que me chamou atenção foi esse convite ter vindo da sociedade civil. Isso que está me levando a aceitar esse desafio, de colocar uma alternativa diferente nesse mundo que envolve a política. Tenho certa experiência com a vida pública e gestão, o que está sendo levado em consideração e agora vamos começar a trabalhar para ver como que as coisas vão caminhar”, relata o coronel da reserva Héldson Tomaso.
COMANDO DA LES E VIDA MILITAR
Após deixar o comando do CPR-1, o militar atua mais recentemente como vice-presidente da Liga Esportiva de Santarém (LES), entidade que rege o futebol amador na cidade. Para ele, sua vida dentro da Polícia Militar, experiência acadêmica e ampla vivência dentro da segurança pública o credenciam para ser candidato a Prefeito de Santarém e até mesmo ser o líder do poder executivo municipal em caso de vitória.
“Dentro da instituição são trinta anos trabalhando com gestão e isso em uma pasta altamente complicada, que é a segurança pública. Passei por diversos comandos, com áreas difíceis de serem trabalhadas – como Abaetetuba, Tucuruí e Castanhal – e com índice de criminalidade alto. Mas sempre, com um trabalhado de gestão, conseguimos reduzir esses números. Aliado a isso, também há o conhecimento técnico, tenho MBA em Gestão Governamental pela UFGV, especialização pela Escola Superior de Guerra na Área de Inteligência no Rio de Janeiro, Mestrado na UFPA em mediação de conflitos e segurança pública também. Tudo isso ajuda na possibilidade de assumir esse desafio, principalmente por conversar com grupos que buscam algo diferente para Santarém, cidade que aprendi a amar. Hoje em dia sou cidadão santareno, minha filha está aqui, minha esposa está aqui, escolhemos ficar aqui e se pudermos fazer algo a mais que possa ajudar nesse processo, vamos estar à disposição, porque a gente gosta de desafios”, comenta.
PROCURA POR PARTIDO E DISTÂNCIA DA VELHA POLÍTICA
No pouco mais de um ano que falta para as eleições municipais, o coronel da reserva traça uma linha de campanha política que mais se aproxima de partidos da direita. No entanto, ele ainda procura não dar nomes de qual vai se filiar, afirmando apenas que manterá distância dos já tradicionais, pois busca algo novo, não voltado para o que chama de “velha política”.
“Nem que fossêmos procurados por esses partidos (mais tradicionais) não teríamos interesse, pois queremos uma nova forma de fazer política. Se fosse assim não participaria, pois penso em uma forma totalmente diferente e estamos em busca desse partido – tem um que está encaminhado. Nunca fui filiado a partido nenhum, até por estar na Polícia Militar, eu pelo menos nunca carreguei bandeira nenhuma lá dentro, pelo contrário, acho que o trabalho do servidor público é em prol do cidadão e não de partidos. Agora estamos abertos a esse diálogo e vamos conversar e ver como as coisas evoluem”, ressalta.
PREDILEÇÃO PELA DIREITA E APOIO DENTRO DA PM
Coronel Tomaso está conversando com um partido e tem quase tudo firmado para se filiar, o que pode ser oficializado até o fim do mês de agosto e início de setembro. Para ele, atualmente seus principais incentivadores são alguns grupos de direita e membros das polícias do Estado.
“As frentes de direita, principalmente aqui de Santarém, estão nos apoiando e foi praticamente quem nos convidou. Isso me chamou atenção, pois partiu da sociedade, o que nos dá mais independência, buscando a meritocracia ao invés do trabalho político que envolve indicações. Recebi alguns telefonemas de policiais daqui e de fora me incentivando ainda quando estava só pensando em tudo isso. Apenas hoje que estamos lançando o meu nome para essa empreitada. É um desafio altamente interessante. Sempre coloquei para os meus policiais, a gente tem sempre que procurar fazer o melhor, o máximo e ser o melhor. Então ter um desafio desses, de assumir uma prefeitura e tentar fazer algo que fique na história é o que está me incentivando mais a ter esse desafio pela frente”, comenta.
RESULTADOS AO COMANDO DO CPR-1
Muitos dos resultados da segurança pública em Santarém são reflexos da gestão do Coronel Tomaso à frente do CPR-1. Em 2019, a cidade alcançou alguns importantes números, que mesmo estando já defasados, devem ser frisados: pouco mais de seis meses sem latrocínios e mais de um mês sem homicídios.
Para ele, o baixo número de crimes na cidade – em comparação às demais cidades da região e do Estado – surge por anos de ações de segurança pública feitas em seu período como gestor na PM e das parcerias feitas com outros órgãos do setor. O mesmo relembra sua chegada à cidade, quando a segurança pública necessitava de inúmeros ajustes. Ainda que a necessidade por melhora neste setor continue, ele afirma que muitas coisas estão melhores atualmente. “É uma pasta altamente complicada e o fruto que estamos colhendo agora é fruto de um trabalho integrado que foi colocado aqui em Santarém, do treinamento e dedicação que os policiais adquiriram nos tempos que estivemos no CPR-1. Chegamos em Santarém apenas como uma unidade, com ameaça do comando de levar nossos policiais para outras regionais, mas conseguimos estancar isso com a criação de outras unidades. Deixamos Santarém com um complexo de quatro unidades, todas elas com carência, o que possibilita a entrada de mais pessoas para trabalharem na instituição. Elevamos muito o nome da segurança pública não só de Santarém, mas creio que de toda a região”, ressalta.
VISÃO DE GOVERNO IDEAL E MERITOCRACIA
Com uma campanha ainda em fase inicial de estruturação, o coronel da reserva já tem alinhado uma ideia de como gerir uma cidade como Santarém. Para ele, quem está à frente dos órgãos municipais devem ser escolhidos por méritos e não indicações políticas. Ele ainda prega a independência política partidária para que um futuro governo consiga fazer com que Santarém se desenvolva. “A gente entende que a política não pode ser aquilo do ‘’toma lá dá cá’’, os meios nunca vão justificar os fins. Com isso, precisamos de certa independência para poder trabalhar de forma profissional, não só na parte institucional. Precisamos ter pessoas alinhadas com o nosso perfil, que a gente possa trabalhar com mérito e produtividade, sabendo o que estamos alcançando e atingir as metas a serem estipuladas. Se tiver nas secretarias pessoas indicadas por terceiros ou filiação política, acaba resultando diretamente no cidadão. Por isso estamos com cautela quanto à escolha de um partido, porque queremos independência para trabalhar de forma tranquila e transparente”.
O Coronel da Reserva Héldson Tomaso se junta a outros nomes que também devem disputar as eleições para prefeito de Santarém. Nélio Aguiar buscará a reeleição e poderá ter pela frente não apenas o militar reformado, como candidatos que vão desde o presidente da OAB Subseção Santarém até atuais vereadores.
