Artigo – Manobras da indústria farmacêutica na era do corona vírus
Por Oswaldo Bezerra
Encontrar a cura ou imunização ao covid-19 é hoje o maior desafio para a Medicina. Uma vez realizado este objetivo nascerá um outro desafio. Que seja para todos e não para alguns! Esse pensamento tem como base a realidade de hoje quando vacinas e medicamentos para outras doenças impactam de maneira desigual um país ou estrato social.
Outro exemplo é a hepatite B que tem vacina comprovada desde 1982. A enfermidade atinge 250 milhões de pessoas no mundo. Ao todo morrem em decorrência desta doença 1 milhão de pessoas por ano. É um exemplo de impacto diferente entre países ricos e pobres (como África e Sudeste Asiático). Hepatite B é a principal causa de câncer de fígado de todo o mundo, apesar de ser evitável há mais de 40 anos.
Na União Europeia também houve um acordo dos euro-deputados para garantir que as descobertas, de pesquisas financiadas por dinheiro estatal, não caíssem em domínio público. Na Europa também houve a denúncia que empresas farmacêuticas privadas requisitam resultados de pesquisas de Universidades patrocinadas por dinheiro estatal.
Não se pode por toda a culpa na indústria farmacêutica pela falta de acesso a medicamentos no mundo. Muitas vezes outros fatores como guerras, corrupção ou má administração de autoridades se encarregam disso. O problema é que o negócio farmacêutico não consiste na repartir o dinheiro, recebido gratuitamente hoje, em facilidade de acesso aos medicamentos no futuro. Elas são rivais na luta para descobrir primeiro uma cura, mas são unidas na hora de fixar preços.
RG 15 / O Impacto