Artigo – EFB: nosso monumento paraense a submissão estrangeira

Por Oswaldo Bezerra

Como paraense só vi um trem em movimento depois de adulto. Foi no Nordeste. Onde moro hoje, a capital cearense, é uma cidade com muitos ex-ferroviários. Não existe nenhum deles que não vá as lágrimas ao falar do assassinato da rede ferroviária brasileira. Quando ainda morava em Belém, apenas ouvi de algumas pessoas mais velhas, as histórias sobre a outrora e famosa linha de trem que ia de Beléma Bragança.

Belém se tornou um grande centro populacional e vários vilarejos formaram-se desde esta capital paraense até São Luis do Maranhão, distantes 600 km. Os vilarejos se focavam na agricultura, peca e pecuária. Daí surgiu a ideia da construção de uma ferrovia que ligasse todos estes vilarejos, já em 1870.

Enfim, criada a nossa ferrovia.

A Estrada de Ferro de Bragança (EFB) foi inaugurada no dia 10 de junho de 1884. Foram concluídos os 229 quilômetros do eixo principal da via-férrea, que ligavam Belém a Bragança, celebrado com novo ato inaugural aos 4 de maio de 1908.

Além da linha tronco, foram abertos em 1906 vários ramais desde o entroncamento em Belém até Bragança. Tinham um propósito quase que exclusivamente de serviço de passageiros estes ramais. O serviço de tranporte continha um vagão de passageiros de luxo. Existiam 20 locomotivas. Delas, apenas uma, a Consolidation 280, também chamada de Maria Fumaça Castanhal, se encontra em exposição no Pará.

O objetivo de atingir São Luis nunca foi alcançado. Contudo, a ferrovia promoveu um intenso progresso na região nordeste do Pará. Em 84 anos de serviço a Estrada de Ferro de Bragança promoveu mais de 60 mil viagens. Apesar de muitas camisas serem furadas pelas fagulhas do trem, ou pela demora da viagem devido à baixa velocidade, o fim da Ferrovia causou muita tristeza. Milhares de comércios e agricultores faliram. Milhares de pessoas ficaram sem transporte e sem fonte de renda.

Por que parou, parou por quê?

Era tão importante assim, então porque a terminaram? Após o golpe de 64 e a submissão do Brasil ao governo norte-americano foi decretado o assassinato de nossas ferrovias. O governo norte-americano precisava, urgentemente, criar empregos nos EUA. Por isso, suas indústrias de caminhão, pneus e peças precisavam de novos mercados. A operação Condor, dos EUA na América Latina, via o fim das Ferrovias no Brasil como caminho para isso.

Faça o que eu mando, não faça o que eu faço!

Com a maior rede ferroviária do mundo, os EUA possuem a estatal Amtrak, que transporta mais de 30 milhões de pessoas por ano. É considerada um patrimônio indispensável, mesmo dando prejuízo, sua receita só cobre 70% dos seu custo, é entendida como de primordial importância na função de gerar desenvolvimento.

No Brasil seguimos um caminho contrário. Indício da necessidade de líderes nacionalistas, mesmo em que pese a tendência do globalismo. Enquanto tivermos líderes militares que ostentem, em seu lado esquerdo do peito, um grande escudoa do “Armor School” (como na foto do título do artigo) treinados e doutrinados em outra nação, não passaremos de uma República das Bananas condenada ao fracasso.

RG 15 / O Impacto

2 comentários em “Artigo – EFB: nosso monumento paraense a submissão estrangeira

  • 8 de junho de 2020 em 09:41
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    Tem razão o Rubem pois mesmo com a democracia em nosso País, os comunistas e seus parceiros roubaram bilhões, quase falindo as estatais ao longo de 15 anos. É de se imaginar então o quanto não metem a mão quando têm o controle sobre tudo,calando a mídia e todo cidadão, a exemplo do Hugo Chaves na Venezuela, cujas filhas levaram cerca de 2 bilhões de dólares para a Flórida, onde residem !

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  • 8 de junho de 2020 em 08:47
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    Que papo furado ! No início, a sua parte histórica e técnica foi mui didática, porém logo descambou para o ranço comunista de atribuir nossos erros de roubalheiras, incompetência administrativa e de planejamentos governamentais aos americanos, como se ter parceiros subdesenvolvidos fosse bom para qualquer país ! Os USA têm o México como vizinho e veja os problemas que, causa com o seu subdesenvolvimento, apesar de exportar 80 % do que produz para os gringos. Quando os governos militares optaram por construir estradas de rodagem, foi por falta de verba, uma vez que haviam assumido um país falido e a ferrovia é muito cara em sua construção, além do que havia a necessidade de integrar o Brasil, uma vez que éramos carentes de transporte rodoviário, o que existia não era asfaltado; até ali os demagogos governos brasileiros tinham construído uma pífia malha ferroviária, controlada pelos sindicatos comunistóides de seus funcionários, que paralisavam o transporte ao seu bel prazer, chantageando por reivindicações salariais. Então optou-se por ampliar e asfaltar as rodovias existentes, além de construir estradas para integrar o interior do país, pois a malha rodoviária também era ridícula, como já afirmei acima. Nesse contexto, já havia aqui uma indústria de caminhões , o que nega a afirmação do articulista de que comprávamos caminhões dos USA e gerávamos empregos para sua mão de obra. Ao contrário, pois nossa indústria de automóveis e caminhões passou a concorrer com a americana, quando exportávamos carros até pro Oriente Médio e caminhões também para o restante da América Latina. Nesse cenário, cabe destaque o espetacular progresso nacional, uma vez que éramos a 48ª economia mundial em 1964 e , após 7 anos de governos militares, o Brasil pulou para a 8ª colocação ! Quanto ao intercâmbio dos militares brasileiros frequentando cursos nos USA, e vice versa, deve-se também à ação de conter o avanço comunista, que ameaçava tornar o Brasil outra republiqueta marxista, sob o domínio escravisante da Rússia e da China, a exemplo de Cuba, Coréia do Norte e a atual Venezuela, eternos subdesenvolvidos, seguindo a falida cartilha de Karl Marx !!!

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