Testes de covid-19 em comunidades do Tapajós identificam alto índice de contaminação da doença
Na expedição junto as comunidades do Tapajós, a Secretaria Municipal de Saúde realizou atendimentos às populações de 14 comunidades. Foram atendidos pacientes encaminhados pelos ACS e já triados pelas enfermeiras, com síndrome gripal que estiveram com febre acompanhada de tosse, dor de garganta, cansaço, falta de ar, moleza no corpo, diarreia ou perda de olfato e paladar.
Durante os atendimentos foram realizados testes de covid-19 nas comunidades conforme explica a Enfermeira da Semsa que coordenou a expedição para as comunidades no Tapajós, Irlaine Figueira: “A Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, atendeu nesse último fim de semana as comunidades do Tapajós, desde Boim até o Parauá. Nessa ocasião nós realizamos 149 testagens das pessoas que estavam apresentando algum sintoma gripal ou que já haviam apresentado algum sintoma e dessas 149, 117 positivaram para covid-19. Algo que nos chamou atenção foi o fato de pessoas com os sintomas leves estarem positivas e ao mesmo tempo bem. Não se percebia toda a gravidade de covid-19. Essa população não manteve isolamento, não vê a gravidade da covid e se mantém a vir para Santarém. Não mantém o isolamento domiciliar muito menos uso de máscara”.
A ação emergencial da SEMSA abrangeu polos mais críticos identificados pela Prefeitura. O Barco Hospital Abaré realizará no período de 15 a 24 de junho atendimentos na região do rio Arapiuns. Serão 10 dias em que os profissionais de saúde estarão atendendo as 1.900 famílias que compõem as 59 comunidades. Durante a viagem haverá distribuição de 2 mil kits de higiene e prevenção à Covid-19.
Expedição do Saúde e Alegria no Tapajós entregou 11 toneladas de kits de higiene e proteção
Ação da campanha #ComSaudeeAlegriaSemCorona buscou contribuir para que as famílias que moram na floresta não precisem se deslocar até a cidade. Foram distribuídos aproximadamente 1300 kits de higiene, com o apoio de parceiros como a L’Oréal Brasil, que doou frascos de álcool gel para famílias e Unidades Básicas de Saúde;
Moradores de 43 comunidades da região do Rio Tapajós receberam Kits de Higiene e Proteção Familiar no período de 06 a 10 de junho. A estratégia fez parte das ações do Saúde e Alegria no combate à covid-19 voltada às populações indígenas e de comunidades.
Foram distribuídos 1.300 kits de higiene e proteção familiar e seis kits de higiene e limpeza para as UBS. A viagem atendeu as comunidades: Capixauã, Vista Alegre do Capixauã, Novo Progresso do Capixauã, Aldeia Araçazal, Suruacá, Ukena, Mapiri, Vila Amorim, Cabaceira do Amorim, Enseada do Amorim, Limãotuba, Jwipixuna, Brinco das Moças, Pajurá, São Caetano, Boa Sorte, Parauá, Surucuá, Paricatuba, Muratuba, Vista Alegre do Muratuba, Mirixituba, Jauarituba, Jatequara, Santo Amaro, Paranapixuna, Jaca, São Tomé, Rosário, Pau da Letra, Boim, Tucumantuba, Nuquini, Nova Vista, Samauma, Carão/Anumã, Solimões, Pedra Branca, Maripá + Curipatá, Santi, Vila Franca.
A região tem sofrido com o número crescente de casos suspeitos e confirmados. Segundo os moradores, as comunidades têm adotado o isolamento para evitar que os contágios aumentem: “a gente não pode mais andar livre na comunidade, jogar bola, a gente fica só em casa. Temos que cumprir com as ordens” – contou a liderança na comunidade de Suruacá, Orlando Farias.
Para o agente comunitário de Parauá/ Pajurá, Manoel Olavo, a preocupação com o índice de contaminação é ampliada com a dificuldade no atendimento às localidades isoladas: “Lamentavelmente o que era iminente acabou chegando nas comunidades ribeirinhas, aldeias. Nós temos nossas limitações com relação aos atendimentos e sem dúvida acaba acarretando em dificuldades no atendimento as populações tradicionais e aldeias indígenas. Quero parabenizar o Saúde e Alegria que sempre contribuiu com a nossa comunidade”.
A ação de distribuição dos materiais surge com o objetivo de contribuir para que essas comunidades possam manter os cuidados na limpeza da casa e dos objetos evitando que o vírus se propague, explica o médico e coordenador do Saúde e Alegria, Eugênio Scannavino: “é muito importante que a gente possa disponibilizar esses materiais para as pessoas se protegerem. O vírus já está espalhado nas comunidades, muitas vezes as pessoas ficam doentes lá sem acesso a hospital. A gente está se dedicando, unindo forças com parceiros para oferecer kits de higiene e limpeza em larga escala para as famílias mais necessitadas”.
A viagem foi também uma experiência importante registrada pelos colaboradores do PSA, Ana Daiane e Walter Oliveira que puderam auxiliar nos trabalhos da entidade na região, explicam:
“A gente ouviu muitos relatos de síndromes gripais. A comunidade de Samaúma relatou que 97% das famílias apresentaram sintomas gripais nos últimos meses. O que dificulta ainda mais é que eles não têm acesso a telefone, a embarcação só vai uma vez na semana.
A dificuldade de assistência é muito maior em aldeias, já houve registros de mortes”- Ana Daiane – colaboradora PSA.“A orientação é muito importante. A gente tem que falar uma linguagem mais popular, que é aquela linguagem do dia a dia, caboquês, e foi isso que a gente levou pra orientar as famílias também” – Valter Oliveira – colaborador PSA.
Por Projeto Saúde e Alegria
RG 15 / O Impacto