Artigo – Ouro é o que ouro vale: grandes investidores abandonam o dólar
Por Oswaldo Bezerra
Em 24 de julho, o preço do ouro com entrega imediata em Nova York subiu para US$ 1.901,3 por onça. Parece que não é o fim da tendência de alta e o metal precioso alcançará o preço mais alto já registrado da história, US$ 1.920. Não há corrida como a corrida do ouro que se avizinha.
A razão do investimento no dólar era o comércio do medo, e o comércio do medo é a emoção mais poderosa. Contudo, hoje você está vendo em todo o mundo muito dinheiro fiduciário sendo criado e uma implosão de crédito que levará as moedas com ele.
Por isso, hoje todas as estradas levam ao ouro. É por causa do ambiente econômico que vivemos. O ouro é o arqui-inimigo das moedas fiduciárias. A moeda fiduciária mais forte é o dólar, por isso, nos EUA as pessoas que investiam em ouro ou biticoins eram consideradas antipatriotas.
O que ocorre hoje é que mesmo que você seja um fanático patriota e apenas usar seu bom senso, verá que tem um grande problema lá fora. O capital precisará de um lugar para se esconder. Ouro é dinheiro que não tem rabo preso. Ouro é a prova de que houve trabalho, capital e equipamento para sua criação. Já foi feito, enquanto todo o resto é uma promessa futura, e promessa sabe como é, foi feita para ser quebrada.
Enquanto isso, mundo afora os bancos centrais inflam o mercado de moeda fiduciária ou vão morrer. Sem isso, todo o sistema de crédito será desativado. Se eles não inflam e deixam o sistema de crédito cair, então, há um grande evento deflacionário em que o crédito implode. Todas as moedas em si são créditos. Portanto, se o sistema de crédito cair, ele também levará as moedas.
Pode haver uma implosão de crédito, e o Federal Reserve dos EUA criar US$ 100 trilhões para colocar no sistema financeiro. Essa é a única resposta que eles podem dar para as coisas não saírem do controle. O problema é que isso cria perda de poder de compra. Basta olhar para a história. Toda vez que uma moeda falha, a população perde seu poder de compra.
O ouro é o metal cujo valor é devido às suas propriedades monetárias, e é o principal concorrente do dólar. Os especialistas sugerem uma variedade de explicações para uma popularidade tão alta do ouro. Os motivos incluem os riscos para os investidores causados pela pandemia de coronavírus e receios associados aos riscos políticos globais e, principalmente, os riscos norte-americanos.
Os apoiadores do investimento em ouro incluem os bancos norte-americanos JPMorgan e Goldman Sachs, bancos centrais da Rússia e Hungria, bilionários financeiros como Jim Rogers e Paul Tudor Jones. Investidores com grandes carteiras e informações mais precisas, o chamado ‘dinheiro inteligente’, preferem ouro apesar dos aparentemente excelentes resultados do mercado de ações dos EUA.
Desconfiança com ações e entusiasmo pelo ouro, tudo isso não se deve apenas ao desempenho do metal. Os investidores do ouro reconhecem o metal precioso como uma apólice de seguro, contra manipulação financeira por autoridades monetárias.
No passado, qualquer crise global, e a instabilidade gerada nos mercados financeiros, como o aumento de vários riscos econômicos, causavam uma fuga maciça ao dólar. Hoje, a situação é diferente. Na mídia norte-americana, esse fenômeno incomum é atribuído ao fato dos EUA não terem conseguido lidar efetivamente com a epidemia de coronavírus.
RG 15 / O Impacto