O VERÃO CHEGOU

Chegou o verão, o sol está rachando é bem verdade, calor de quarenta graus. Praia!  Maracanã, fedendo na chegada, sem estacionamento e violenta. Carapanari, Pajuçara, Ponta de Pedras cujas estradas são próprias para rali. Alter do chão, óculos escuros, biquíni, saída de praia, chapéu, protetor solar, fio dental, Uau!.  E como acontece todos os anos, sem estrutura, sem banheiro químico na praia. Sairé. Boto tucuxi e boto cor de rosa. Festival do Açaí em Santa Luzia.

Com a chegada do verão foi deixado de lado a lama e o mato amontoados, entulhos e os buracos nos quatro cantos de Santarém. A gora é a vez da poeira, e, principalmente nos bairros onde deram aquela “guaribada” enganadora, em algumas ruas, com tabatinga, retiradas das serras próximas da cidade, como, Nova República, Ponte Alta, e área próxima da Penitenciária de Cucurunã, dentre outras, numa demonstração de que os órgãos ambientais, municipais, estaduais, federais e até as ONGS internacionais, não estão nem aí!.

Eu, aposentado, no verão não arrumo emprego, arrumo trabalho. Como, dizia o saudoso roqueiro Raul Seixas: “Sou um cidadão respeitado e ganho quatro mil cruzeiros por mês”, (cruzeiros) consegui fazer um poço, com uma bomba, e que por problema de artrose nos meus joelhos, não posso mais fazer as caminhadas matinais, só hidroginástica. Mas Resolvo, então, manter o meu hábito que tenho deste moleque, ou desde a infância. O de acordar cedo, para encher e carregar água. Às vezes, das margens do rio Tapajós, da estação da Panair do Brasil, ou da bomba do SESP, quando muito numa bomba, do SAAE, existente em frente ao hoje mercado modelo.

Hoje acordo cedo para molhar a rua e evitar que a poeira, prejudica as crianças e os idosos, meus vizinhos ou tome conta da casa e se misture com os nossos alimentos ou quando se abra a boca, ela entre em lugar da farinha. Mesmo assim, os móveis recebem aquela capa, diária da poeira que o vento e os veículos que trafegam em alta velocidade, se encarregam de espalhar o pó.

Eu sou cumprimentado pelos moradores aqui do conjunto Tapajós, chamado, popularmente de COHAB, quando passam por mim e me vêem nessa atividade, tarefa voluntária, para ajudar o governo municipal. Dizem-me, por exemplo, “virou empregado da Prefeita” ou “estás trabalhando para Prefeitura? E eu respondo, sempre com uma só frase: “Quem mandou votar nela”! Mas o incrível, quando escutam minha resposta, vem logo outra frase e, veja só, cem por cento me diz: “Eu não votei”!. 

Esta resposta não é só na COHAB. Quando digo isso nos outros lugares, é a mesma resposta, na feira do Aeroporto Velho, no Mercadão 2000 e no tablado, na Feira do Porto dos Milagres e mercado da Buchada. Por que essa resposta? Será que houve fraude na eleição, pois se ninguém votou, como ela se elegeu?

Mas voltemos ao conjunto Tapajós, que já foi totalmente asfaltado, agora abandonado, maltratado, sujo, pelo descaso do poder público, embora que daqui recolha o IPTU, taxa de iluminação pública e tem eleitores. Pois é! O caso da COHAB é daqueles que se diz, popularmente, que tem uma “cabeça de porco enterrada aqui”. Pois, aqui já morou o Prefeito anterior, de Santarém. O que ele fez, quando se elegeu? Mudou-se daqui do bairro.

Morou, também, um ex–presidente da Câmara Municipal de Santarém, nada conseguiu para cá. Dois ex-secretários de governo do município de Santarém, estes passaram sem serem percebidos, ou até, despercebidos. E até eu que já fui Procurador da Câmara Municipal. Nada consegui, para o bairro onde moro, imagine agora, que não tem ninguém, no governo. Mas, mesmo assim, já mereceu uma Praça, espaço para o bom lazer dos moradores quando não tem poeira vinda da esburacada Curuá-Una, como a partir de agora, até o final do verão e as sarjetas sujas e fedidas… fedorentas.

Ao lado da Praça, construída pelo atual governo, tem outra que é o próprio retrato do descaso e do abandono. A praça onde funciona a feira livre da COHAB que é há mais de vinte anos da APRUSAN (e outros dizem que a área é da FAMCOS), que se realiza aos sábados. Nos últimos dias, os marreteiros e atravessadores estão se chegando e marretando, diariamente, querendo transformar ali em uma nova feira da Candilha. E a limpeza que é feita após a feira do sábado, não é mais assim. O lixo, agora, fica por toda a semana. E os problemas que prejudicam os moradores, como roedores, por exemplo, que passam a fazer suas moradas nas habitações no entorno da feira.

Outro dia fiquei contente, quando vi algumas viaturas, de uma empresa de asfaltamento da cidade. Estava trabalhando em uma travessa do conjunto, antigo IPASEP, mas parece que já pararam no meio da travessa, mas vim saber que era de um proprietário de um imóvel, que possivelmente, irá funcionar um motel. Meio estranho o prédio para tal fim. Muito próximo de casa. E parou depois da frente do imóvel. Quem autorizou? E por que só lá? E o resto do conjunto? E a continuidade do asfaltamento da Turiano Meira? Esta termina no bairro de Santo André, após a Moaçara. Está em passos de jabuti.

Mas chegando o verão as águas começam a baixar, todos os anos acontece esse fenômeno da natureza, e ressurgem as praias, que outrora eram festejadas, pelas brancuras de suas areias, mas delas vem a sujeira. E do conhecimento de todos, porque não se preparar, mas limpá-las, de acordo com a água que vai baixando.

 Quando se fala que Santarém é o berço natural do turismo, deve ser turismo limpo, não turismo sujo.  Mas se nada fizerem para que isso se torne realidade pelas pessoas que tem poder de decisão nesta Cidade, só me resta, “sentar no trono do meu apartamento, com a boca escancarada cheia de dentes, esperando a morte chegar”. (Raul Seixas). E só!

DIGA SIM PELO TAPAJÓS, TECLE 77, NO DIA 11.12.2011.

Por: Eduardo Fonseca

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