Sespa lança cartilha com orientações para a prevenção da doença da ‘urina preta’
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS), acaba de editar cartilha que visa esclarecer à população a respeito da doença de Haff, popularmente conhecida como a doença da “urina preta”.
A cartilha está disponível aqui
A doença de Haff é considerada rara e caracterizada pela ocorrência súbita de extrema dor e rigidez muscular, podendo apresentar outros sintomas como dor torácica, falta de ar, câimbras, dormência e perda de força em todo o corpo, além da urina cor de café, associada ao consumo de pescados (peixes, crustáceos, moluscos) de água doce ou salgada nas últimas 24 horas.
Logo aos primeiros sintomas, recomenda-se procurar imediatamente uma Unidade de Saúde para avaliação médica e tratamento. No local, a equipe de saúde irá avaliar as possíveis causas dos sintomas e fazer as orientações e tratamento adequado.
Segundo o diretor da DVS da Sespa, Denilson Feitosa, por se tratar de um evento de saúde pública e que precisa ter todos os casos suspeitos notificados, os profissionais de saúde devem ficar atentos aos pacientes que relatarem os sintomas. “Importante que as notificações sejam feitas pelos municípios em até 24 horas a partir da suspeita inicial do caso ou surto”, observa.
Importante também é que o paciente ajude as equipes de saúde a identificar outras pessoas que possam ter consumido o mesmo pescado. A medida servirá para a captação de possíveis novos casos da doença. Nesses casos, é importante que se informe à equipe da saúde se ainda tiver as sobras do pescado no prato e/ou na panela. O recomendado é guardar na geladeira, assim como o alimento cru, para que sejam coletadas pela Vigilância Sanitária Municipal e encaminhadas para análise laboratorial.
No momento, a causa da doença permanece desconhecida, já que os estudos que buscam identificar os agentes causadores do agravo em restos de alimentos de casos suspeitos, na água e em organismos aquáticos onde vivem ou são criados, entre muitas outras áreas, não foram conclusivos.
Uma das linhas de pesquisa relaciona a má conservação do pescado ao surgimento de uma toxina, que não altera as características organolépticas do pescado, ou seja, não há alteração de cor, odor, sabor e textura e não desaparece após o congelamento ou cozimento do pescado. Por isso, para prevenir, devem-se manter os cuidados gerais envolvendo desde a compra até a manipulação do pescado em casa.
A cartilha também menciona uma série de recomendações sobre os locais de venda de pescados, como supermercados, peixarias e feiras: o consumidor deve observar a limpeza, a organização do ambiente, a higiene das pessoas que prestam o atendimento e as condições de armazenamento do peixe.
Em supermercados e peixarias, por exemplo, o pescado deve ficar em balcões frigoríficos ou freezers fechados, com temperatura entre 0° e 3°C e, em média, a 20ºC negativos, respectivamente. “Também é permitido expor os peixes em mesas metálicas, desde que estejam no mínimo 70% cobertos por gelo”, aponta o texto da cartilha.
Nas feiras, a conservação do pescado merece ainda mais atenção. Preferencialmente, o peixe deve estar exposto em equipamento fechado, para não correr risco de contaminação por insetos, com refrigeração suficiente para manter a qualidade.
Se o consumidor optar por produtos embalados, deve ficar atento à temperatura e à forma de conservação, bem como evitar adquirir embalagem danificada ou que não apresente, no rótulo, entre outras informações obrigatórias, o nome do estabelecimento de origem, CNPJ, a data da embalagem do produto, o prazo de validade, a forma de conservação, a informação nutricional e o registro no serviço de inspeção responsável, como o Serviço de Inspeção Federal (SIF), Serviço de Inspeção Estadual (SIE) da Adepará, ou Serviço Artesanal da Adepará, ou Serviço de Inspeção Municipal (SIM) ou Sistema Brasileiro de Inspeção (Sisbi).
A informação de registro no serviço de inspeção é importante porque permite que o pescado seja rastreado, desde a mesa do consumidor até o local onde foi processado, o que facilita aos órgãos responsáveis por essa parte da cadeia produtiva, identificar geograficamente a origem do problema, para tomar as medidas necessárias para controle.
A cartilha da Sespa aponta ainda as diferenças do pescado ao comprar, se é fresco ou congelado, e as formas de manipulação e o modo correto de congelar e descongelar.
RG15/O Impacto com Agência Pará