Tribunal de Justiça do Pará faz campanha de arrecadação de absorventes
O Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) aderiu ao movimento contra a chamada “pobreza menstrual”, que visa combater a falta de acesso a absorventes higiênicos. O Poder lançou a campanha “Dignidade Feminina”, que visa arrecadar doações de absorventes até 28 de março para beneficiar mulheres em situação de vulnerabilidade social.
Estão sendo recebidos absorventes descartáveis externos, internos ou cirúrgicos. Os postos de entrega das doações funcionarão no Serviço Médico do prédio-sede do TJPA, na Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP) e nas secretarias do Fórum Cível.
Apesar do ciclo menstrual ser um processo natural e regular do corpo feminino, somente em 2014 a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu o acesso à higiene menstrual como um direito de saúde pública e um direito humano. Porém, o acesso a itens básicos de higiene ainda não é uma realidade para todas as pessoas que menstruam.
A médica-chefe do Serviço Médico do tribunal, Maria Ivone de Freitas, enfatiza a importância da campanha para a aquisição de absorventes, que, muitas vezes, são itens de difícil acesso às mulheres de baixa renda. “Há algumas décadas, as mulheres não contavam com estes artefatos descartáveis durante o período menstrual. Elas usavam as famosas ‘toalhinhas ou panos avulsos’, que as obrigavam a lavar e estender nos varais de seus quintais”, relata.
A médica explica que o uso desses itens fazia com que as mulheres ficassem mais expostas em sua intimidade, ficassem inseguras em suas atividades diárias e também tivessem mais facilidade em adquirir infecções ginecológicas por contaminação.
Com o surgimento dos absorventes descartáveis, “as mulheres passaram a se sentir mais libertas e mais seguras para vivenciar ‘estes dias’”, avalia a médica. No entanto, “as mulheres de baixo rendimento (…) mantêm as situações vividas pelas mulheres na primeira metade do século XX”, devido à dificuldade de acesso a esse item.
A campanha é uma iniciativa da Coordenadoria de Saúde e do Núcleo Socioambiental do TJPA.
Fonte: O Liberal