Modelo atirou em delegado influencer e se matou, segundo Justiça de São Paulo
A Justiça de São Paulo arquivou, no dia 15 de junho de 2021, o processo envolvendo a morte da modelo Priscila Delgado Barrios, de 27 anos, ocorrida no 20 de maio de 2020 em São Bernardo do Campo. O caso estava sob sigilo judicial, mas a informação foi confirmada pelo G1 São Paulo, na última sexta-feira (8), e divulgada nesta terça-feira (12). Concluiu-se que Priscilla atirou contra o namorado, o delegado Paulo Francisco Muniz Bilynskyj, por ciúmes, e depois se matou.
Bilynskyj levou seis tiros, passou por cirurgias, teve de amputar o dedo médio da mão direita, perdeu os movimentos e teve complicações.
A perícia Polícia Técnico-científica analisou a residência e também comprovou por laudos o relato do policial. No final, o 1º Distrito Policial (DP) da cidade chegou à conclusão de tentativa de assassinato e suicídio. O Ministério Público (MP) pediu o arquivamento do caso, já que a autora dos disparos se matou.
Porém, José Roberto Rodrigues da Rosa, que defende os interesses da família de Priscila, afirmou que os pais dela ainda querem saber mais detalhes do que levou a filha deles a atirar em Paulo e depois se suicidar. Ele quer saber, por exemplo, se o namorado da modelo a instigou ou não a cometer o suicídio.
Por isso, ele entrou na Justiça com um pedido para que o celular da modelo seja desbloqueado por uma empresa particular e que o aparelho depois seja entregue para perícia. “Como é que eu vou saber se esse fato aconteceu ou não? Através da perícia no telefone celular da Priscila. Com quem ela conversou naquela noite, naquela manhã, momentos antes do crime… O que que aconteceu, o que foi dito, o que ela achou. O que que o Paulo falou, o que mandaram pra ela, o que ela mandou pra alguém”, declarou o advogado. “Entendemos que alguma coisa mais aconteceu. O artigo 122 do Código Penal, ele diz induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio… a pena é de 6 meses a dois anos de reclusão”, completou José Roberto da Rosa.
Ao G1 São Paulo, o delegado Paulo Bilynskyj enviou uma nota sobre o caso. Veja:
“No dia 20 de maio de 2020 fui vítima de uma tentativa de homicídio, fui baleado 6 vezes, no peito, mão, braços e pernas. Permaneci entre a vida e a morte por 11 dias na UTI, passei por 3 cirurgias, tive o peito e o abdômen aberto.
Passei por um período de recuperação que ainda não se encerrou, recentemente sofri a amputação de um dedo, que tentei sem sucesso reparar com mais de 8 cirurgias.
O que mais me choca foi a forma criminosa como fui taxado pela mídia que, sem nenhuma prova, me acusou de feminicida.
O crime praticado contra mim foi apurado por um extenso Inquérito Policial, foram realizadas perícias que em 5 anos como Delegado atuante no Departamento de Homicídios nunca vi serem realizadas.
Em junho de 2021 o Inquérito concluiu o óbvio, que eu tinha sido vítima de uma tentativa de homicídio e que a autora suicidou-se.
O Ministério Público opinou pelo arquivamento do caso, tendo em vista a morte da autora.
O Juiz do caso determinou o arquivamento.
Por fim, deixo claro que sofri duas tentativas de homicídio, uma por uma mulher, outra por todos os repórteres que divulgaram informações falsas e absurdas sobre o caso.
Sinto-me extremamente decepcionado com a mídia e sua falta de honestidade intelectual. O mínimo que deveriam ter feito era um pedido formal de desculpas pelas falsas notícias divulgadas.
Dois anos do fato, um ano da decisão judicial e ainda assim nenhuma palavra.”
Fonte: O Liberal