Violência política cresce 32% no primeiro semestre de 2022
O grupo, coordenado pelo professor Felipe Borba, considera violência política “qualquer tipo de agressão que tenha o objetivo de interferir na ação direta das lideranças políticas”, como atos para limitar atuação, silenciar, impor interesses e eliminar oponentes.
Os dados revelam que a violência política está em todo o país (apenas o Amapá não registrou nenhuma ocorrência no ano), reflete disputas locais e atingiu militantes de 23 partidos, sobretudo homens entre 40 e 49 anos. Os casos mais comuns são de ameaças e agressões.
Ao longo do primeiro semestre foram registrados 19 casos de violência política contra militantes do PSD, 18 contra membros do Republicanos e 17 episódios contra integrantes do PT e do PL.
São Paulo desponta como o estado com o maior número de casos de violência política – 28 episódios. Em seguida aparecem Rio de Janeiro, com 24 casos, e Bahia, com 22.
Só nos últimos 3 meses foram registrados 19 homicídios com motivação política – quatro casos no Paraná, estado em que o guarda municipal e militante do PT Marcelo Arruda morreu neste domingo (10), ao ter a festa de aniversário invadida.
De acordo com o professor Felipe Borba, coordenador do Observatório, a violência em ano eleitoral tende a crescer. E aumentará à medida que a campanha política avance para rua, neste mês, com as convenções partidárias e o início do período eleitoral de fato. Ele destaca que a maioria dos casos ainda é motivada por brigas envolvendo a política local. Nos últimos 3 meses, a pesquisa coletou casos de 49 vereadores e 11 prefeitos que sofreram alguma violência, por exemplo, número bem superior aos seis casos contra pré-candidatos a deputado federal e estadual nas eleições deste ano.
Mas, ainda assim, o crescimento no comparativo entre os semestres chama atenção porque há um número menor de candidatos nas ruas. “Em ano de eleição municipal, você tem 550 mil candidatos, vereadores, prefeitos e vices. Neste ano, há um outro cenário. Eleição nacional sempre foi polarizada de 1989, mas agora há um discurso muito presente de intolerância política e não há como prever para onde isso vai nos levar”, afirmou.
O Observatório foi criado em janeiro de 2019 e, desde então, já contabilizou 1209 casos de violência política.
Fonte: CNN Brasil
Foto: Ilustrativa