Governo do Pará fortalece o desenvolvimento de florestas produtivas
A produção e o desenvolvimento da cadeia florestal no Pará estão entre o foco das políticas do Governo do Pará desenvolvidas por meio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (IDEFLOR-Bio), com a atuação nas florestas públicas produtivas destinadas à produção de madeiras, produtos não-madeireiros e serviços ecossistêmicos no Estado.
O objetivo é a valorização dos recursos naturais por meio da concessão florestal, que permite que instituições privadas possam colher a madeira nativa e outros produtos por meio do manejo sustentável.
Cerca de 463 mil hectares já foram concedidos pelo Estado, com oito contratos ativos na Floresta Estadual (FLOTA) do Paru, nos municípios de Monte Alegre e Almeirim e, no Conjunto de Glebas Mamuru-Arapiuns, na Região de Integração do Baixo Amazonas, nos municípios de Santarém e Juriti, e na RI Tapajós, no município de Aveiro. A previsão é de que até 2026 cerca de 2 milhões de hectares estejam disponíveis para concessão florestal no Pará.
“A floresta reúne os diversos recursos naturais que ocupam um determinado espaço e interagem entre si, gerando bens, que, em florestas produtivas são produtos e subprodutos que o ser humano pode se beneficiar dessas interrelações, a exemplo de madeira, sementes, fibra, resina, óleos, entre outros; e serviços ecossistêmicos, como liberação de oxigênio, sequestro de gás carbônico, contemplação de paisagem. Diferente das florestas preservadas, onde essas interações acontecem, mas têm seu uso limitado, nas florestas produtivas podemos movimentar a economia, gerar emprego e renda, estimular a produção de comunidades que vivem nesses espaços ou no entorno, mantendo a floresta viva em pé, ou seja, conservada”, explica Gracialda Ferreira, diretora de Gestão de Florestas Públicas de Produção (DGFLOP) do Instituto.
Por meio da diretoria especializada são realizados estudos e levantamentos de informações sobre a capacidade de produção em cada área de floresta, incluindo taxas de produtividade e demais informações por meio de diagnósticos ambientais, sociais, econômicos, que geram as informações necessárias para subsidiar políticas públicas e a elaboração de novos editais para concessão de florestas públicas.
Somente nas áreas das florestas produtivas, cerca de 86 mil m³ de madeira legal são produzidos por ano. “Esse setor, que é o nosso principal ativo nessas florestas, está entre os 10 que mais contribuem para o PIB da economia estadual, impactando na geração de empregos, levando qualificações nas áreas de manejo florestal”, comenta Gracialda Ferreira. Em 2020, a extração de madeira no estado do Pará gerou R$ 968 milhões, representando 34% da produção nacional.
As atividades de manejo florestal, desenvolvidas nas florestas públicas, por meio da concessão florestal, resultam em arrecadação para o Estado do Pará, da qual 30% vai para manutenção do órgão, 30% é repassado proporcionalmente aos municípios e 40% destinado à execução de projetos que permitam desenvolvimento social, econômico e ambiental nas regiões de realização das concessões. Além disso, com a concessão, as empresas repassam ainda um recurso financeiro que é para ser aplicado em atividades sociais nas comunidades no entorno das áreas. Este recurso é aplicado anualmente a partir das demandas das comunidades, aprovadas em reuniões específicas para esse fim.
Produtos extrativistas – O IDEFLOR-Bio, que completou no último domingo (16), 16 anos da sua criação, desenvolve projetos junto às comunidades que moram nas áreas de concessão e no entorno, para garantir qualificação para o manejo de produtos como óleos, castanha, sementes, fibra, resina, entre outros, com o objetivo de fomentar a economia de produtos da sociobiodiversidade e criar melhores condições de vida dos extrativistas.
A iniciativa segue as diretrizes do Plano Estadual de Bioeconomia, que vai além da produção sustentável e da resiliência climática, contemplando ações relacionadas à infraestrutura verde, geração de empregos e potencial de crescimento socioeconômico de baixo carbono.
Restauração florestal – O Instituto já mapeou aproximadamente 600 mil hectares de áreas degradadas por desmatamento, fogo e exploração ilegal com o intuito de desenvolver modelos para concessão de áreas para recuperação, por meio de restauração florestal ou de reflorestamento.
O PROSAF é outra iniciativa da instituição que vem agregando resultados positivos à recuperação de áreas degradadas ao promover a implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs), a partir da coleta de sementes e produção de mudas em viveiros fomentados pelo Instituto que são utilizadas nos arranjos produtivos de agricultores no Estado do Pará.
“A floresta é um recurso sustentável, e não inesgotável. Se a gente não cuidar, ela vai se esgotar. Se eu mantenho a floresta em pé, evito a emissão de carbono. Se quando eu restauro a floresta, introduzo vegetais que vão capturar carbono no corpo, crio possibilidade de acelerar o sequestro de carbono e contribuir para o meio ambiente. O manejo florestal possibilita a liberação de espaço para que novas plantas se desenvolvam, capturando mais carbono da atmosfera. Então nossas ações não são locais, mas envolvem o planeta como um todo, tendo em vista que as mudanças climáticas afetam a todos”, ressalta Ferreira.
O Impacto com informações da Agência Pará