UM BALAIO DE GATO CHAMADO PSD
Depois de passado o prazo estabelecido pelo TSE, para as filiações com período de um ano antes das eleições do ano quem vem, o PSD já se ensaia ser a terceira maior bancada no Congresso nacional.
O ingresso em massa de políticos com mandato, à nova sigla, tem uma explicação. Eles querem ao mudar de partido escapar da cassação, uma vez que já está definido pelo TSE, que o mandato é do partido, e não do político.
Essa era pelo menos a explicação até então dada para que a dança das cadeiras, tivesse aspecto legal, do ponto de vista da legislação eleitoral.
Agora os maiores desafetos do PSD, o DEM e o PPS, entendem que os parlamentares e chefes do Executivo devem perder o mandato, ponto de vista aflorado apenas depois do decurso do prazo. São imunes nessa linha de pensamento, apenas os que participaram ativamente da fundação do partido.
O próprio presidente da Câmara Federal, Marco Maia, do PT/RS, entende que a situação do PSD, “difere daquela em que deputados trocam de partido”. Para ele “ainda não se concluiu no âmbito da Mesa Diretora da Câmara a visão constitucional sobre a nova situação”. E prossegue, “tudo que envolva alteração nos espaços dentro da Câmara está congelado”
O PSD foi considerado legal pelo STF, precisamente 10 dias antes do prazo de encerramento das filiações para habilitação de quem deseja se candidatar nas eleições do ano que vem. O líder do novo partido, deputado Guilherme Campos (SP), disse que o PSD, deve ter mais de 50 parlamentares.
No Senado, dois senadores já anunciaram que vão se filiar ao novo partido: a senadora Kátia Abreu (TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e o senador Sérgio Petecão (AC). No caso dos dois senadores, eles sabem de antemão, que não poderão concorrer à reeleição, por ter decorrido o prazo de um ano para o domicílio eleitoral.
Os reflexos na Assembléia Legislativa do Pará, não foram diferentes e pelo menos três deputados já fazem parte da nova sigla, inclusive o deputado Junior Ferrari, eleito pelo PTB na região Oeste do Pará.
Na Câmara Municipal de Santarém, o PSD ganhou dois vereadores, Maurício Corrêa egresso do PMDB e Gerlande Castro, do PP. Em Terra Santa, o prefeito Marcílio Picanço também está do PSD, e deve concorrer à reeleição.
O PSD nasce de conveniências, a partir do seu fundador o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que divergiu da liderança do DEM, por entender que os democratas deveriam apoiar o governo de Dilma Rousseff, mas ao abrigar políticos de todas as siglas, acabou perdendo a sua identificação, não apenas ideológica, como de postura como partido de coalizão. A brecha que faltava veio da alteração estatutária do DEM, que permitiu a saída dos descontentes, desde que para uma nova sigla.
As conveniências podem começar a ser o maior gargalo interno, pois ao que parece cada um tem a sua, e na hora de uma posição definida, os desafios de manter pensamentos tão diferentes, os novos filiados, não encontrem um consenso.
Como o PSD, é um partido novo, pelo menos um argumento já pode ser um álibi para quem está temerário em perder o mandato. Se o partido é novo, pelo menos em tese, todos os novos egressos, são fundadores. Mas é preciso saber, se este é o entendimento de quem vai fazer o julgamento, e por fim ao balaio de gatos, ou acomodá-los, se é que isso é possível.
Da Redação