Mudança climática: buscas por “previsão do tempo para 10 dias” aumentam em mais de 18.000% no último ano

Crise climática agravada pelo fenômeno El Niño altera temperaturas em todo o país e provoca eventos extremos com ondas de calor e chuvas torrenciais

Embora ainda faltem algumas semanas para chegar ao fim, 2023 já entrou para a história como o ano mais quente. A declaração foi feita pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) no primeiro dia da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-28), em Dubai. No Brasil, além do aquecimento global, a presença do fenômeno El Niño gerou instabilidades climatológicas em todo o país.

As mudanças inesperadas na temperatura e no fluxo das chuvas surpreendeu a população, de modo geral. A preocupação e sobressalto consequentes deste contexto contribuíram para o aumento no fluxo de pesquisas sobre o clima. Sendo a internet a principal fonte de informação, a Agência Conversion dirigiu um estudo, a partir das métricas do Google, sobre o uso das ferramentas de busca nos últimos 12 meses.

Entre os dados coletados, ficou evidente a elevação no volume de buscas pelo termo “previsão do tempo para 10 dias”, com taxa representativa de 18.000%. Para se ter uma dimensão mais palpável desse agigantamento basta comparar que em outubro de 2022 o índice de procura deste tema era de 9.000, enquanto que em outubro deste ano, o registrado foi de 1.830.000 pesquisas.

Anomalias nas regiões brasileiras

Os informativos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) não escondem a frequência dos eventos extremos registrados no país. A ausência de chuvas no Norte e Nordeste amplia e agrava o cenário de estiagem. Na região central do Amazonas, por exemplo, a seca passou de moderada para grave, segundo o boletim de outubro. Diversos rios afluentes do rio Amazonas se encontram em gradual declínio nos níveis de água.

No oposto Sul, o excesso de precipitações causou inundações, enxurradas e deslizamentos. A Defesa Civil contabilizou, desde junho, 763 ocorrências e 188 mil pessoas desabrigadas. Os Estados do Centro-Oeste e Sudeste, por sua vez, foram afetados pelas ondas de calor. Termômetros e indicadores de sensação térmica bateram recorde no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso ao longo do segundo semestre de 2023.

Previsões para 2024

De acordo com um relatório preliminar da OMM, as temperaturas devem permanecer elevadas, pelo menos, durante o primeiro semestre de 2024. Isso porque o fenômeno climático El Niño continuará exercendo sua força e aquecendo o Oceano Pacífico até meados de abril ou junho. Como estratégia para evitar o caos no tempo e clima, a Organização apresentou medidas preventivas na COP-28.

Para a população cabem os cuidados com a saúde, especialmente, em dias quentes. O aumento na ingestão de água, o uso de filtro solar, óculos com proteção UV e climatização de ambientes, seja por ventilador ou ar-condicionado, passam a ser condutas indispensáveis na prevenção dos riscos associados ao calor extremo. Afinal, quando os termômetros superam as máximas previstas, pode desencadear sintomas prejudiciais.

O Impacto

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