Réu por homicídio e 5 tentativas, ex-sargento PM Gildson é condenado a 72 anos de reclusão

Na tarde de terça-feira (19), foi prolatada a sentença do Juiz Gabriel Veloso, em desfavor do ex-sargento PM Gildson dos Santos Soares, que foi condenado a 72 anos de reclusão e 1 ano de detenção e 15 dias multas, por homicídio qualificado, 5 tentativas de homicídio qualificados e fraude processual.

Das 5 tentativas, 3 pessoas foram lesionadas e duas tentativas não resultaram em ferimentos.  A tese dos advogados alegou legítima defesa, pois segundo o ex-militar, reagiu ao ver um dos ocupantes do veículo armado.

Contudo, a acusação argumentou que em razão dos tiros terem atingido a região traseira do veículo e ele ter perseguido o veículo, o ex-sargento assumiu a intenção de matar.

As vítimas

Gabriel Pereira foi atingido por 3 disparos, sofrendo lesões na cabeça e nas costas. Glenda Viana, adolescente de apenas 14 anos à época, foi atingida com 2 disparos, sendo 1 na região do braço esquerdo e 1 na região das costas. Lucas Viana foi atingido com 1 tiro na região próxima à cintura. Carla Barbosa e Carlisson Almeida não foram baleados.

Condenação

O ex-sargento foi condenado por homicídio qualificado por motivo torpe e meio que impossibilitou a defesa das vítimas, além de tentativas de homicídio qualificado e fraude processual, pois de acordo com o Ministério Público, Gilson ainda tentou implantar uma arma de fogo (calibre 32) na cena do crime.

Em relação à morte de Sônia da Silva Viana foram fixados 18 anos de detenção.  Já as tentativas relacionadas a Gabriel, Glenda e Lucas, por cada crime, foram determinadas 12 anos de detenção e os outros dois (Carla e Carlisson), 9 anos. À fraude processual foram estabelecidos 1 ano de cadeia, 15 dias úteis e um valor estimado.

Em regime fechado, Gildson deve cumprir ainda 69 anos de prisão, 1 mês e  3 dias, pois ficou detido por 2 anos, 10 meses e 7 dias. Ele também teve bens apreendidos.

Gildson dos Santos está preso desde 2020 quando quebrou medidas cautelares. No ano seguinte, ele foi expulso da corporação. A decisão foi tomada após constatarem que a morte da doméstica, Sônia Viana, foi provocada pelo uso de arma e munição da polícia militar.

Os promotores

Em entrevista à reportagem de O Impacto, os promotores do Ministério Público, Erick Fernandes e Paula Camacho destacaram a condenação e ressaltaram que a decisão da Justiça não é contra a Polícia Militar.

 “Atentos ao que tinha dentro do processo, sempre de forma objetiva, observando a lei e todas as provas dentro do processo. Em nenhum momento a gente se desviou das provas que lá estavam e os jurados ficaram convencidos da tese do Ministério Público que foram calcadas nas provas produzidas. O processo não é contra a Polícia Militar que é uma instituição valorosa e respeitável, o processo foi contra um indivíduo que se desviou das condutas até determinadas pela Polícia Militar. Transgrediu a lei, o papel do Ministério Público é atuar”, disse o promotor Erick Fernandes.

 “Sempre com base que está nos autos, nos depoimentos, provas técnicas, que foram inúmeras e ressaltar o trabalho excepcional tanto do Ministério Público quanto da Polícia Civil que fez uma investigação de qualidade e isso sem dúvida apareceu no resultado. E só deixando claro, que esse processo não trata de um processo contra a Polícia Militar, pelo contrário, a Polícia Militar instituição, tem todo nosso respeito e admiração, parceria, até porque nós dependemos do trabalho das polícias militar e civil”, finalizou a promotora Paula Camacho.

 O crime

Na tarde de 28 de junho de 2018, por volta das 15h30, um carro ocupado por seis pessoas da mesma família foi atingido por 12 tiros de arma de fogo na rua Angelim com rua Cedro, no bairro Santarenzinho.

A doméstica Sônia da Silva, 40 anos, morreu, e outras cinco pessoas ficaram feridas. Na época, o ex-militar se apresentou à polícia e confessou o crime.

Em depoimento, ele disse que estava indo para a casa da mãe, e um dos integrantes do carro teria mostrado uma arma para ele, mas esta versão foi descartada. O crime foi motivado por uma disputa de terra na ocupação do Juá.

Última atualização dia 21/12 às 11h58*

Por Diene Moura e Baía

O Impacto

Um comentário em “Réu por homicídio e 5 tentativas, ex-sargento PM Gildson é condenado a 72 anos de reclusão

  • 20 de dezembro de 2023 em 11:25
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    Lembro bem desse ocorrido. Assim como me lembro de um determinado “repórter policial” na delegacia tentando jogar a opinião pública contra o marido da mulher assassinada, ou seja, uma das vítimas, fazendo o papel de Promotor acusando o rapaz que perdeu a esposa e teve o filho baleado de estar armado e ser um criminoso. Hoje o tal repórter apresenta um desses programas sensacionalistas que usam o crime como entretenimento. Parabéns a justiça pelos mais de 70 anos de cadeia para ex policial Meliante que ceifou a vida de uma pessoa inocente dentre tantos outros crimes que já havia cometido.

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