Funai, PF e Segup vão agir em Jacareacanga
O reforço policial enviado para Jacareacanga, no sudoeste paraense, deverá chegar ao município na tarde desta quarta-feira, 4. Segundo informações da Polícia Civil, o efetivo aguarda, em Itaituba, a chegada da Polícia Federal e de representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Procuradoria Federal, que já possuem experiência na negociação com indígenas. Um inquérito foi aberto para apurar o incêndio no quartel da Polícia Militar na cidade, ocorrido na madrugada da última segunda-feira, 2. Pelo menos 50 índios da etnia Munduruku teriam participado do ato.
De acordo com o diretor de Polícia do interior, da Polícia Civil, Silvio Maués, a situação no município está controlada, porém todo o Sistema de Segurança Pública do Estado está em atenção. “Há uma resistência muito grande dos indígenas em relação à Polícia, mas estamos acompanhando a situação e, em parceria com a Polícia Federal, a Funai e a Procuradoria Federal, deveremos restabelecer a ordem na cidade”, informa o delegado.
A equipe mobilizada para o local é composta por um delegado, um escrivão, dois investigadores de Itaituba (município vizinho) e 30 policiais militares de Belém. O inquérito instaurado pela Polícia, segundo o delegado, busca identificar os responsáveis pela invasão, pelo incêndio e pelo roubo das armas – duas carabinas e um revólver calibre 38 – que estavam armazenadas no destacamento da Polícia Militar.
O delegado geral da Polícia Civil, Nilton Atayde, afirma que, identificados os responsáveis pelo atentado, as medidas legais devem ser aplicadas a partir de uma perícia antropológica. “A partir da identificação dos responsáveis, vamos aguardar um posicionamento da Funai e o resultado de uma perícia antropológica, para saber se os índios entendem a nossa cultura e, também, se estão integrados à ela. E os responsáveis vão responder, sim, por esse ato”, assegurou Atayde.
Segundo ele, o município de Jacareacanga deverá receber uma unidade da Polícia Civil até o início do ano que vem. Nilton informa que o projeto de implantação dessa unidade já está sendo desenvolvido e que um processo licitatório neste semestre deverá definir a construção do prédio.
Atentado
Durante a invasão, o grupo de indígenas teria retirado o armamento e se confrontou com os policiais militares, que deixaram o local para evitar o conflito. Em seguida, os manifestantes atearam fogo no destacamento. Ontem pela manhã, os índios ainda voltaram para derrubar as paredes do prédio, já destruído. Um policial militar que foi atingido por uma flecha no braço passa bem.
Segundo informações coletadas pela polícia, os manifestantes participavam de uma mobilização política no município e teriam se reunido para protestar contra a decisão da Justiça de liberar os suspeitos da morte de outro indígena. Ainda pela manhã, a Polícia Civil entrou em contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Polícia Federal para atuar dentro das respectivas competências.
Fonte: Agência Pará