Polícia Federal investiga incêndio criminoso no Ibama
Um incêndio de graves proporções destruiu 200 metros cúbicos de madeira, do total de 400 metros que estavam depositados no pátio da sede do Assibama em Santarém, na última quarta-feira. Segundo a direção do Ibama em Santarém, o incêndio começou às duas da manhã e as labaredas estavam altas quando o Corpo de Bombeiros chegou para debelar o fogo. “Os Bombeiros foram acionados às nove da noite, com suspeita de incêndio que não se confirmou”, disse Hugo Américo Schaedler, gerente executivo do Ibama. Mais tarde a suspeita se confirmou, quando os vigilantes do Ibama, ao verem as chamas, acionaram os Bombeiros, que levaram cerca de quatro horas para controlar o incêndio.
PF vai apurar – Hugo Américo, analista e engenheiro florestal , gerente do Ibama de Santarém, desde o dia 20 de dezembro, confirmou que a Polícia Federal foi comunicada do fato e que vai apurar as possíveis causas do incêndio e buscar os criminosos. “Mas por enquanto não existem suspeitos”, citou. Ele disse ao jornal O Impacto que esta ação da Polícia Federal é necessária, “pois a madeira estava sob custódia do Ibama e precisamos comunicar para que seja feita a investigação”.
Agora resta à justiça dar andamento mais rápido ao processo para apurar os fatos.
Burocracia é a grande vilã – O Incêndio na sede da Assibama em Santarém, faz com que um asunto venha à tona, que é o excesso de burocracia que impede a doação imediata da madeira apreendida. Para se ter uma idéia, existem madeiras que se encontram no pátio da Assibama há mais de dez anos.”Realmente a madeira está no local há algum tempo, ano passado foi período eleitoral, não poderíamos doar nem destinar nenhuma dessa madeiras, a gente esbarrou na burocracia”, disse o gerente do Ibama.
A burocracia surge como fantasma mais que atuante nas repartições públicas e no Ibama não é diferente. “À frente do Ibama em Santarém mais de um ano, a nossa vontade sempre foi dar uma destinação a este terreno da Assibama”, disse o ex-gerente Gustavo Podestã, ”sempre escutamos a população incomodada com muita razão, e tirar esta madeira do local, mas nunca tivemos condições de fazer, por conta do impedimento judicial que havia, a madeira estava impedida de ser doada, o Ibama estava proibido judicialmente de doar esta madeira, Hugo assumiu o Ibama de Santarém e esperamos que consiga dar uma destibnação nobre a esta madeira”, citou Podestã.
Gustavo Podestã, ex-gerente executivo do Ibama de Santarém, também esteve no local onde parte da madeira apreendida pelo Ibama foi queimada e comentou que o incêndio estava previsto. “Na primeira semana do ano colocaram fogo na madeira, tomara que ninguém queira colocar fogo no prédio do Ibama e nem no gerente”, destacou.
Depois desse incêndio resta à Justiça procurar doar a madeira, pois não existe condições para que permaneça no local. Do contrário, podem acontecer outros incidentes iguais ou piores que esse, que inclusive podem ter vítimas fatais.
Por: Carlos Cruz
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