Transamazônica abandonada – Empresa recebeu mais de R$ 40 Milhões

Ponte do Cipó
Ponte do Cipó

A empresa CCM – Construtora Centro Minas Ltda. recebeu mais de R$ 26 milhões só em aditivo. Segundo informações, a referida empresa ganhou várias licitações realizadas pelo DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, nos anos de 2008 e 2009, para fazer a recuperação e manutenção da Rodovia BR-230, Rodovia Transamazônica, que vai do sub-trecho Fim Trav, no rio Tapajós-Igarapé Nambuaí, até o Igarapé Palmares. Essas licitações geraram contratos de números 00131/2008, 00128/2008, 00130/2008, 00129/2008 e 00378/2009 e estes contratos somaram em R$ 14.149.025,84. Entretanto, a empresa CCM foi beneficiada com vários aditivos em todos os contratos, que somaram aos cofres públicos, mais que o valor dos contratos, em torno de R$ 26.291,276,03, que  renderam à empresa o total de R$ 40.440,301,87.

Todos os contratos receberam até 8 (oito) termos de aditivos, segundo cópias dos contratos celebrados entre o DNIT e a CCM que estão em nosso poder. Em todos os contratos, os aditivos sempre eram em torno de 23% a 24,36%, o que é permitido por Lei, desde que sejam justificados os motivos relevantes para tal ajuste, o que não ocorreu. Também eram feitos reajustamentos sobre os valores, autorizados sempre pela Superintendência do DNIT do Pará, segundo os documentos e tudo isto visa a empresa fazer os serviços até o dia 26 de Novembro de 2013.

Cópia do contrato do DNIT mostra valores recebidos pela empresa
Cópia do contrato do DNIT mostra valores recebidos pela empresa

Apesar dos vultosos recursos já recebidos, a empresa tem feito apenas um paliativo, tapando buracos e fazendo o serviço de terraplenagem em alguns trechos. Nos contratos, diz que a empresa não pode paralisar os serviços. No entanto, a empresa vem descumprindo os contratos, e não vem mantendo equipes trabalhando na rodovia.

Durante três dias de viagem pela rodovia, nossa reportagem não encontrou nenhum maquinário e nem equipe da empresa trabalhando.

“É lamentável e vergonhosa essa violação do cofre público, do superfaturamento e do descaso das autoridades que competem fiscalizar serviços como este. O povo paga seus impostos e espera o retorno aos investimentos a que se tem direito. Mas o descaso e a corrupção imperam numa região onde os recursos são sempre canalizados para atender os interesses particulares e não coletivo. E o povo é quem sofre e quem paga por tudo isso. Lembrando as palavras do famoso e querido cantor Zezé di Camargo em seu show na cidade de Itaituba, no dia 04 de Agosto/2013, os recursos vêm, a aplicação é que não é feita corretamente e que o povo daqui merece coisa melhor. Segundo o cantor, no Centro-Sul se propaga que a rodovia Transamazônica já é asfaltada. Lamentou a trafegabilidade precária da rodovia, a penúria e o maltrato sofrido pela população que vive na região. É uma crítica às autoridades de todas as esferas e uma alerta para o povo”, disse o ex-vereador Luiz Peninha Sadeck.

TRANSAMAZÔNICA: ESTRADA OU UMA TRILHA?: A BR-230, Rodovia Transamazônica foi construída na década de 1970, no Plano de Integração Nacional. São mais de 40 anos de existência e a rodovia nunca recebeu um trato merecido e a população é quem sofre, pois o direito de ir e vir com tranquilidade e segurança é bloqueado com as péssimas condições em que se encontra esta via de circulação.

O ex-vereador Luiz Peninha Sadeck esteve por três dias percorrendo a BR-230, trecho Itaituba-Jacareacanga-Itaituba, e viu de perto a situação atual desta via. “A condição de trafegabilidade é péssima há meses, apesar de constantes recursos financeiros que foram viabilizados para a sua recuperação. A Rodovia Transamazônica é uma verdadeira trilha: quando dois veículos se cruzam, um tem sair da trilha, correndo o risco de bater na ribanceira ou ir para o abismo, que, alias, é o que existe em abundância ao longo desta estrada”, disse Peninha.

O perigo ronda quem trafega nesta BR, pois são centenas de curvas, estreitas e sem sinalização, e o risco de colisão com outro veículo é enorme. Inclusive, recentemente, a falta de sinalização provocou um grave acidente, causando a morte do delegado de Policia de Itaituba, Dr. Antonio Carlos e ferimentos graves nos dois outros ocupantes do veículo oficial da Polícia Civil. As placas, na suas maiorias pequenas e escondidas no mato, não são vistas pelos condutores dos veículos, fato suscetível a acidentes nas pontes.

Apesar das pontes, algumas, na parte de cima se mostrarem perfeitas, na parte de baixo estão às ruínas e sempre fora do eixo da estrada. Em grande parte o mato toma conta estreitando a estrada, e curvas em cima de curvas, sem nenhuma sinalização.   “Outro grande perigo são as centenas de pedras espalhadas sobre a estrada, o que tem causado também acidentes, devido o pneu furar, bater o Carter, quebrar a mola, amortecedor ou tentar desviar da pedra e perder a direção do veículo, informou o ex-Vereador.

 “Quando chove, tem ladeiras que os veículos não sobem e nem descem, devido ficarem lisas. Também nas margens da estrada, grandes crateras se formam, ameaçando e destruindo a pista de rolamento. São perigos constantes que quem trafega nesta estrada encontra. A ponte sobre o Igarapé do Cipó apresenta inúmeros buracos sobre o assoalho, onde a qualquer momento um carro pode virar ou o pneu engatar nas tábuas. O perigo ronda dia e noite a Rodovia Transamazônica, colocando em risco a vida de pessoas que nela trafegam todos os dias”, finalizou Luiz Peninha Sadeck.

EMPRESAS DA ÁREA DO BEC QUEREM PERMANECER NO LOCAL: Um grupo de empresários da construção civil, à frente o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém, Alberto Batista de Oliveira, foi recebido pelos presidentes Jarbas Vasconcelos e Ubirajara Bentes De Souza Filho, em reunião no último final de semana. Eles pediram apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Subseção de Santarém, nas negociações com o Exército Brasileiro e com a Advocacia Geral da União.

O grupo de empresários quer continuar os trabalhos com concreto usinado e permanecer na área da União, em caráter temporário e emergencial, enquanto conseguem a licença ambiental e a instalação elétrica nos seus respectivos imóveis, recentemente adquiridos.

A OAB deixou claro aos empresários que não concorda com a ocupação de terras públicas, no entanto, em razão da possibilidade iminente de paralisação do setor de construção civil – edifícios, escola, igreja e do shopping -, e conseqüentemente o desemprego de aproximadamente 1.000 (mil) operários, prometeu pacificar a situação.

Os dirigentes da OAB, Jarbas Vasconcelos e Ubirajara Bentes reuniram com as Advogadas da AGU, com o Juiz Federal Airton Portela e com o Comandante do 8º BEC, para abrirem as negociações e pacificar a situação. Na manhã de segunda-feira, 12, houve uma reunião com as Advogadas da AGU, o Comando do Exército e ACES, mediado pela OAB Santarém, para buscar um entendimento sobre essa questão, especialmente para assegurar os postos de trabalho e manter ativo o setor de construção civil.

Fonte: RG 15/O Impacto

Um comentário em “Transamazônica abandonada – Empresa recebeu mais de R$ 40 Milhões

  • 20 de agosto de 2013 em 09:56
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    O ex-vice, hoje atira pedras para tudo que é problema na região de Itaituba, esquecendo-se porém que, todas essas matérias serão usadas contra êle nas próximas eleições. Essas atitudes mostram à população que o mesmo quando vereador, era conivente com todas essas patifarias que hoje denuncia.Ao Povo de Itaituba, olho vivo.

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