Homem é preso e confessa estupro de seis meninas
“Eu abusei das meninas, sim. Cometi uma coisa errada. Mas a ideia não é essa, não queria machucar ninguém. Só queria fazer um ritual de resistência em todas elas”. As palavras ditas com frieza são do coordenador de um grupo de crianças e adolescentes de uma igreja evangélica de Ananindeua. Regicleison Maciel da Costa, 30 anos, é acusado pela polícia de abusar de pelo menos seis meninas, entre 11 e 15 anos, que participavam do grupo, no bairro do Distrito Industrial, periferia do município. O suspeito, detido em flagrante, na manhã de ontem, em Belém, após a conclusão de um inquérito da Delegacia de Atendimento a Criança e ao Adolescente (DCA), confessou o crime e disse que os abusos sexuais faziam parte de um ritual de iniciação do grupo que coordenava.
Segundo a delegada Joseângela Santos, responsável pelo caso, os crimes vinham acontecendo desde o ano de 2009, quando o grupo foi fundado pelo suspeito. “Pelos relatos que ouvimos das vítimas, esses abusos já acontecem há cerca de quatro anos, mas só agora começaram a ser denunciados. Tem casos inclusive de meninas que começaram a ser abusadas sexualmente com onze anos e hoje estão com quinze, mas por medo, preferiam permanecer em silêncio”, revelou Joseângela.
De acordo com ela, Regicleison se aproximava das vítimas com a justificativa que precisava criar um subgrupo apenas de meninas dentro do grupo de adolescentes. E para permanecer nesse subgrupo, as meninas precisariam passar por uma espécie de ritual denominada por ele de Teste da Posição Proibida (TPP). “Um ritual, que na verdade, consistia em abusar sexualmente de todas as garotas com a desculpa que os atos libidinosos eram para dar mais resistência para elas”, explicou a delegada.
Em depoimento a polícia, o suspeito confessou todas as acusações e disse que é vítima de um distúrbio mental. “A minha intenção jamais foi prejudicar as meninas. Eu só queria proteger elas das maldades do mundo e por isso acabei me excedendo nesses rituais. Mas isso só aconteceu porque eu tenho distúrbio. Foi por conta desse distúrbio que as coisas tomaram esse rumo”, afirmou Regicleison.
O coordenador foi preso após um mandato de prisão preventiva decretado pela Justiça e agora vai responder pelo crime de estupro de vulnerável. A polícia acredita que ele pode ter feito mais vítimas no grupo e por isso, pede, a colaboração dos pais das crianças e adolescentes que participam do grupo. “Quem sofreu violência cometida por ele, ou soube de outro caso semelhante, pode procurar a Delegacia de Atendimento a Criança e ao Adolescente ou então denunciar o caso através do disque-denúncia (181). É muito importante a participação das pessoas para que cada vez mais casos como esse seja punido”, ressaltou a delegada da DCA.
Fonte: Diário do Pará