Ribeirinhos afirmam resistência contra hidrelétricas no rio Tapajós
A Associação Indígena Pautaí de Pinhel (AIPAP) do município de Aveiro, Baixo Tapajós, realizou nos dias 26 e 27 de outubro seminário sobre o Complexo Hidrelétrico do Tapajós. O encontro buscou esclarecer e debater sobre os impactos que a construção das hidrelétricas irá causar sobre o meio ambiente, os povos indígenas e habitantes da região.
O seminário contou com a participação das aldeias Escrivão (Munduruku Cara Preta), Taquara (Alto Tapajós), comunidade Cametá, Santa Cruz, e com o apoio do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Movimento Tapajós Vivo (MTV), Conselho Indígena Tapajós/Arapiuns (CITA), Grupo Consciência Indígena (GDA) e estudantes indígenas Munduruku da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).
Representantes da prefeitura também foram convidados, mas não compareceram.
“Sabemos que temos direito a uma água, moradia e luz de qualidade. Mas será que é preciso sacrificar o Tapajós, a nossa água e os nossos peixes? É pra isso que viemos ao encontro, pra discutir essa questão”, aponta Edgar Carvalho Filho, presidente da associação indígena.
Para os participantes do encontro, é necessário ampliar o debate e a divulgação de informação sobre os projetos de construção das hidrelétricas para que se fortaleça a resistência. Do contrário, o poder público pode interpretar que a população aceita e concorda com as obras.
“Nossa preocupação é a vida de todos, através de nossas crenças, ritos religiosos, nossas historias milenares, línguas, costumes”, afirma o indígena.
Após o resultado do encontro, os participantes fizeram uma carta para ser encaminhada ao Ministério Público Federal e à Presidência da República, no qual exigem a garantia de consulta prévia e garantia de direitos já conquistados.
Fonte: R 15/O Impacto