Volkswagen foca em projeto de carro mais barato que o Gol
O presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, afirmou nesta sexta-feira (18), que a companhia irá investir fortemente no segmento que se forma agora no Brasil de carros baratos, ou seja, abaixo do Gol – por enquanto o modelo de entrada da marca alemã no país.
“Com a chegada das chinesas, este é um segmento que tem 7% do mercado, mas isso vai passar para 14% nos próximos quatro, cinco anos”, destacou Schmall.
A Volkswagen já havia anunciado no ano passado que desenvolvia um projeto de um automóvel de baixo custo. “Continuamos concentrados neste projeto. Queremos atingir os jovens que vão comprar o primeiro carro”, explicou Schmall sobre a estratégia que envolve o veículo, ainda sem data divulgada de lançamento.
De acordo com o presidente da Volkswagen, 24% da população brasileira se encaixa neste perfil. “São jovens que têm uma moto, por exemplo, e vão querer passar para um outro patamar”, afirma. “É o mesmo conceito do Tata Nano, na Índia, uma moto com cobertura”, brinca Schmall, ao ilustrar o movimento que aconteceu no mercado indiano, dominado até então pelas motocicletas.
VW prevê crescimento entre 5% e 6%
Schmall recebeu jornalistas durante o lançamento da pedra fundamental da nova área de pintura da fábrica de Taubaté (SP). Com os novos equipamentos implementados até o final de 2012, a unidade fabril terá a capacidade de produção aumentada de 1.050 veículos por dia para 1.300 unidades. A fábrica de Taubaté é responsável pela produção do Novo Gol e do Voyage e completou 35 anos nesta sexta.
O investimento de R$ 360 milhões para a solução do gargalo produtivo faz parte do pacote de R$ 6,2 milhões em investimentos previstos pela Volkswagen entre 2010 e 2014. No fim do ano passado, a fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, teve a nova área de pintura inaugurada.
Todos os investimentos nas fábricas visam atingir a meta de 1 milhão de unidades produzidas no Brasil até, no máximo, 2013. “Vai depender muito do mercado, especialmente das exportações, que são difíceis de prever”, ressalta Schmall. Em 2010, a VW produziu 823 mil carros no Brasil, sem contar as unidades em CKD (veículos desmontados destinados à exportação).
Segundo Schmall, para este ano a previsão é de crescimento entre 5% e 6% desse volume. “O problema são as exportações, acredito que vamos apenas conseguir manter o nível que obtivemos no ano passado, de 150 mil unidades”, afirma.
Nova tecnologia
A nova área de pintura em Taubaté utilizará mais de 70 robôs, o que torna a pintura interna e externa dos veículos 100% automatizada. Ecológica, a nova tecnologia, que utilizada tinta à base de água, permite eliminar uma camada de pintura do processo e reduz o consumo energético, além de resduzir emissões.
D G1