Primeiros universitários da UFOPA iniciam atividades acadêmicas

Os estudantes aprovados no primeiro processo seletivo da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) iniciaram na última segunda-feira, 28 de fevereiro, e seguem até sexta-feira, 4 de março, as atividades ofertadas pelo Centro de Formação Interdisciplinar (CFI), de acordo com a estrutura acadêmica da universidade. No primeiro dia, os estudantes responderam a um questionário com perguntas “tipicamente acadêmicas”. A partir do segundo dia, o CFI oferece oficinas acadêmicas que se iniciam com uma explanação detalhada acerca da estrutura curricular. As aulas retornam dia 10 de março, com a oferta dos seis módulos interdisciplinares referentes à Formação Interdisciplinar I, que corresponde ao primeiro semestre de aulas, comum a todos os alunos matriculados.

“Com o questionário, queremos identificar o grau de conhecimento dos estudantes acerca de alguns conceitos fundamentais que eles terão ao longo do semestre, além de outras informações necessárias para uma avaliação diagnóstica que servirá de parâmetro para a avaliação a ser aplicada no fim desta formação”, afirmou a diretora do CFI, Profa. Dóris Faria. Ela destacou os principais pontos da nova estrutura. “O princípio da UFOPA é inovador, pois está baseado em elementos de inovação curricular, flexibilidade, formação em ciclos, acessibilidades, entre outros”.

Paula Lima Borges, 19, anos, ficou surpresa, mas gostou da pesquisa. “Fiquei feliz com esse interesse da UFOPA em conhecer seus alunos”. Ela foi aprovada em outros processos seletivos e conseguiu vagas nos cursos de Enfermagem e Fonoaudiologia em uma universidade do estado do Rio de Janeiro, porém o desejo era ter sido aprovada em Medicina. “Quando optei por Enfermagem, não tinha certeza se era isso mesmo que queria como segunda opção, por isso me decidi pela UFOPA, porque sei que aqui terei mais tempo para fazer a minha escolha”.

Essa é mesmo uma idade de incertezas, completou Sarah M. Oliveira, 19 anos, aprovada em outros dois processos seletivos fora de Santarém. “Sei que quero a área de Biodiversidade, porém ainda não tenho certeza do curso. Por isso, a UFOPA foi para mim a melhor opção. Já sei até qual instituto escolher”, disse ela, com a certeza de quem conhece bem o projeto pedagógico da universidade.

Primeiro dia de atividades acadêmicas – Nesta terça-feira, 1º de março, os quase oitocentos alunos matriculados até agora, divididos em três turmas de acordo com os turnos pelos quais optaram, conheceram a Formação Interdisciplinar I – ciclo que inicia as atividades acadêmicas. Eles receberam as boas vindas da diretora do CFI, Profa. Dóris Faria, do pró-reitor de Ensino de Graduação, Prof. José Ferreira Aquino, do pró-reitor de Planejamento Institucional, Prof. Aldo Queiroz, e da diretora de Assuntos Estudantis, Profa. Terezinha Pacheco. Logo após conhecerem a estrutura curricular deste primeiro semestre, os alunos foram encaminhados às salas de aula localizadas no terceiro andar do Amazônia Boulevard. “Nesta primeira semana vamos ofertar oficinas de iniciação – com carga horária de 20h – que objetivam preparar os alunos para a vida acadêmica, ou seja, eles terão contato com o estudo, a gramática e a produção de texto”, explicou a coordenadora das oficinas, Profa. Aldenira Scalabrini.

Ampliação do apoio aos estudantes – O pró-reitor de Planejamento Institucional, Prof. Aldo Queiroz, anunciou a ampliação na oferta de bolsa-permanência. “O reitor José Seixas Lourenço autorizou o lançamento de um edital ofertando pelo menos mais 200 bolsas de apoio aos nossos alunos”.  Todo o processo de seleção será coordenado pela Diretoria de Assuntos Estudantis.

Das 1.200 vagas ofertadas pela UFOPA, 50 foram destinadas, por meio de edital próprio, a candidatos indígenas. João Tobias Assunção de Sousa, 22 anos, foi um dos selecionados. Ele faz parte da etnia Cumaruara, do Baixo Tapajós. Em seu primeiro dia de atividade acadêmica, não conseguia esconder a alegria de estar numa universidade. É o primeiro de uma família de três irmãos a ter esta oportunidade. “Estou muito orgulhoso em fazer parte da família da UFOPA. É tudo muito novo para mim, já sei bem o que quero: minha opção é pela área do Direito.”

Filha de mãe com curso superior, Mariane Caroline Bentes deixou a comunidade rural em que vivia em busca do tão sonhado curso superior. Quer ser antropóloga. Optou pela UFOPA. “É interessante estudar a base de formação de um povo. É necessário registrar uma cultura que está se perdendo com a morte de alguns integrantes, como é o caso do povo Cumaruara”.

Em seu primeiro dia de universitária, Arlene Maria Ferreira, 36 anos, estava eufórica. Depois de ouvir a explanação sobre o funcionamento da nova universidade, o que mais chamou a atenção dela foi a possibilidade de seguir o percurso de formação acadêmica –  que na UFOPA permite ao aluno seguir até a pós-graduação, sem a necessária condição de submeter-se a uma rigorosa seleção, ou seja, é a formação em ciclos prevista no projeto acadêmico. “Entrar na universidade era um sonho quase impossível para mim, chegar até doutorado nem passava pela minha cabeça”. Há nove anos, Arlene trabalha como operadora de máquina fotocopiadora no Campus Rondon da UFOPA. Acostumou-se a ouvir dos alunos queixas sobre escolhas erradas no vestibular tradicional. “Estou feliz com a possibilidade de entrar em contato com os conteúdos antes de fazer a escolha. Para mim, o Instituto de Biodiversidade e Florestas parece ser uma boa opção, porém terei tempo para confirmar essa escolha e isso é empolgante.”

Fonte: Comunicação/UFOPA

Um comentário em “Primeiros universitários da UFOPA iniciam atividades acadêmicas

  • 4 de março de 2011 em 10:11
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    Noossa, isso é frustrante. Porque será que a comunicação da Ufopa só mostra a opinião que relata o lado deles de quem está achando a ufopa um máximo. O minimo que eu ouço os calouros dizerem sobre quando perguntados o que estão achando eles dizem: “Tá tudo muito estranho”. A indignação é quase regra entre os calouros.

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  • 4 de março de 2011 em 09:13
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    A UFOPA, enquanto “nova” universidade, está muito longe de ser aquilo a que se propôs. Instalaçôes inprovisadas, falta de espaço para atender a novos alunos, em fim uma bagunça. Turmas que ainda não sabem onde vão estudar por falta de salas ou até mesmo algum espaço improvisado, sem falar nesse modelo que já apodreceu antes de ter sido colocado em prática. Já foi editada a sexta chamada e ainda tem vagas sobrando, para compor a disponibilidade das cerca de 2.000. Isso demosntra que a comunidade academica, quer dizer não a esse modelo, que vai formar profissionais medíocres.Para se ter uma idéia, até carimbo está faltando para que precisaassinar um documento que possa ter valida validade. Em suma pra chegar a ficar ruim, vai ter que melhorar muuuuuito.

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