Professores revoltados criticam governo municipal

Iracildo Pereira, do SINPROSAN, cobra empenho da Câmara à classe

Na manhã de segunda-feira, a sessão da Câmara de Santarém foi interrompida por uma manifestação feita por professores da rede municipal de ensino. Centenas de professores paralisaram suas atividades no município para protestar contra o que eles denominam de descaso do governo. O presidente do Sinprosan (Sindicato dos Professores de Santarém), Iracildo Pereira, em declaração ao jornal O Impacto falou do desconforto que passa, ao ter que fazer a paralisação, “mas é necessária, por isso é que também viemos buscar apoio do Legislativo para que possa intermediar as negociações junto ao governo”. Iracildo citou, ainda, que “o Executivo está travando qualquer tipo de negociação, inclusive solicitando prisão dos professores grevistas”, falou.

“O governo está usando o tempo na Justiça, para poder dar os 30 dias ou mais para poder demitir os professores, e não podemos permitir que isso aconteça”, disse Iracildo, conclamando a classe para que permaneça firme lutando por seus direitos. “Até o momento o governo Maria do Carmo se mostrou autoritário, travando negociação e buscando a Justiça”, citou.

Na opinião do presidente do Sinprosan, a Justiça deu parecer favorável ao governo, “segundo o entendimento que eles fazem da lei, nua e crua, sem observarem o mérito da questão”, disse. ”Mas agora estamos, através de nosso setor jurídico, recorrendo dessa decisão e vamos ver o que acontece”, disse ele Iracildo Pereira.

Via crucis – O líder do Sindicato dos Professores Municipais e do movimento grevista da categoria em Santarém destacou o sacrifício por qual passam os membros da classe. “O professor sofre muito, andando pelas ruas, pegando sol e chuva, sujeito a riscos. No entanto, o governo municipal aprisiona este trabalhador e ao final, querendo dar uma de bonzinho apenas complementa o salário mínimo. Um absurdo”, desabafou o líder sindical.

Vereadores se posicionam – Sabendo do prejuízo que causam aos alunos, que podem ficar com os dias letivos mais longos, os vereadores apelam para o bom senso. “É importante que a Câmara Municipal de Santarém e o Poder Executivo sentem e dialoguem com a classe dos professores, que tem que ser valorizada e não podemos deixar alongar essa situação que prejudica o ano letivo que começa atrasado”, disse o vereador Gerlande Castro (PP). O vereador José Maria Tapajós (PMDB), foi mais realista ao analisar o problema dos professores. “Esta greve já chegou no âmbito da Justiça, quer dizer que o Poder Executivo e a categoria dos professores, Sinprosan, buscam um foro independente, que é a Justiça, que inclusive já se manifestou. Agora, o próximo passo será decidido entre as duas partes. Quanto a participação do Poder Legislativo, só podemos interferir caso recebermos um projeto de Lei alterando algum dispositivo do PCCR/Plano de Cargos e Salários, assim esta Casa tem a responsabilidade em analisar e aprovar, quanto a ação da Prefeita, fora isso, entendemos que esta manifestação foge à nossa alçada”, disse o presidente, finalizando: “Quando o caso chega na Justiça, quer dizer que foram esgotadas as conversações, portanto, estamos apreensivos, pois ficam desgastados os professores e perdem os alunos, haja vista que as aulas que deveriam ser finalizadas em dezembro, podem ser estendidas até meados de janeiro, prejudicando o planejamento que todos fazem no final de ano”, finalizou José Maria Tapajós.

Por: Carlos Cruz

 

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