Crescimento da inadimplência no 1º semestre é o maior desde 2002

O crescimento de dívidas em atraso no Brasil no primeiro semestre atingiu o maior percentual desde 2002, segundo um levantamento divulgado nesta segunda-feira (11). Os motivos desse aumento servem de alerta para os consumidores.

A farra de consumo combinada com juros altíssimos nem sempre dá certo e a conta está chegando para quem exagerou nas compras a prazo nos últimos meses. O número de dívidas aumentou.

Em junho, a inadimplência, prestações que estão em atraso, cresceu quase 8% na comparação com maio. E no primeiro semestre, aumentou mais de 22%, em relação ao mesmo período do ano passado. Foi a maior alta em nove anos.

A forte expansão do crédito no Brasil nos últimos anos é uma das explicações para este aumento do número de devedores em atraso. Mais gente passou a comprar a prazo e mais gente se enrolou em suas dívidas.

A consultoria que fez a pesquisa diz que o inadimplente brasileiro tem em média cinco dívidas em atraso e leva cerca de sete meses para quitar e limpar o nome. A recomendação é mais cautela.

“Quem concede o crédito tem que avaliar melhor quem está pedindo. Ou seja, avaliar melhor o risco. Quem toma o crédito, o consumidor, deve avaliar se já tem muita dívida e parar de comprar. Não é momento para se contrair, para quem já está endividado, em um momento de juros tão altos”, alerta Carlos Henrique de Almeida, da Serasa Experian.

O Banco Central também detectou um aumento da inadimplência, mas em ritmo menor. De janeiro a maio, último mês apurado, o volume total de dívidas em atraso passou de 5,7% para 6,4% em relação a todos os empréstimos concedidos.

Será que o maior número de dívidas em atraso pode pôr em risco a saúde da economia brasileira? O professor de finanças Fabio Gallo Garcia acha que não. “Do ponto de vista da economia em geral, não vejo nenhum sinal grande ou importante, porque, afinal de contas, 67% das dívidas das pessoas é o chamado crédito de baixo risco. Agora acende a luz amarela na perspectiva pessoal, do consumidor. Esse tem que estar mais atento as suas despesas”, avalia.

Fonte: Jornal nacional

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