CURUAI II

Após oito anos fora da sala de aula, fui surpreendido por um ex-aluno do curso de Letras, hoje, mestre, e sua irmã, que vieram me fazer o convite para participar do seu grupo de trabalho no pólo da Universidade Castelo Branco, do Rio de Janeiro, que está instalado em Curuaí, Lago Grande, neste Município, para ministrar algumas aulas no Curso de Letras. Fiquei muito surpreso, quando já estava me acostumando com a idéia da velhice, encostado porque algumas faculdades só aceitam professores “gatinhos”.

Aceitei o desafio porque sempre acreditei que ainda poderia ser muito útil no magistério, após trinta anos ininterrupto de sala de aula, e confesso que após ter que rever livros, velhos amigos encostados, cheguei a confessar com a minha esposa, companheira de trinta e um anos, que não deveria ter aceitado, que estava procurando “sarna pra me coçar”. Mas ela me disse, você é capaz. Tem experiência. Fui e no dia e hora marcados, me apresentei para o primeiro dia de aula, no curso de Letras, no Curuaí, após aquela viagem gostosa, para mim, de barco. Com um único problema, tive que viajar na sexta-feira à noite, porque para lá não tem barco no sábado, nem de lá para cá, não sei por quê?

Em conversas com os moradores do local, não entendi porque não tem barco sexta-feira pra Santarém, nem sábado para Curuai, como tem para Monte Alegre, Oriximiná, Óbidos, Alenquer, Porto Trombetas, nem domingo à noite de Santarém para Curuaí. Pois há muitas pessoas que trabalham lá e não podem vir a Santarém nos finais de Semana, a não ser por Juruti. Além de ser um importante pólo econômico da nossa região e necessitar fazer suas transações comerciais em Santarém, ficam incomunicáveis

Mas voltemos a minha re-estréia. Foi emocionante como na primeira vez. Entrei na sala de aula, com receio de não atender a expectativa levantada pelo mestre Francisco e Professora Francis, mas, “faça como o velho marinheiro que durante o nevoeiro leva o barco devagar” e assim fui começando as considerações da Língua Latina com seus casos e suas declinações. Novidade para eles, pois é o único curso superior que ainda tem Língua Latina no País, este mesmo País que tem a gramática distribuída pelo MEC, com erros crassos da Língua Pátria. Após a língua latina, trabalhei com lingüística II que trata da parte de Sintaxe da Língua Portuguesa na Gramática Gerativa Transformacional.

Foi muito agradável o resultado, sentir o crescimento de cada um dos acadêmicos, e me dei, por satisfeito em ter contribuído com os seus crescimentos pessoais e o crescimento de suas qualidades profissionais e a alegria estampada nos rostos dos acadêmicos, demonstravam que eles absorveram o conhecimento para melhor seus trabalhos com Língua Portuguesa, na escola.

Mas por que roubar-lhes os seus tempos, caros leitores? Pois, muitos ainda acham que o Pólo Universitário que lá está instalado com diversos cursos, está apenas, para tirar o dinheiro dos moradores de lá. Aí me lembrei de um fato que participei, também como personagem, e falei aos alunos por ocasião do encerramento das aulas.

Trabalhei do primeiro vestibular, como voluntário, do ISES, depois FIT, e fiz parte do seu primeiro quadro de professores e na época, as conjecturas, nos quatro cantos da cidade eram semelhantes com os de Curuai, atualmente. Mas hoje, milhares de profissionais já concluíram seus cursos estão realizados e a FIT continua crescendo para o bem de todos os santarenos e brasileiros que para lá se dirigem para se profissionalizar. Assim será no Curuai, um projeto para daqui a vinte anos Quando se terá o reconhecimento da comunidade, creio! Espero ainda estar vivo entre os mortais para presenciar isso.

Talvez o que estão falando, “emprenhados pelos ouvidos”, não estejam atentando que a presença de uma pólo de ensino superior, na região vai provocar uma série de mudanças, no comportamento das pessoas. No movimento do comércio de vestuário, nos Correios, de agencia bancária, nas papelarias, venda de livros, de fotocópias, de moradia, mais imóveis para alugar, necessidade de aumento da produção para alimentação da quantidade de pessoas de outras comunidades que para irão estudar.

Na necessidade de boas linhas telefônica, internet (rede mundial de comunicação) que o padre que lá está, todo poderoso e suas poucas beatas, mandou retirar a torre e hoje está desligada do mundo, pelo telefone e pela internet.

 Qual a liderança política?, ou seja lá o que for, que vai ter peito de defender a comunidade, de Curuai e interceda junto a empresa para reinstalar a torre para internet, com a máxima urgência? E com as bênçãos do divino. Não basta dizer que tem sua base política no Curuai, é necessário demonstrar na prática esse discurso.

Mais de cem pessoas que foram ao Curuai no projeto ASAS DA SAÚDE, nos últimos dias, 22 a 28 de julho, não puderam usar o posto de saúde para os atendimentos médicos por ordem do atual secretário de saúde de Santarém, foram para os colégios Xisto Aragão e Frei Gilberto Wood, nos intervalos dos seus atendimentos andavam perambulando pelas ruas atrás de orelhões que funcionasse e de internet. Alguns respondiam é culpa do padre, então, a solução é falar com o Bispo, a CNBB ou com o Papa. E o rebanho se dispersando, ó mau pastor!

Assim até à próxima disciplina, que se Deus quiser estarei lá, me reencontrando com os alunos do Curso de Letras esperando, na oportunidade, possamos  alunos, professores e comunidade, estarmos ligados com o mundo.

HOJE TEM FLUMINENSE, com a dupla mais romântica de Santarém, Milton e Milena, a partir das 23 horas.

Fiquei satisfeito de ver o retorno a obra da Turiano Meira, neste governo de obras inacabadas, paralisadas, ou coisa semelhante. Só um lembrete: a Turiano Meira não termina na Muiraquitã, vai da Rui Barbosa e termina no Bairro de Santo André, passando por dentro do Conjunto da Cohab, na rua em que eu moro, e que os moradores da Cohab votam e pagam impostos, claro!.

Por: Eduardo Fonseca

Um comentário em “CURUAI II

  • 21 de novembro de 2011 em 11:28
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    Curuai me elmbra outra musica a do ultraje arigor ” a terra é uma beleza oque estraga é essa gente…” não que não tenha ninguém de boa indole morando lá, mais as de maior capacidade de mudança adivinha só foram “convidados” a se mudar de lá como nossa familia, e todos sabem disso, quem trabalha no lago grande pelo povo e perseguido até por quem ajudamos, que o diga meus pais. um dia isso acaba pelas mãos do homem ou de deus, e no caso do padre todo poderoso, reverendissimo, um colega seu de batina, que da nome a uma escola em nossa vila abriu junto com os moradores uma estrada pra ligar a região ao ´progresso e você quer fechar uma estrada para o mundo? Qual o motivo pra isso? tudo tem um porque nada é feito sem motivo, e quem deveria peguntar isso era quem se intitula representante do povo do lago grande tanto na camara de vereadores que diz-que tem uns q dizem isso e claro o “presidente” da comunidade, Curuai ainda vai ser grande depende “daquela gente…”

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  • 5 de agosto de 2011 em 19:14
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    É realmente o curuai esta uma tristeza,apesar de suas belezas de suas praias e igarapés,parece que o povo e muito acomodado e aceita tudo, na verdade o nada que seus representante colocam…e minguem sozinho resolve alguma coisa..sou de lá mais a povinho desunido…uma vila que só ta crescendo com o tanto de menina novas que engravidam e não tem oportunidade porque lá não tem emprego e uma orientação adequada…ta parecendo aquela musica “era uma casa muito engraçada não tinha teto não tinha nada” a diferença e que só os seus representante e que gostam e ainda dizem” mais e feito com muito esmero” além de não ter comunicação que preste não tem nem um banco se quer para pagar os aposentados e professores da região toda,eles tem que ir em Santarém gastar uma economia que deveria ser gasto na própria comunidade…ainda estou acreditando em um futuro melhor e estudando para isso…professor parabéns e espero mesmo que o senhor volte nessa vila e continue levando conhecimento até eles….

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  • 5 de agosto de 2011 em 02:38
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    sou do curuai,amei seus desabafos é uma pena qe nao tenha outras pessoas para botar a boca no trombone como vc fes agora, qem sabe daqi a 5 anos retornarei para essa terra maravilhosa e lutarei pelos direitos desse povo tao sofrido.

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    • 5 de agosto de 2011 em 14:12
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      Sou do Curuai, meu pai foi um homem que amava esse lugar e junto com ele levou o sonho de ver um dia a vila ser mais assistida por esses governantes e que so lembram do lago grande em época de eleições e quando colocam um representante para defender os interesses da vila ajuda a afundar mais sem ter muitos progressos, fica so nessa mesmisse, os politicos deveriam investir mais na area de turismo tanta coisa linda pra ser visto e maravilhado por quem for visita-los eu amo essa terra apesar de fazer muito tempo que não vou ai mas sinto saudades e acompanho as novidades sempre pela internete.

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