Projeto BR-163 possibilita aprimoramento de 23 negócios em comunidades

Projeto BR-163 Sustentável

Ontem, 2 de setembro, foi concluída a reunião de líderes comunitários e representantes que discutiram durante essa semana melhorias para os empreendimentos promovidos por organizações de base na região de influência da BR-163.  Na ocasião houve a entrega de certificados aos participantes e avaliação.

Promovido pela Unidade Regional do Distrito Florestal Sustentável da BR-163 (UR SDF da BR-163), com colaboração da GIZ (fusão das organizações governamentais alemãs de cooperação técnica e social GTZ, DED e InWEnt). O encontro ocorre no auditório da Unidade Regional do Serviço Florestal Brasileiro (UR SFB), parceiro da ação.

Para Paulo Brasil da comunidade Aracurí, região do Lago Grande do Curuai, o curso vem atender a necessidade de ter uma organização autônoma, pronta para realizar novas conquistas. “Com o curso DOP, temos avançado nas atividades da Casa Familiar Rural e da criação da Cooperativa de Produtores Agroextrativistas, Artesãos e Artesãs do Lago Grande do Curuaí (Coopalc) elaborada de forma participativa, porque a organização é da comunidade”, afirma Brasil.

O curso utiliza como material metodológico o Desenvolvimento Organizacional Participativo (DOP). De acordo com a assessora da GIZ, Bernadette Wies, a metodologia DOP foi desenvolvida há 11 anos pela GTZ, a partir de várias experiências aplicadas em diferentes regiões do Brasil. “Baseado nas ferramentas da administração, adaptamos à realidade das organizações de base locais como associações e cooperativas, visando fortalecê-las”, esclarece Wies.

Participam das ações a equipe técnica do Serviço Florestal Brasileiro, representantes do ICMBio, Ufopa, Coomflona, Associação dos Trabalhadores Rurais de Belterra, Emater e Ceapac.

O primeiro módulo ocorreu em fevereiro desse ano. Os participantes formaram equipes e foram a campo realizar o levantamento de necessidades das organizações sociais escolhidas por cada grupo. No segundo momento, promovido em abril, foram abordadas ferramentas para complementar o diagnóstico, além de serem discutidos planos de mudanças. Já neste terceiro módulo de conclusão, ao longo da semana estão sendo expostas as aplicações práticas realizadas junto às organizações, os componentes do ciclo DOP e o monitoramento de avaliação dos planos desenvolvidos com participação das comunidades.

Pelos menos 23 organizações sociais são atendidas: Comunidades da região de influência da BR-163 (Cristo Rei, Perpétuo Socorro, Monte Moriá, Três Boeiras, Vila Jamanxim, Comunidade Arizona, Vila do Tucunaré, Vila Planalto, Bela Vista do Caracol, Monte Dourado e Campo Verde); Grupo do Coro Ecológico de Maguarí, na Flona-Tapajós; Casa Familiar Rural; Conselho Tutelar de Santarém; Cooperativa de Produtores Agroextrativistas, Artesãos e Artesãs do Lago Grande do Curuaí (Coopalc); Cooperativa Mista Agroextrativista do Planalto Santareno (Coomaplas); Cooperativa Mista Agroextrativista os Produtores do Anta (Coomapa); Grupo Conquista de Ervas Medicinais; Associação dos Produtores Rurais do Cristalino I (Apruc I) e Associação de Moradores de Jamaracá (Asmorja).

Desenvolvimento Organizacional Participativo – DOP

É um conjunto de instrumentos que reforça processos de mudança organizacional e foi elaborado a partir da demanda da GTZ (hoje GIZ) em 2000 para apoiar processos de desenvolvimento e fortalecimento das organizações de base. A partir da sua elaboração desta metodologia que se deu a criação do Organipool (Pool de Consultores Organizacionais), hoje responsável pela capacitação da metodologia.

SAIBA MAIS

SFB e GIZ disseminam estratégias de organização

A floresta em pé pode gerar lucro, se estiver regularizada e se as organizações de base estiverem fortalecidas e atuantes. Com essa premissa, a UR do DFS da BR-163 com a colaboração da GIZ (fusão das organizações governamentais alemãs de cooperação técnica e social GTZ, DED e InWEnt), realiza oficinas sobre Desenvolvimento Organizacional Participativo (DOP) para técnicos da sociedade civil e lideranças ligadas ao manejo florestal comunitário, nos territórios da Transamazônica/ Xingu e Baixo Amazonas.

Os cursos foram estruturados para formar grupos de consultores organizacionais e apoiadores de processos participativos dentro das organizações. As ferramentas foram aplicadas em diversas instituições e comunidades com o objetivo de diagnosticar os pontos fortes e fracos de cada grupo. Os técnicos compartilharam suas experiências e aprenderam novas possibilidades de intervenção e também a construção do plano de mudança junto às organizações e comunidades.

A idéia é possibilitar que organizações comunitárias, como cooperativas e associações, identifiquem características que podem ser melhoradas. São analisadas questões como o histórico do grupo e a convivência entre seus integrantes.

Qualificação

O curso de Dop é indicado para aqueles que interagem com organizações de base. A metodologia é constituída em três módulos presenciais, com duração de 40 horas cada. A aplicação é supervisionada e, como resultado, os participantes facilitarão o processo de um diagnóstico e a elaboração de um plano de atividades para que de fato ocorra uma mudança organizacional.

Os três módulos e a aplicação prática do DOP são realizados em cerca de seis meses. O SFB adotou o DOP para qualificar o gerenciamento das fases do Manejo Florestal Comunitário. O objetivo principal da oficina DOP é iniciar um processo de assessoria junto às comunidades e suas organizações. Também visa fortalecer essas representações de base para a gestão adequada de empreendimentos sociais e produtivos baseados nas capacidades e condições de cada grupo. Os técnicos da UR do DFS da BR-163 e de outras instituições parceiras estão fazendo o curso do DOP para poderem aplicar a metodologia.

“As ferramentas de diagnóstico aplicadas culminam na proposição de um plano de intervenção, para que seja realizada uma gestão adequada das associações e cooperativas, e conseqüentemente de empreendimentos florestais. As comunidades precisam ter condições de fazer sua autogestão e a execução de planos de manejo”, acrescenta o técnico da UR do DFS da BR-163 do Serviço Florestal, César Tenório.

Fonte: RG 15/O Impacto e Júlio César Guimarães

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