Gerlande: “Estou comendo bucho e PP filé”
Dia 6 de outubro, é o último dia para que políticos com mandato ou não, façam sua filiação, ou se transfiram de um partido para outro, visando as eleições do ano que vem. A Lei Eleitoral estabelece que só será apto a ser candidato quem tiver domicílio eleitoral, de pelo menos um ano antes da realização das eleições.
Gerlande Castro é um dos vereadores que já anunciou que sai do PP na próxima semana. Em entrevista ao jornal O Impacto, ele disparou: “Eu estou comendo bucho, enquanto a direção do PP come filé”.
Gerlande ainda tem dúvidas sobre em que sigla vai se filiar. Sua pretensão era ir para o recém criado PSD, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab e evitar a cassação. Acontece que o novo partido ainda não conseguiu registro no TSE e nem no TRE do Pará.
Dessa forma, o Vereador vive um drama porque, segundo ele, a segunda opção seria se filiar a um partido que tenha feito parte da coligação que elegeu a prefeita Maria do Carmo. Gerlande entende que o TSE estabeleceu jurisprudênciua, reconhecendo a coalisão como um grande partido, evitando demandas com pedido de cassação do Vereador.
O temor do Gerlande Castro, mesmo com essa prerrogativa, é a “desarticulação dos partidos que fizeram parte da coligação”.
Gerlande admite que caso o PSD não consiga o seu registro até a semana que vem, todas as siglas da aliança, como o PTB, PC do B, PDT e até o PT, estariam prontas a recebê-lo.
O vereador Gerlande não escondeu seu descontentamento com a direção do PP, segundo ele, pela falta de respeito que se instalou na sigla. “Minha questão é partidária e interna, não de governo. Vou continuar dando apoio ao governo Maria do Carmo. Eu, por exemplo, dentro do partido estou comendo bucho e uma minoria está comendo o filé”, comentou.
“Gostaria de ser respeitado da forma como eu respeitei e ajudei a eleger Vereador o atual presidente do PP”. O desabafo em tom de mágoa deixa nas entrelinhas a divergência que Gerlande teve com o presidente do PP, Secretário de Segurança Cidadã, Luiz Alberto, evitando pronunciar o seu nome.
O Vereador citou que o descontentamento com a direção, não foi um fato isolado. A prova disso, foi a perda de mais de 80% das lideranças. Ele citou alguns nomes com maior relevância que saíram por estarem também insatisfeitos. Citou nominalmente, Aldo da Vila de Curuai, Silvio Amorim, Assis do Mojuí, Erasmo Pintor, que representaram perto de 5 mil votos na eleição passada para o PP, e provocou o desgaste do partido. Tudo por causa da forma como o PP está sendo dirigido, na avaliação de Gerlande.
Por: Carlos Cruz