DOMINGO DO CÍRIO 2011

O feriado da Proclamação da República (não sei por que foi preferido ao do Dia da Bandeira, 19.11), este para mim, de maior valor por se tratar da celebração de um dos símbolos nacionais mais importantes, para o civismo do povo tupiniquim, atrapalhou-me. Pensei que era segunda e já era quarta e nada tinha organizado na mente, para dividir com os prezados leitores.

Mas voltemos com a semana em que “a cidade outra vez se embandeira”, ou seja, a Cidade de Santarém se prepara para o Círio da Nossa Padroeira, a padroeira da grande massa católica, aqui nascida ou residente, Nossa Senhora da Conceição.

Meu caro leitor, lembra do meu texto “A Cultura da Cal”, publicado aqui no IMPACTO? Pois é!  A Prefeitura já deu uma “guaribada” nas ruas por onde vai passar o Círio, principalmente, na São Sebastião, aquele pedacinho da Cuiabá, até onde ocorre a homenagem dos estivadores e Av. Tapajós, até o largo, ou do complexo, em frente à Catedral. Mas se alguém precisar descer por uma travessa ali no bairro de Nossa Senhora de Fátima e Laguinho, além da lama, há lixos amontoados e entulhos. Para não fazer inveja aos demais bairros da Cidade. E a Chuva já chegou, a nova desculpa, esta, como dizia aos antigos, “deslavada”, “a culpa é dela”!.

No dia da trasladação deve acontecer o problema da falta de lâmpadas nos postes e entulhos também, nas calçadas, prejudicando os romeiros. Espero que este ano eu esteja errado. Seja tudo uma beleza. Os romeiros merecem.

Não estarei na minha cidade no dia do Círio. Mas espero que esta procissão, a deste ano, seja diferente, sem aquelas correntes dividindo o território, em hierarquia, como castas, latifúndios, descaracterizando – a como uma caminhada de massa, de todo o povo.

Espero, também, que após a missa depois da procissão, a barraca da Santa volte a funcionar, com as comidas típicas da região. O que está meio impossível, com essas leis ambientais autoritárias que impedem e castram a cultura gastronômica, de alguns da região. O chamado Defeso. Ou seja, vamos voltar a ter apenas galinha de granja em diversas variedades de pratos, o vatapá e filé. E nos arredores do arraial, só churrasquinho de gato.  A comida Santarena? Já Era, mais uma vez!

Vi, com tristeza, a foto daqueles quelônios, do barco de Aveiro, dia 14, sendo encaminhadas ao ZooFit. Puxa vida! Eram para o Círio! O barco foi abordado e apreendido pelo IBAMA, cadê os outros?. Então, não teremos sarapateu, paxicá, guisado de tracajá, de tartaruga, picadinho de tartaruga, que foram arrancadas das nossas mesas, no dia do Círio, ficando apenas o pato no Tucupi ou maniçoba com um vinhozinho.

Agora, já é período do defeso do Tambaqui, daqui alguns dias já vem o Pirarucu e até o Acari vão tirar do nosso prato. Com a retirada do acari vão tirar, também, o piracuí e mais tarde o avium.

Por isso quero encerrar este texto com a música PRATOS REGIONAIS: Letra de Felisbelo Sussuarana e Música de Jose Agostinho e Wilson Fonseca, que seus autores talvez nunca imaginasse que esses pratos só ficariam na saudade: ….I Prato: – Paxicá delicioso, com pimenta até bastar, é pratinho saboroso, que ninguém pode provar./ II Prato: –  tartaruga assada em forno, temperada com limão, traz de si bem junto em torno, um tropel de adulação!/ Coro/ são pratinhos delicados, saborosos a valer! Bem comidos, bem provados, dão mais gana de comer!/ III –Prato: – Tucunaré no escabeche sabe o néctar, sabe o mel./IV Prato: – Eu sou o bicho beleche, sem rival sarapatel!/ V Prato: – Não é bamba quem não come/ do pato no tucupi!/ VI Prato: – Eu sou melhor para fome: muqueca de jaraqui!/ – Coro Final/ – Que pratinhos saborosos Minha terra sabe ter!…(composta em 1936 e extraído do livro “Santarém Cantando”, Wilson Fonseca, pág. 60, publicado em 1974). Então, só me resta desejar bom Círio para todos. E que Nossa Senhora da Conceição ilumine a todos nós do 77.

/// hoje não tem FLUMINENSE, mas na próxima sexta tem com a Roberta Miranda Paraense “Rosangela Maria”.

Por: Eduardo Fonseca

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