Reflorestamento em Juruti ganha técnica inovadora

Reflorestamento em Juruti

Investir em reflorestamento é uma das tendências mundiais, seja em áreas privadas que passaram por supressão, ou para a recuperação de espaços degradados por outros fatores, como queimadas. Para as indústrias de mineração, o reflorestamento é uma prática de compensação ambiental que garante a manutenção dos negócios. Entre as novidades da área, um novo método que conta com a ajuda de pássaros e elementos da própria natureza para recuperação do solo ganha destaque. A técnica proposta pelo professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Ademir Reis, é chamada de nucleação e está sendo aplicada na Mina de Bauxita de Juruti, da Alcoa, localizada no Oeste do Pará.

As atividades se iniciaram em Agosto, com a preparação da área, na qual foram depositados solo orgânico e galhadas. Diferente do método de reflorestamento tradicional – que trabalha o solo e, em seguida, planta as mudas – na nucleação, o objetivo principal é a criação de um novo solo (neopedogênese) que é estimulada de forma natural. São criadas microbacias de retenção de água de forma que os fluxos de internalização da mesma nas áreas mineradas propiciem a reestruturação das camadas de solo. “Esse trabalho reestrutura as camadas, evita a erosão e propicia regeneração de um grande número de espécies da flora que retiram da terra o seu banco de sementes”, detalha o professor.

As ações seguintes consistem em depositar sementes, raízes, galhos e pequenos troncos, estimulando a regeneração natural de espécies, atraindo animais que vivem em áreas vizinhas e iniciando, assim, a criação de uma cadeia alimentar no processo de restauração.

Durante o processo são plantadas mudas de espécies nativas e são colocados troncos de árvores em pé, que funcionam como poleiros naturais, para atrair as aves das áreas do entorno. Os pássaros são os responsáveis por deixar sementes e possibilitar que árvores passem a nascer sozinhas e não por plantação. “Na Alcoa, todo o sistema de restauração está embasado em um diagnóstico ambiental elaborado por uma equipe multidisciplinar que envolve engenheiros florestais, biólogos, geólogos, entre outros profissionais. São eles que darão o suporte para o desenvolvimento de um programa de recuperação forte”, afirma o pesquisador.

 Em Juruti, o processo está sendo realizado em uma área de 70 hectares que, em aproximadamente dois anos, vai possuir um sub-bosque, favorável para a introdução de novas espécies como castanheiras, angelins, ipês, copaíbas, entre outras. “O sistema de nucleação é mais barato e ecologicamente mais eficiente, porque leva as áreas trabalhadas a buscarem sua sustentabilidade de forma espontânea”, complementa Reis.

A expectativa da Alcoa é garantir a restauração das áreas mineradas, devolvendo o mais próximo possível as características originais das áreas. Com isso, são devolvidas para a sociedade áreas com potencial de conservação da biodiversidade e com fortes potencialidades para a sustentação social, econômica e ambiental das comunidades vizinhas ao processo de mineração de bauxita. “A escolha pelo método de nucleação se justifica por diversos argumentos. Ele apresenta uma condição de ambiente restaurado em curto espaço de tempo; propicia uma maior riqueza em termos de biodiversidade (espécies da fauna e flora); beneficia a formação do novo solo mantendo o microambiente mais úmido; e reduz a necessidade do uso de máquinas, consequentemente, reduz o consumo de óleo diesel e as emissões de gases para atmosfera”, detalha Pedro Pinto, Gerente de EHS da Mina de Bauxita de Juruti.

Por: Stephania de Azevedo Amorim

Um comentário em “Reflorestamento em Juruti ganha técnica inovadora

  • 31 de dezembro de 2019 em 07:54
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    Bom dia, gostaria do email de Stephania de Azevedo Amorim. Ou que ela entre em contato comigo. Questão de urgência

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