Preservação e soltura de 8.900 quelônios no Oeste do Pará

A soltura comprova o sucesso que se obtém a partir da realização de parcerias confiáveis e estímulo ao trabalho voluntário
A soltura comprova o sucesso que se obtém a partir da realização de parcerias confiáveis e estímulo ao trabalho voluntário

O início do ano tradicionalmente marca o fim do ciclo de trabalho anual Projeto Pé-de-Pincha com a soltura de quelônios realizada nas comunidades de Oriximiná e Terra Santa. O projeto é idealizado e executado pela Universidade Federal do Amazonas com apoio de ribeirinhos da região em parceria com a Mineração Rio do Norte há mais de uma década, com o objetivo de preservar espécies e quelônios em vários municípios do Pará e Amazonas.

Os trabalhos iniciaram nos meses de setembro e outubro de 2013, com a coleta de ovos nas praias das comunidades ribeirinhas, quando as fêmeas de quelônios sobem para fazer a desova. Este processo é acompanhado pelos agentes ambientais voluntários que retiram os ovos dos ninhos naturais, os implantam em chocadeiras, locais protegidos e monitorados até o mês de janeiro quando ocorre a eclosão –  nascimento dos quelônios.

Na comunidade do Barreto, a soltura comprova o sucesso que se obtém a partir da realização de parcerias confiáveis e estímulo ao trabalho voluntário. O comprometimento dos comunitários conscientes da necessidade de preservar a vida na região é um dos principais alicerces do projeto.

Para Alice Maria Guerreiro, coordenadora do programa no Barreto, a dedicação dos envolvidos se mede com os números obtidos ao longo dos tempos, “há dez anos, no primeiro ano do Pé de Pincha, foi possível soltar somente 1200 quelônios. Já em 2014 os voluntários irão soltar 8900 filhotes, previamente cuidados para uma melhor inserção na natureza”.

“Temos a cautela de monitorar cada um dos indivíduos que serão soltos. O casco de cada quelônio é marcado, para avaliarmos quantos terão um crescimento saudável após a soltura no Lago Sapucuá, local em que são retirados os ovos da exposição dos predadores”, acrescenta Alice.

Apesar do crescimento do projeto alguns desafios são encontrados. Para Alice, “ainda falta trazer mais comunitários para perto. Existem muitos ribeirinhos que não se envolvem como precisamos. Nesse sentido o apoio de empresas e instituições de ensino faz toda a diferença. Constantemente os alunos do colégio de Porto Trombetas, alguns membros da UFAM e os profissionais de relações comunitárias e meio ambiente da Mineração Rio do Norte acompanham os resultados e dão o suporte técnico e financeiro que precisamos”.

A parceria da MRN ocorre desde o início do projeto, por meio da participação de voluntários da empresa em diversos momentos, na doação de ração para os filhotes e disponibilização do combustível necessário para apoio na manutenção os tanques e realização da logística necessária para a coleta e soltura dos animais.

Fonte: RG 15/O Impacto e Érica Palhares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *