Cursos da Ufopa são bem avaliados pelo MEC

Bacharelado em Ciências Biológicas, do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA), recebeu a indicação para reconhecimento
Bacharelado em Ciências Biológicas, do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA), recebeu a indicação para reconhecimento

Mais dois cursos de graduação da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) receberam conceito 4 em recente avaliação realizada pelo Ministério da Educação (MEC): o Bacharelado em Ciências Biológicas, do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA), que recebeu a indicação para reconhecimento; e a Licenciatura em Matemática, curso herdado da Universidade Federal do Pará (UFPA), em processo de renovação de reconhecimento. As avaliações realizadas baseiam-se em uma escala de valor de 1 a 5.

“O conceito 4 é uma nota elevada, um atestado de que o MEC aprova a nova filosofia e tendência de regionalizar o curso”, comemora o coordenador do Bacharelado em Ciências Biológicas do ICTA, professor Maxwell Santana. “O MEC nos deu um bom atestado para o reconhecimento do curso de Ciências Biológicas, que é relativamente novo, nasceu junto com a Ufopa, e que agrega, em sua concepção, características bem particulares da região amazônica, como as temáticas envolvendo os ambientes aquático e vegetal”, explica.

“Essa excelente nota nos deixa confortável de que estamos no caminho certo na formação do bacharel em Ciências Biológicas egresso da Ufopa, que estará preparado para enfrentar os desafios que a sociedade vai colocar à sua frente”, afirma o professor Thiago André, vice-coordenador do curso. “Esse bacharelado tem uma importância regional muito grande, porque ele está preparando profissionais capacitados, em especial, para atuar nas áreas de meio ambiente e conservação”.

Pertencente ao Instituto de Ciências da Educação (Iced), a Licenciatura em Matemática também recebeu conceito 4 em processo avaliativo para renovação de seu reconhecimento junto ao MEC. “O curso já era reconhecido pela UFPA. Agora, será reconhecido pela Ufopa, porque desde 2009 está sob a tutela da nova instituição e, por isso, teve que passar por uma nova avaliação”, explica o professor José Antônio Oliveira Aquino, coordenador do Programa de Ciências Exatas, ao qual o curso é vinculado.

Nas três dimensões avaliadas, a Licenciatura em Matemática obteve as seguintes notas: 3.4 na organização didático-pedagógica (primeira dimensão); 4.5 no corpo docente (segunda dimensão); e 3.9 em infraestrutura (terceira dimensão).“Temos uma boa infraestrutura de laboratórios, que é bastante elogiada por todos os avaliadores que já passaram por aqui”, explica Aquino, referindo-se à avaliação feita, ano passado, da Licenciatura Integrada em Matemática e Física do Parfor, que também recebeu conceito 4. “Nesse momento o que precisamos fazer são alguns ajustes no projeto pedagógico do curso”, avalia.

Remanescente da primeira licenciatura em Matemática da UFPA, ofertada em Santarém em 1987, o curso avaliado conta ainda com 30 alunos. “O PPC avaliado foi o que recebemos em 2009, com a transferência da licenciatura da UFPA para a Ufopa”, explica José Aquino. Segundo o professor, os avaliadores do MEC viram “com bons olhos” as inovações propostas pela Ufopa, como a criação de licenciaturas integradas e a implantação de laboratórios de ensino. “Como o curso está em extinção, ele apontava para uma nova proposta, a da licenciatura integrada, que agrega duas áreas do conhecimento em um único curso”, explica.

Avaliação – Em fevereiro deste ano, os dois cursos de graduação da Ufopa receberam a visita in loco das Comissões Avaliadoras do MEC para averiguação das condições de oferta e funcionamento, com vistas ao reconhecimento e à renovação de reconhecimento junto ao MEC. “A visita foi bem tranquila e produtiva. Os avaliadores elogiaram os pontos positivos que tínhamos e mostraram soluções para os pontos críticos, deram sugestões sobre o que poderíamos modificar, melhorar”, afirma Maxwell Santana.

Ofertado desde 2011 pela Ufopa, o Bacharelado em Ciências Biológicas do ICTA tem duração de cinco anos e conta atualmente com 64 alunos matriculados, que ingressaram na instituição nos anos de 2011 e 2012. “Os alunos de 2013 e 2014 estão na primeira etapa do percurso acadêmico, que no ICTA é voltado para o Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Tecnologia das Águas. Somente após a finalização do BI, que dura cinco semestres, é que o aluno faz a opção por uma graduação específica, como o Bacharelado em Ciências Biológicas, que terá a primeira turma se formando no final deste ano”, informa Santana.

Para o professor, “a visita do MEC é sempre um desafio para a equipe do ICTA, porque temos que primeiro explicar e demonstrar o que é o BI que antecede e compõe o curso específico, qual o percurso acadêmico. Tudo isso é importante deixar bem claro logo no início da visita, pois é uma demanda diferente do que acontece em outros cursos de bacharelados em ciências biológicas do país, que não têm essa primeira etapa”.

O processo de reconhecimento do Bacharelado em Ciências Biológicas teve início em março de 2014, quando o ICTA começou a protocolar, no sistema E-MEC, os ritos necessários para a avaliação in loco. “Em setembro finalizamos a primeira etapa e, em novembro, a segunda etapa de envio de dados e informações para o sistema E-MEC. No começo do mês de fevereiro deste ano, tivemos a visita in loco dos avaliadores, que constitui a terceira etapa do processo de avaliação”, explica.

Segundo o professor, a primeira dimensão avaliada foi o projeto pedagógico do curso, no qual os avaliadores observam diversos aspectos, como o BI embutido; a distribuição das disciplinas, tanto as obrigatórias, quanto as optativas; o perfil de formação do aluno; as atividades complementares; os trabalhos de conclusão de curso; o estágio, entre outros. “Todos esses aspectos foram avaliados positivamente”, esclarece Santana.

Já a segunda dimensão envolve o corpo docente e a produção científica. “Eles elogiaram positivamente, porque agora temos 16 professores no quadro específico do curso de Ciências Biológicas, a maioria com doutorado ou em processo de doutoramento. Nessa avaliação também foram considerados os professores que compõem o BI, totalizando 51 professores”. A terceira dimensão refere-se à infraestrutura. “Os avaliadores indicaram as dificuldades, mas também deram sugestões que poderíamos aplicar”.

Uma surpresa foi a avaliação positiva do acervo da biblioteca, antes considerado um ponto crítico. “Os avaliadores do MEC viram na lista de livros presentes na biblioteca atual um número muito maior de livros do que tínhamos há algum tempo”. A diversidade de laboratórios e a perspectiva de utilizar o espaço modular – prédio que está sendo construído no Câmpus Tapajós – também foram considerados como aspectos positivos na avaliação.

Desafios – Segundo o professor José Aquino, o próximo desafio do Programa de Ciências Exatas será o reconhecimento da Licenciatura Integrada em Matemática e Física, aguardada para este ano. Ofertada desde 2011 pela Ufopa, a licenciatura conta atualmente com 114 alunos de graduação. “A nossa perspectiva também é de ter uma boa nota nessa avaliação. O nosso próximo desafio é obter, no mínimo, o conceito 4 na avaliação da Licenciatura Integrada. A nossa meta é ser o primeiro curso de graduação da Ufopa com nota 5”.

Segundo Aquino, atualmente o Programa de Ciências Exatas possui 28 professores – 14 da área da Matemática e 14 da área da Física – que servem não apenas para as licenciaturas integradas, mas também aos outros institutos e aos cursos de engenharia. “Na próxima avaliação, a da licenciatura integrada, teremos a agregação do corpo docente da Matemática, que acabou de ser avaliado, com os professores da área de Física. Também contaremos com o corpo docente do Centro de Formação Interdisciplinar (CFI), que é muito bom e ativo, contribuindo para o aumento do número de publicações”.

Já para a Coordenação do Bacharelado em Ciências Biológicas, agora o curso focará os esforços para fazer as correções e ajustes sugeridos no relatório de avaliação. “Isso é um desafio imediato”, afirma Maxwell. “Outro grande desafio será adequar o curso às mudanças que possam vir a ocorrer na universidade, principalmente em relação ao Plano Pedagógico Institucional”.

Reconhecimento – Realizado pelo MEC, por meio da Secretaria de Regulamentação do Ensino Superior (Seres), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e com a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), o processo de avaliação para o reconhecimento de cursos superiores é realizado em três fases distintas. A primeira fase constitui-se da análise dos projetos pedagógicos dos cursos (PPCs), com a contextualização de todo o perfil do curso. Na segunda fase, avaliam-se a organização didático-pedagógica, o corpo docente da instituição e a infraestrutura detalhada do curso. A terceira fase é construída pela vista in loco feita pelo Inep, via MEC.

Fonte: RG 15/O Impacto e Ufopa

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