Governadores discutem crise econômica nesta 2ª feira em Brasília

Rodrigo Rollemberg (PSB), governador do Distrito Federal
Rodrigo Rollemberg (PSB), governador do Distrito Federal

Enfrentando grandes dificuldades financeiras, um grupo de governadores se reunirá nesta segunda-feira em Brasília para discutir a proposta de mudanças na economia que será apresentada ao novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. O encontro está sendo organizado pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB). Até este domingo, tinham confirmado presença 13 governadores, entre eles o do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
A lista é completada pelos de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); Bahia, Rui Costa (PT); Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); Ceará, Camilo Santana (PT); Maranhão, Flávio Dino (PCdoB); Goiás, Marconi Perillo (PSDB); Alagoas, Renan Filho (PMDB); Piauí, Wellington Dias (PT); Sergipe, Jackson Barreto (PMDB); e Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB).
Segundo assessores de Rollemberg, há uma preocupação com a grave situação financeira e fiscal dos estados, que tiveram dificuldades para fechar as contas de 2015 e ainda enfrentam restrições de caixa. Por isso, o governador do Distrito Federal decidiu organizar a reunião em sua residência oficial, em Brasília, a partir do meio-dia.
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTO À SAÚDE
Rollemberg disse que entre os pontos em debate deverão estar o financiamento da Saúde e a capacidade de os estados contraírem empréstimos. O debate deve incluir ainda a possibilidade de estados e municípios ficarem com uma fatia da CPMF — que o governo tenta aprovar, mas ainda não avançou no Congresso. O problema, diz o governador do DF, é que esse tema não unifica os governadores.
O governo propôs uma alíquota de 0,2% que ficaria integralmente com a União; os governadores que apoiam a criação do imposto queriam aumentar para 0,38% e ficar com uma fatia dos recursos. A presidente Dilma Rousseff disse que eles teriam que negociar diretamente com o Congresso.
Rollemberg disse ao GLOBO que a ideia do encontro é discutir a questão econômica, e não o processo de impeachment de Dilma:
— É para discutir uma agenda política e econômica que nos unifique. Mas essa conversa não tem a ver com a CPMF, no sentido de que não sei se ela unifica ou não. Há pontos que unificam os estados: a liberação de novos financiamentos, com aval do governo federal; a rediscussão das dívidas junto à União; e a questão da Saúde. Isso explodiu agora no Rio, mas é problema comum dos estados.
DILMA COMANDA REUNIÃO MINISTERIAL
No Palácio do Planalto, dez dias após serem anunciados no cargo, os novos ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e do Planejamento, Valdir Simão, terão reunião com Dilma e os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Governo) e Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência). Nesta segunda-feira, às 15h, os três discutirão com os ministros do núcleo político as prioridades da economia em 2016 e a estratégia para aprovar as matérias de interesse do governo no Congresso, que analisa o impeachment da presidente e é alvo de denúncias da Operação Lava-Jato.
Dilma discutirá com o grupo de ministros medidas para reativar a economia que possam ser apresentadas aos parlamentares logo na volta do recesso. A estimativa dos analistas do mercado financeiro é que a economia encolha 2,8% em 2016. Neste ano, está sendo estimada uma recessão de 3,7%.
O governo também deve discutir como aprovar a CPMF e a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), pontos críticos para o ajuste fiscal. Além disso, a presidente precisa tratar da reforma da Previdência, um dos pontos mais destacados por Barbosa ao assumir o cargo.
Dilma foi recomendada por aliados a não se envolver publicamente na reforma da Previdência, que é tema sensível, especialmente em meio ao impeachment. Mas ela deve dar orientações aos ministros sobre como esse tema será encaminhado.
Fonte: O Globo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *