Morre lenda do boxe Muhammad Ali, aos 74 anos

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O ex-campeão de boxe Muhammad Ali no hotel Belvedere, em Davos, em 2006 – Eric Feferberg / AFP
A lenda do boxe Muhammad Ali morreu, no fim da noite desta sexta-feira (03), nos Estados Unidos, aos 74 anos. O atleta, campeão mundial na categoria pesos-pesados e olímpico, estava internado por dificuldades respiratórias, na cidade de Phoenix, no Arizona. A informação é do Jornal O Globo.

Por mais de três décadas, Ali sofreu do Mal de Parkinson, uma doença degenerativa que afeta os neurônios. A lenda pugilista colecionou vitórias durante a sua trajetória: somam-se 56 vitórias — das quais 37 foram por nocaute — e apenas 5 derrotas. O funeral, de acordo com a rede NBC, está programado para acontecer em sua cidade-natal, Louisville, no Kentucky.

A estrela de Ali, nascido a 17 de janeiro de 1942, começou a brilhar no boxe uma década antes da emblemática “Luta do Século”, que ocorreu em 1974. “Eu odeio esse urso velho, grande e feio.” O desafio de Cassius Marcellus Clay, seu nome de batismo, ao ex-presidiário e campeão dos pesos-pesados Sonny Liston já indicava as provocações que se tornaram marca registrada da era do boxe espetáculo. Aos 22 anos, em 25 de fevereiro de 1964, Clay desafiava um oponente experiente, maior e mais forte, mas menos ágil e menos inteligente.

A maioria dos quase 9 mil espectadores duvidava que Ali passasse do primeiro round e se espantou quando o veloz e fulminante soco do desafiante derrubou Liston no sexto round. Liston era o franco favorito por sete contra um na bolsa de apostas, e o vitorioso Clay foi à forra: “Agora comam suas palavras. Ajoelhem-se diante de mim”.

Na estreia como profissional, em 1960, o atleta acabara de conquistar a medalha de ouro nas Olimpíadas de Roma. Ele competiu na categoria meio-pesado e venceu o experiente lutador polonês Zbigniew Pietrzywsk. Depois do feito, ao voltar para sua cidade-natal, um fato marcou a sua batalha pelos direitos dos negros na luta por igualdade. Conforme publicado em sua bibliografia, ele entrou em um restaurante cheio de brancos, pediu por um hambúrguer, mas não foi atendido. “Sou Cassius Clay, campeão olímpico”, explicou na ocasião. Decepcionado, ele jogou a sua medalha no Rio Ohio.

À época, ainda Cassius Marcellus Clay, o lutador anunciou sua conversão ao islamismo e mudou o nome para Muhammad Ali. Em 1967 foi proibido de lutar e teve seus títulos anulados por se recusar a servir o Exército e ser contra a Guerra do Vietnã. A Suprema Corte anulou as punições em 1970. No mesmo ano, ele perdeu a primeira tentativa de reconquistar a faixa, na luta com Joe Frazier. O embate ocorreu no Madison Square Garden, em Nova York.

Conhecida como a “Luta do Século”, o embate entre Muhammad Ali e George Foreman ocorreu em 30 de outubro de 1974. Num estádio lotado por 100 mil pessoas, os dois mitos do boxe se enfrentaram em Kinshasa, a capital do Zaire (atual República Democrática do Congo), na África Central.

À época, a luta terminou no oitavo round, pouco antes de o gongo soar. O rival de Ali foi surpreendido com um gancho de direita no queixo, depois de ser acertado por vários socos. Um pesadelo para Foreman, já que, sem conseguir se levantar, teve sua primeira derrota em um período de 40 lutas.

Em 1975, houve outra luta histórica nas Filipinas, ao derrotar novamente Joe Frazier. Três anos depois, perdeu o título para Leon Spinks, e o recuperou ao derrotar o mesmo lutador. Posteriormente, ele se aposentou.

Fora do boxe, Ali revelou que sofria de Mal de Parkinson e usou a própria fama para ajudar nas pesquisas. Ele ganhou diversos prêmios e condecorações pelos seus feitos e foi eternizado em livros e filmes.

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