Pesquisadora alerta: Igarapé do Juá pode desaparecer
O igarapé do Juá pode desaparecer nos próximos anos por conta da degradação e assoreamento causados pela ações do homem. A afirmação é de pesquisadores ambientais que desenvolvem estudos na região. Moradores que vivem próximos ao igarapé do Juá, em Santarém, no oeste do Pará estão preocupados com os impactos ambientais negativos que a ocupação desordenada está causando.
Mesmo com uma grande extensão de área verde na nascente do igarapé, o local se transformou em um córrego cercado por estruturas de madeira e pontes improvisadas. Além, da retirada da mata ciliar, pequenas porções da vegetação que resistem, formam fragmentos florestais, mas ainda com sérios riscos de desaparecerem.
O assoreamento do igarapé do Juá é um cenário que assusta principalmente os moradores mais antigos. O local abriga quarenta e quatro casas, dez famílias moram vivem no lugar. A costureira Elisete Santos comenta que atualmente o igarapé era fundo, todos pescavam. “Tinha bastante peixe, hoje em dia nem tem mais como antes não”, disse.
Os moradores se uniram para criar a Associação de Moradores do Igarapé do Juá, voltada para a preservação da região e do leito do igarapé. Em setembro deste ano a associação encaminhou um documento solicitando a presença dos órgãos ambientais competentes.
O ofício foi enviado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) e Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). ”Queremos que o igarapé seja preservado e não haja aterramento na área” explicou o presidente da associação de moradores”, Ulisses Tavares.
Os igarapés apresentam uma diversidade florística e faunística de vital importância para o equilíbrio de toda uma região
Rose Guimarãe, pesquisadora
De acordo com a pesquisadora do Instituto de Estudos Integrados Cidadão da Amazônia (Inea), Rosenildes Guimarães, a área do Igarapé do Juá é de interesse ambiental seríssimo. ”Os igarapés apresentam uma diversidade florística e faunística de vital importância para o equilíbrio de toda uma região e precisam ser olhados com carinho e cuidado agora nesse processo de reorganização do espaço urbano com planejamento adequado”, destacou.
Dados
Um estudo realizado pelo Inea apontou que ao lado esquerdo onde está localizado o igarapé do Juá possui uma área de 10.115 hectares ainda e possível ver fragmentos de mata verde e uma ara de floresta de 6.369 hectares de mata ciliar. A área abrange ainda duas Áreas Proteção ambiental (APA), o lago da bacia do Juá e Alter do Chão.
Semma
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) informou que uma equipe de fiscais irá fazer uma vista ao local. Segundo o titular da pasta, Podalyro Neto reconhece que houve uma retirada significativa da mata ciliar, ação causada pelo homem. ” Não pode retirar essa mata, pois ela tem um papel importantíssimo para a manutenção desse ecossistema. O assoreamento é fruto de uma ação errada por parte das pessoas. Assoreamento. Nesse sentido, é papel da Semma a identificar e resolver os problemas, dependendo da gravidade, há punições administrativas, embargo e multas”, destacou.
Fonte: RG 15/O Impacto e G1